"Exatamente meia noite ..." - Casimiro de Brito
e dou comigo a escutar
o invisível o anônimo recomeço: invisível
porque tenho os olhos fracos, anônimo
porque esta dor é apenas minha
e basta. Dou comigo a ser capaz
de sonhar: diziam os antigos que Hypnos,
o sonho, tem mais poder do que Eros, o deus
da origem. Não sei. Amo e sonho
mas nunca esqueço o terceiro deus,
o mais crucial: Thanatos,
o fantasma. Em mim os três respiram
em uníssono: carícias e feridas
renovam-me. Poderei falar
em recomeço? Cantando
vou dizendo a quem me ouve
que tudo é sexo e música.
Mas só o Sonho é mestre.
Casimiro de Brito
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