sábado, 25 de maio de 2019

Caligrafias da existência:narrativas de Moçambique em Mia Couto

Imagem relacionada


Propomos pensar os encontros entre escrita e oralidade, nas obras Terra Sonâmbula e Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, do escritor Mia Couto. A terra e o rio são metáforas da recordação, falas e suportes da existência. Neles se inscrevem caligrafias da existência, nas quais os espaços da recordação, conforme define Assmann, aparecem inscritos nas tramas dos
personagens. Esses se desvelam como metáforas, que se dão na escrita como vestígio da cultura, na imagem (sobretudo as fotografias, as lembranças e os sonhos), nas escritas do corpo e na memória dos lugares. Mia Couto inscreve em sua literatura narrativas sobre Moçambique. Sua literatura se avizinha da oralidade e percorre o chão da cozinha, de onde ouve histórias contadas aos sussurros, em um mundo doce e mágico, no qual convivem vivos e mortos, caminhantes e sobreviventes. Nas letras dos sonhos inscritas nos Cadernos de Kindzu, nas cartas lidas por Mariano, encontramos as “páginas da terra”, que têm sotaques que pedem para serem ouvidos. Os corpos se estendem aos artefatos, como a casa, os álbuns de fotografias, e nos cadernos e nos sonhos se inscrevem as práticas de escrita das relações e, por assim dizer, da própria memória.
Para ler o texto completo de Cristina Maria da Silva clique aqui

0 comentários:

  © Blogger template 'Solitude' by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP