"Foi uma noite insone. Maravilhosamente insone..." - Everaldo Crispim
Foi uma noite insone.
Maravilhosamente insone.
No corpo da minha amiga fiz soarem as
notas da paixão e
os mais sublimes sons do desejo; com as pontas dos dedos vibrei cordas
insuspeitadas, e, com os lábios molhados, destilei loucuras na sua pele. Nunca
uma delicada penugem foi tão suavemente sensível à polpa de um dedo. Nunca, na
pele macia de um corpo, alguém escreveu tantas páginas de amor. Nunca o
silêncio da noite foi povoado com tantos gritos de paixão. Quantas vezes a
possuí, e quantas vezes ela me arrastou no furacão do seu prazer. Ela me
incentivou, e eu me superei.
No início do dia, saciados os dois,
dormimos abraçados e felizes.
(...)
(Everaldo Crispim. A tábua dos desejos (contos)
Belo Horizonte: Anome, 2008. p.76)
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