segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

BRASIL: A esperança vencerá o medo (28)

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"Ministro não pode se dar ao luxo de fingir que não há mudanças climáticas"

Reinaldo José Lopes* 

Entender os conceitos por trás desses fatos está ao alcance de qualquer adulto alfabetizado

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·         16/12/2018

Quando o que está em jogo são perspectivas puramente filosóficas ou religiosas, o agnosticismo me parece uma posição muito decente (ainda que não seja a minha). O agnóstico, aquele sujeito que diz, por exemplo, “não tenho como verificar se Deus existe ou não, então nem acredito nem desacredito no Senhor”, merece respeito.
Entretanto, aferrar-se ao agnosticismo quando há abundância de evidências acerca do tema supostamente controverso deixa de ser prudência filosófica e vira preguiça de pensar e agir, podendo até ser desastroso. Afinal, ninguém em sã consciência sai por aí dizendo que é agnóstico quanto à lei da gravidade. “Não sei se eu vou mesmo cair do alto do prédio se eu pular. Isso aí é problema para os físicos resolverem” não é algo que a gente costuma ouvir da boca de gente normal.
Pode ser que eu tenha entendido errado, mas parece que foi mais ou menos isso o que o futuro ministro do Meio Ambiente, o advogado Ricardo Salles (Novo), andou dizendo a colegas desta Folha logo depois de ser anunciado como próximo titular da pasta.
Sobre as mudanças climáticas, o novo ministro do Meio Ambiente disse que “a discussão se há ou não há aquecimento global é secundária”; mais tarde, em vídeo no qual se fez acompanhar de lideranças ruralistas, comentou que até acreditava na existência das tais mudanças, mas que não sabia “com certeza” se elas são provocadas pelo homem ou se seriam naturais e que o Brasil deveria “deixar essa questão para os acadêmicos”.
Bem, o papel de ministros é (ou costumava ser —tem horas que eu me esqueço de que estamos na tal “Nova Era”) formular e implementar políticas públicas. E políticas públicas, em geral, são implementadas com base no que a gente sabe sobre a realidade do país e do mundo.
Decorre do singelo raciocínio acima um negócio revolucionário: é obrigação de um ministro saber se alguma coisa da alçada dele “é ou não é”. 
E, veja só, em ambos os casos citados por Salles como desculpa para se refestelar no agnosticismo paralisante, os pobres “acadêmicos”—cientistas, gente que vive de testar hipóteses com base em dados, e não em achismo ou ideologia— já sabem a resposta faz tempo.
No que diz respeito ao desmatamento, uma reportagem do meu colega FabianoMaisonnave mostrou que sim, sabemos que proporção do desmate no segundo estado que mais devasta a floresta, Mato Grosso, acontece fora da legislação: 85%. 
Temos imagens de satélite, monitoramento em tempo real e cadastros de imóveis rurais que permitiriam obter a informação com relativa facilidade.    
Quanto às mudanças climáticas, era só fazer um levantamento da literatura científica dos últimos 30 anos. 
Praticamente não há pesquisa publicada em periódicos com revisão por pares (ou seja, na qual cientistas que não são os autores do estudo fazem o controle de qualidade) questionando o óbvio papel do ser humano na atual onda de aquecimento do planeta.
Entender, ao menos conceitualmente, a ciência por trás desses fatos está ao alcance de qualquer adulto alfabetizado. (Se até jornalistas conseguem, você também consegue, ministro!)
Não há justificativa mor
al para escolher a inação.
*Reinaldo José Lopes
Jornalista especializado em biologia e arqueologia, autor de "1499: O Brasil Antes de Cabral".


Fonte: Aqui

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