Política, imaginário e representação: uma nova agenda para o século XXI?
As vias por onde caminha a transformação política contemporânea
Um ligeiro recenseamento em torno das pautas de grupos historicamente discriminados, com destaque para o protagonismo das mulheres negras, nos permitirá observar o quanto as reivindicações vêm girando na órbita do estético e da visibilidade, orientadas por outra lógica de representação, incidindo no tecido social de modo a reconfigurar a política. Infatigavelmente, os exemplos, extraídos do chão do mundo vivido, onde se cultiva a experiência de produzir novos sentidos, não cessam de germinar: a enxurrada de artigos sobre a anacrônica figura da “Mulata Globeleza”; as reações contundentes à proposta “insólita” da Loja Reserva, cujo sócio é o apresentador global Luciano Huck (a título de lembrete: a loja pintou manequins de preto e os pendurou de cabeça para baixo); o flagrante fotográfico no casal que desfilou todo pimpão com seu filho adotivo, um menino negro com fantasia do macaquinho Abu, o melhor amigo de Aladdin. A cena transcorreu no carnaval de Belo Horizonte.
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