A trajetória intelectual de Stuart Hall: as liberdades complexas do pensar
Como ler Stuart Hall? A variedade de questões, níveis de abstração, tipos de abordagem, de Hall, fazem com que seja lido a partir de muitas perspectivas e disciplinas e sujeito a muitos usos. Suas reflexões sobre imaginários populares britânicos passaram por uma abordagem que ele ajudou a inventar, os Estudos Culturais. Ele próprio os chamou, seguindo Foucault, de formação discursiva, reconhecível e contraditória ao mesmo tempo; outros diriam que os Estudos Culturais são uma disciplina. (Hall, 2006: 188) Valorizou a diáspora como conceito que sintetiza a conjugação de cultura e poder nas “sociedades traduzidas”, em contraponto às “de origem”, com populações deslocadas, entre as quais situava o Brasil (Hall, 2000). Entendia que as identidades negras, marcadas pelo deslocamento operado pela escravidão e a migração, a falta de garantias e produtividade cultural, eram “a experiência moderna representativa” (Hall, 1993: 134). Voltava-se com frequência ao tema do lugar do pensamento em processos de mudança social (Hall, 2006: 202-205; Hall, 2007: 287-288) e desenvolveu um estilo que divergia, às vezes mais do que parece à primeira vista, das técnicas tradicionais do trabalho acadêmico (Sovik, 2015). Sua dedicação às artes visuais, no final da vida não era uma ruptura com o trabalho anterior, pois entendia que artistas, como as sociedade traduzidas, transformam legados, reescrevem modernidades de acordo com condições locais; que a estese era crescentemente central na vida contemporânea (Hall, 1997; Hall e Majarat, 2002); que a produção simbólica e os movimentos da sociedade eram inextricavelmente ligados.
Quem era Stuart Hall? Quais são os problemas aos quais se dedicou? Responder a essas perguntas tem o intuito de ajudar seus atuais e futuros leitores a entrar na complexidade e riqueza de seu trabalho.
Para ler o texto completo de Liv Sovik clique aqui
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