SUBURBIA: A intensidade e a supremacia da forma
Luiz Fernando Carvalho realizou obras marcantes no cinema e na TV, com
ousadia estética amplamente reconhecida. O compromisso formal articula-se,
agora, na série Suburbia, com uma leitura reconstrutiva da sociedade
carioca, promovendo um resultado soberbo. O roteiro foi escrito pelo diretor com
Paulo Lins e Carla Madeira. Os atores e atrizes, quase todos negros, são
descobertas notáveis, que jogam por música com alguns talentos veteranos.
De Cidade de Deus a Desde que o samba é samba, Paulo Lins se dedica a mesclar observação etnográfica com elaboração narrativa ficcional. Sua experiência biográfica enriquece a etnografia, transmitindo ao olhar reflexivo um sabor testemunhal, ao mesmo tempo em que confere ao testemunho densidade analítica. Por isso, seus escritos são tão ricos e fortes.
Em Suburbia, a poesia dos criadores captura a vitalidade da Zona Norte e flagra a urgência de uma sociedade que ferve no fogo do medo e do desejo, no alvoroço das possibilidades, na fricção das contradições, longe do olhar bovino da Casa Grande, que acha feio o que não é clichê, que decalca o futuro nos moldes do passado idealizado, que discrimina e não se crê racista, que ainda sonha o velho sonho americano da prosperidade ilimitada, cujo prazo de validade esgotou-se na matriz.
Para ler o texto completo de Luiz Eduardo Soares clique aqui
De Cidade de Deus a Desde que o samba é samba, Paulo Lins se dedica a mesclar observação etnográfica com elaboração narrativa ficcional. Sua experiência biográfica enriquece a etnografia, transmitindo ao olhar reflexivo um sabor testemunhal, ao mesmo tempo em que confere ao testemunho densidade analítica. Por isso, seus escritos são tão ricos e fortes.
Em Suburbia, a poesia dos criadores captura a vitalidade da Zona Norte e flagra a urgência de uma sociedade que ferve no fogo do medo e do desejo, no alvoroço das possibilidades, na fricção das contradições, longe do olhar bovino da Casa Grande, que acha feio o que não é clichê, que decalca o futuro nos moldes do passado idealizado, que discrimina e não se crê racista, que ainda sonha o velho sonho americano da prosperidade ilimitada, cujo prazo de validade esgotou-se na matriz.
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