As "guerras das estátuas" e a cor da memória
As “guerras das estátuas” têm dado brado nos EUA a propósito da profusa paisagem memorialística edificada em exaltação dos generais da Confederação (líderes político-militares dos Estados Confederados da América que, entre 1861 e 1865, se bateram pela secessão em oposição à abolição da escravatura). Lugares de peregrinação para os grupos de extrema direita afetos à supremacia branca, as estátuas de Robert Lee e de outros generais vêm sendo denunciadas por uma agenda anti-racista como parte de uma narrativa de “martírio branco”, inscrita no espaço público desde as leis segregacionistas de fim do século XIX (as ditas Leis de Jim Crow). A permanência de tais representações do passado tem sido denunciada como insultuosa e absurda, num território onde vivificam os espectros da escravatura, dos linchamentos e da brutalidade policial contra a população negra – cuja denúncia, na sequência do assassinato de Trayvon Martin em 2012, impulsionou o movimento Black Lives Matter. Parece-me interessante revisitarmos as disputas, em curso em diferentes lugares do mundo, sobre estátuas e heróis de guerra exaltados no espaço público, conhecidos colonialistas ou afamados escravocratas, pensando como os corpos negros têm sido simultaneamente invisibilizados, domesticados e convocados para a defesa de nações fundadas na exploração colonial.
Para ler o texto de Bruno Sena Martins clique aqui
Morrer por ser. O racismo estrutural na França contemporânea
A atualidade francesa tem sido regularmente marcada por casos que
envolvem agentes da Polícia na morte de jovens de ascendência africana. Este
tema da morte violenta ligada à colonialidade do poder inscreve-se numa longa
história.
Para ler o texto de Rachida Brahim clique aqui
0 comentários:
Postar um comentário