"Nu de costas" - Nuno Júdice
Nu de
costas
Desenho o
amor como um caule
que a luz
percorre numa lentidão líquida,
esquecendo
o leito em que pousa, leve,
o seu
corpo.
E se o
brilho da tarde o colhe
do ramo a
que os seus braços se agarram,
flutua,
como fruto de futura colheita
que o
desejo alimenta.
Ave
imponderável, só os olhos
procuram a
terra em que outrora
sonhou, no
centro da clareira
em que o
amor a deitou.
Nuno Júdice
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