Lucrecia Martel, queres viver?
Quando comecei a estudar cinema, reencontrei essa mesma atenção às revelações do quotidiano em filmes como os do Ozu, do Bergman ou do Kiarostami. E foi com particular espanto - e sentido de consciência - que percebi que a vida, tão banal e singular, é a maior fonte criativa. São as descobertas mais simples que operam as maiores transformações no nosso olhar e forma de caminhar. Foi nessa altura que entendi que a origem do saber está no simples facto de podermos ver. Aquilo que vemos está, à partida, ao nosso alcance. Como o olhar de uma criança que não estabelece limites. Com uma urgência mais urgente do que a própria urgência. E foi durante a digestão deste encadear de reflexões, que tinham a força marcante dos primeiros pensamentos, aplicados a um ofício que se quer seguir, que uma amiga me disse: tens de ver os filmes da Lucrecia Martel. Estávamos em 2005, e eu ainda não tinha realizado nenhum filme.
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