"No último dia em que chorei,..." - Maria Machamba
No último
dia em que chorei,
há muitos
anos,
vomitei as
lágrimas,
over a dog,
pior impossivel.
Sobre
lágrimas, podia até contar
Que agora só tenho as que vêm de fora
E por isso me tornei míope.
Desde
então, pergunto a todos: feliz?
Nunca,
quase nunca
O verbo
acerta.
Pelos
vistos,
Demora
soletrar o tempo e modo
De reprimir
o adverbial.
E é tão
urgente.
Não basta
Fechar os
olhos, ao sol
À laia de
poema,
Querer ser
espelho,
Fisga,
pássaro,
Balão de
sonhos e tal.
É
preciso
Ser árvore,
isso sou
Naquele
jeito,
De ir
medrando
De coisas
pequenas,
Aqui e
acolá.
É preciso
saber discorrer
sobre
grilos- o que é mistério -, ouvir
os
canalhas,
quando
ardem a
febre na
noite.
Se é
Camões, sei lá, mas
cantam que
se fartam,
os
haleluahs!
[Haverá
Dinamenes para grilos poemas?]
Sem
dúvida,
Andam em
bicos de pés, a tentar chegar às estrelas.
A verdade é
que para Ser,
basta a
gente
Andar por
aí,
A firmar o
ruído nas coisas, e
Pendurar a
pele, cansada,
Sobre os
ossos doridos.
Mas para
encontrar a pele
Brilhando
de outra cor
Ao
pôr-do-sol.
É preciso
ir parir cada Jornada,
Muito mais
além.
Acreditar,
como os grilos.
Que podemos
trazer no peito um som essencial,
Que as estrelas
nos apreciarão a ousadia.
Maria
Machamba
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