É preciso olhar para cima, o céu está a cair: Humanidade antes e depois do fim do mundo
São várias as comunidades indígenas das Américas que acreditam que os animais descendem dos humanos e não os humanos dos animais. Nas suas cosmogonias, no princípio tudo era humano. Ou melhor, outro ou mais que o humano, visto que a sua forma seria definida pela constância da metamorfose. Depois o mundo chegou ao fim e desse cataclismo formaram-se as várias espécies, plantas, rios, estrelas e minerais. Esta dispersão original acabou com um estado mítico de canibalismo primordial, onde tudo era indiferenciado; um tempo em que todos comiam os seus afins para se alimentar. Estas entidades, independentemente da sua espécie ou forma, permanecem ainda hoje humanas. São apenas alguns de nós quem, apesar das nossas tecnologias e ciências, não consegue ver uma humanidade nos outros.
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