O pós-modernismo nunca existiu
Uma dos pressupostos mais arraigados do pensamento contemporâneo sobre as artes consiste na defesa de que nossa era seria caracterizada como pós-moderna. No campo artístico, tal discussão encontra sua origem nos debates sobre arquitetura, onde era questão de afirmar a obsolescência de uma matriz construtiva baseada na centralidade das exigências do plano, da forma e da função.
A distância entre a funcionalidade dos prédios de Le Corbusier e o jogo livre de formas de alguém como Michael Graves seria medida pela diferença entre o modernismo e o pós-modernismo. Nesse sentido, o pós-modernismo seria caracterizado pela liberdade formal que se distancia das exigências de totalidades funcionais, pelo hibridismo das referências e citações, assim como pela atitude irônica e paródica a respeito do peso tanto das tradições quanto da própria “tradição da forma crítica”.
Rapidamente, a discussão proliferou da arquitetura para o domínio das outras artes e daí para uma teoria geral das sociedades do capitalismo avançado. Para mostrar-se consciente das mutações maiores da sensibilidade contemporânea, era necessário falar de uma “literatura pós-moderna”, de um “cinema pós-moderno” e de uma “música pós-moderna”. Isso a despeito da brutal incongruência das descrições.
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