Célestin Monga, um niilista na África
Em 1991, o economista camaronês Célestin Monga, recém-chegado de uma temporada de estudos na França e iniciando sua carreira num banco de Duala, a maior cidade de seu país, publicou num jornal local uma carta aberta de repúdio ao presidente Paul Biya, que havia assumido o cargo dez anos antes com promessas democráticas, mas se mantinha no poder através de eleições sempre contestadas pela oposição. O jornal foi censurado e Monga foi preso sob acusação de “ultraje ao presidente da República”, o que só fez chamar atenção para seu caso, dentro e fora do país. Monga deixou o país após ser libertado e hoje é conselheiro da Vice-Presidência do Banco Mundial, em Washington, e Biya continua no poder, mas suas trajetórias volta e meia se cruzam, como numa recente visita do economista a Camarões, para o funeral de um amigo jornalista, invadido por um enviado do presidente que tentava impedir seu discurso.
As trajetórias conflitantes de Monga e Biya estão no centro de “Um banto em Washington”, a ser publicado em breve pela editora Martins Fontes, que lançou este ano outra obra do mesmo autor, “Niilismo e negritude” (tradução de Estela dos Santos Abreu). Neste livro, Monga parte de uma visão particular do niilismo (“A esperança é a verdadeira matéria-prima e a verdadeira riqueza da África, mas se trata de uma esperança niilista, confinada”, diz ) para rever o legado dos intelectuais que fundaram o movimento Negritude, como o antilhano Aimé Césaire e o senegalês Léopold Sédar Senghor, e propor, em ensaios curtos, reflexões sobre os saberes tradicionais africanos e os dilemas políticos contemporâneos do continente.
Monga fala nesta entrevista ao Globo sobre a integração cultural e econômica da África com o resto do mundo, um movimento que hoje acontece “segundo termos que são desfavoráveis” aos africanos, aponta. Um macroeconomista que trabalha com estratégias de desenvolvimento nacional e políticas fiscais e monetárias no Banco Mundial, ele critica a confiança excessiva depositada nas políticas de auxílio financeiro. Ainda vítima de perseguições políticas em seu país, o economista comenta o estado atual do regime de Paul Biya e as dificuldades de mobilização enfrentadas pelas forças de oposição.
Para ler a entrevista completa de Célestin Monga clique aqui
As trajetórias conflitantes de Monga e Biya estão no centro de “Um banto em Washington”, a ser publicado em breve pela editora Martins Fontes, que lançou este ano outra obra do mesmo autor, “Niilismo e negritude” (tradução de Estela dos Santos Abreu). Neste livro, Monga parte de uma visão particular do niilismo (“A esperança é a verdadeira matéria-prima e a verdadeira riqueza da África, mas se trata de uma esperança niilista, confinada”, diz ) para rever o legado dos intelectuais que fundaram o movimento Negritude, como o antilhano Aimé Césaire e o senegalês Léopold Sédar Senghor, e propor, em ensaios curtos, reflexões sobre os saberes tradicionais africanos e os dilemas políticos contemporâneos do continente.
Monga fala nesta entrevista ao Globo sobre a integração cultural e econômica da África com o resto do mundo, um movimento que hoje acontece “segundo termos que são desfavoráveis” aos africanos, aponta. Um macroeconomista que trabalha com estratégias de desenvolvimento nacional e políticas fiscais e monetárias no Banco Mundial, ele critica a confiança excessiva depositada nas políticas de auxílio financeiro. Ainda vítima de perseguições políticas em seu país, o economista comenta o estado atual do regime de Paul Biya e as dificuldades de mobilização enfrentadas pelas forças de oposição.
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