sábado, 27 de setembro de 2025

"Jair" - Edival Lourenço

 



Jair



E agora, Jair?


A mamata acabou,


seu brilho ofuscou,


o povo tossiu,


sua bolha furou,


e agora, Jair


e agora nenê


você sem renome


só zomba dos outros,


e nunca fez versos,


não ama, não presta


e agora, Jair?




Leva essa mulher,


também seu discurso,


bota num carrinho,


desses de bebê,


sacode pra lá,


bem longe sacode,


seu tempo passou,


o voto não veio,


o golpe não veio,


milícia não veio,


nem a autocracia,


o sigilo acabou,


o Centrão fugiu


seu trunfo mofou,


e agora, Jair?




E agora, Jair?


Sua falsa palavra,


seu estado de febre,


a gula sem jejum


já levou a breca


o seu mau agouro


seu negacionismo


sua ignorância,


sua raiva — e agora?




Sem chave na mão


quer abrir a porta,


qual é mesmo a porta?


Quer morrer sem ar


mas o ar soprou;


quer rever as minas


as minas não há mais


Jair, e agora?




Se você prestasse,


se você valesse


um tostão que fosse


na vala forense,


se você agisse


e nunca zombasse


de alguém que morresse…


Mas, você é um porre,


cabeça de anuro, Jair!




Sozinho no claro,


de horizonte escuro,


sem teologia,


sem igreja sua


para se abrigar,


sem motoca preta


que fuja num torque,


você marcha, Jair,


Jair, para onde?




Edival Lourenço
 

Paródia do poema "José", de Carlos Drummond de Andrade.

Brasil - Radiografia semanal

 





































Política e geopolítica mundial
































































Música em cena







Navegando pelo cinema























Nos caminhos da arte













HUMOR







General da Força Aérea e um menino dramático


Quando o avião lotado está prestes a decolar, a paz é quebrada por um menino de cinco anos que aproveita o momento para ter um ataque de raiva. Não importa o que sua mãe, frustrada e envergonhada, faça para tentar acalmá-lo, o menino continua gritando furiosamente e chutando os assentos ao seu redor. De repente, da parte traseira do avião, um homem idoso com uniforme de general da Força Aérea é visto caminhando lentamente pelo corredor. Parando a mãe perturbada com a mão erguida, o general de cabelos brancos, cortês e de fala mansa se inclina e, apontando para o peito, sussurra algo no ouvido do menino. Instantaneamente, o menino se acalma, pega delicadamente a mão da mãe e afivela o cinto de segurança em silêncio. Todos os outros passageiros explodem em aplausos espontâneos. Enquanto o general retorna lentamente ao seu assento, uma das comissárias de bordo toca sua manga.

"Com licença, general", ela pergunta baixinho, "mas posso lhe perguntar quais palavras mágicas o senhor usou com aquele garotinho?"

O velho sorri serenamente e confidencia gentilmente: "Mostrei a ele minhas asas de piloto, estrelas de serviço e fitas de batalha, e expliquei que elas me dão o direito de jogar um passageiro para fora do avião, em qualquer voo que eu escolher"

Reflexões sobre o tempo presente
























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