"Acordar" - Nuno Júdice
Acordar
Prefiro ao musgo das
ninfas o calor
da tua pele, quando a tarde a envolve
com o seu bafo de fogo, e um vento
de folhas abstratas a percorre
numa florescência de desejo. Por
vezes, deitas-te com o azul
das palavras que nascem de
um vitral de murmúrios; ou
então, os teus olhos refletem
todas as mãos que tocaram
os quatro cantos da tua vida,
antes que o teu sorriso ilumine
apenas o instante que a tua boca
transforma na eternidade
dos amantes. E ouço a música
lenta da tua respiração ritmar
um bailado de corpos num sulco
de chama, rompendo a teia
que nos prende com os dedos
brancos da madrugada.
da tua pele, quando a tarde a envolve
com o seu bafo de fogo, e um vento
de folhas abstratas a percorre
numa florescência de desejo. Por
vezes, deitas-te com o azul
das palavras que nascem de
um vitral de murmúrios; ou
então, os teus olhos refletem
todas as mãos que tocaram
os quatro cantos da tua vida,
antes que o teu sorriso ilumine
apenas o instante que a tua boca
transforma na eternidade
dos amantes. E ouço a música
lenta da tua respiração ritmar
um bailado de corpos num sulco
de chama, rompendo a teia
que nos prende com os dedos
brancos da madrugada.
Nuno Júdice
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