sábado, 9 de abril de 2016

A categoria do Outro: o olhar de Beauvoir e Grada Kilomba sobre ser mulher

simone grada djamila

“Fomos socializadas para respeitar mais ao medo que às nossas próprias necessidades de linguagem e definição, e enquanto a gente espera em silêncio por aquele luxo final do destemor, o peso do silêncio vai terminar nos engasgando”
– AUDRE LORDE
Tomando como ponto de partida a dialética do senhor e do escravo de Hegel, Beauvoir cunhará o conceito de Outro. Segundo o diagnóstico de Beauvoir, a relação que os homens mantêm com as mulheres é esta: da submissão e dominação. As mulheres estariam enredadas na má fé dos homens que a veem e a querem como um objeto. Beauvoir mostra em seu percurso filosófico sobre a categoria de gênero que a mulher não é definida em si mesma, mas em relação ao homem e através do olhar do homem. Olhar este que a confina num papel de submissão que comporta significações hierarquizadas dadas à mulher através deste olhar masculino. Este olhar funda a categoria do Outro beauvoriano. Beauvoir explica que esta categoria do outro é antiga e comum, segundo a filósofa, nas mais antigas mitologias e sociedades primitivas já se encontravam presente uma dualidade: a do Mesmo e a do Outro. Esta divisão não teria sido estabelecida inicialmente tendo como base a divisão dos sexos, pois a alteridade seria uma categoria fundamental do pensamento humano. Nenhuma coletividade, portanto, se definiria nunca como Uma sem colocar imediatamente a Outra diante de si. Por exemplo, para os habitantes de certa aldeia, todas as pessoas que não pertencem ao mesmo lugar são os “outros”; para os cidadãos de um país, as pessoas de outra nacionalidade são consideradas estrangeiras.
Para ler o texto completo de Djamila Ribeiro clique aqui

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