Aborto: é possível ser “pró-vida” e “pró-escolha” ao mesmo tempo?
A questão fora resolvida havia anos. Os
tribunais decidiram o caminho do meio. Pensava-se que a luta havia acabado. Ao
invés disso o que temos são ataques, bombas e intimidação, assassinato de
trabalhadores em clínicas que fazem abortos, prisões, lobby intenso, drama
legislativo, audiências públicas, decisões dos supremos tribunais, grandes
partidos políticos quase se definindo inteiramente através desta questão, e
religiosos ameaçando políticos à perdição. Militantes disparam acusações de
hipocrisia e assassinato. A defesa da Constituição e a vontade de Deus são
igualmente invocadas. Argumentos duvidosos são repetidos como certezas. As
facções em disputa reivindicam a ciência para sustentar suas posições. Famílias
se dividem, maridos e esposas decidem não discutir sobre o tema, amigos de longa
data não mais se falam. Políticos consultam as pesquisas de opinião para saber o
que dizem suas consciências. No meio de tanta gritaria fica difícil para os
adversários se escutarem. As opiniões se polarizam. As mentes de fecham.
É errado abortar uma gravidez? Sempre? Às
vezes? Nunca? Como decidir? Escrevemos este artigo para melhor compreender que
visões disputam tais questões e para ver se nós mesmos encontramos uma posição
que nos satisfaça. Não haveria um caminho do meio? Foi preciso pesar os
argumentos de ambos os lados em relação a sua consistência e propor
exemplos-teste, alguns destes puramente hipotéticos. Se em alguns destes testes
parecemos ir muito longe, pedimos aos leitores e leitoras que sejam pacientes
conosco – estamos tentando forçar as várias posições até seu limite para ver sua
fragilidade e onde falham.
Para ler o artigo completo de Carl Sagan e de Ann Druyan clique aqui
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