terça-feira, 6 de março de 2012

O contributo africano: valorizar o resultado otimista de uma história péssima

A forte presença africana em Lisboa dissolve-se no final do século XIX para regressar com a imigração da metade do século XX. Renovada, continuou porém assente numa base de descriminação. Os negros que ajudaram a construir este país habitam ainda maioritariamente na periferia, destinados a uma invisibilidade obscena na representação da sociedade portuguesa. O etnólogo francês Jean-Yves Loude regressou à “cidade negra” para um workshop sobre a figura de Lisboa na literatura (pode consultar aqui o programa), e insiste em contrariar a manipulação dos factos que rasura o contributo africano dos grandes feitos do mundo.
Em Lisboa Cidade Negra o narrador descobre uma cidade cheia de sinais desta presença africana e mostra-nos o privilégio dos lisboetas. Os seus livros revelam narrativas silenciadas, e reflectem sobre o resultado cultural de uma história violenta. Com a sua companheira Viviane Lièvre, escolheram uma vida de viagem na aprendizagem da alteridade, promovendo um diálogo entre mundividências complementares que repõem alguns dados sobre o valor de África na história universal. Numa sala do belíssimo palácio Belmonte que tanto Tejo nos devolve, revisitamos uma Lisboa povoada de escravos, o que ficou depois disso, os seus livros e uma revolta antiga contra os preconceitos. 
Leia entrevista a Jean-Yves Loude aqui

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