segunda-feira, 26 de abril de 2021

"É por ti que escrevo" - António Ramos Rosa


 



É por ti que escrevo



 

 

 

É por ti que escrevo que não és musa nem deusa


mas a mulher do meu horizonte


na imperfeição e na incoincidência do dia-a-dia


Por ti desejo o sossego oval


em que possas identificar-te na limpidez de um centro


em que a felicidade se revele como um jardim branco


onde reconheças a dália da tua identidade azul


É porque amo a cálida formosura do teu torso


a latitude pura da tua fronte


o teu olhar de água iluminada


o teu sorriso solar


é porque sem ti não conheceria o girassol do horizonte


nem a túmida integridade do trigo


que eu procuro as palavras fragrantes de um oásis


para a oferenda do meu sangue inquieto


onde pressinto a vermelha trajetória de um sol


que quer resplandecer em largas planícies


sulcado por um tranquilo rio sumptuoso



 

 

 

António Ramos Rosa



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