sexta-feira, 31 de agosto de 2012

"A família vai ao cinema" - Novo lançamento de José Miguel Lopes e Inês de Castro Teixeira


No dia 4 de setembro, às 19h, será lançada no X Colóquio sobre Questões Curriculares / VI Colóquio Luso Brasileiro de Currículo, a ter lugar na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em Belo Horizonte, a coletânea "A família vai ao cinema", organizada pelos professores José de Sousa Miguel Lopes da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e Inês Assunção de Castro Teixeira da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A família está nas telas do cinema tanto quanto está presente em seus tempos, espaços e territórios, seja nas salas e demais dependências que habita, como as salas das casas, seja nas salas de cinema frequentadas por grupos familiares ou parte deles. A família está nos argumentos, enredos e roteiros fílmicos, de um lado. E, de outro, está assistindo a filmes nos quais, muitas vezes, se vê projetada, indagada, reinventada, em um movimento de mão dupla no qual a família vai ao cinema e o cinema vai à família.
Para ver o Sumário e ler o Prefácio clique aqui
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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Jornais repetem discurso pejorativo sobre professores

Ao criticar a educação do Brasil, os veículos de comunicação não levam a discussão para as razões do ensino ter se tornado tão precário. Ao invés disso, criticam a atuação dos responsáveis pelo ensino, apontando para sua substituição por profissionais melhores, e não pela melhor formação dos que já estão lá. Esse fenômeno foi percebido por pesquisa da Faculdade de Educação (FE) da USP em revisão de diversas notícias sobre o assunto.
Para ler o texto completo de João Ortega clique aqui

A polarização entre Ocidente e Oriente

A desconfiança de que estejamos chegando ao fim de 500 anos de supremacia ocidental fez com que dois historiadores da Grã-Bretanha publicassem simultaneamente dois livros que tratam do choque traumático entre duas civilizações, a ocidental e a oriental. Lançados no ano passado, na Inglaterra, esses dois títulos - Guerra Santa, de Nigel Cliff, eCivilização, de Niall Ferguson - chegam agora traduzidos ao mercado brasileiro. No primeiro, seu autor, um jovem crítico inglês que trabalha para o jornal The Times, reconta a história das três viagens de Vasco da Gama ao Oriente no fim do século 15, retratando-o como um aventureiro ambicioso e cruel que buscou não só uma rota alternativa para as Índias. A mando do rei Manuel I, ele embarcou numa cruzada marítima que tinha como objetivo expandir o domínio português e massacrar muçulmanos, então senhores do comércio de especiarias.
No segundo livro, Ferguson afirma que o navegador português e seus homens, vivendo num mundo polarizado pela fé, se dedicaram a um espetáculo de violência inaudita - mutilação de tripulantes de navios capturados, incêndio de naus com fiéis a caminho de Meca - por acreditar que a melhor defesa é o ataque. Havia, segundo Ferguson, um traço de crueldade em Vasco da Gama e nos 170 homens que seguiram esse jovem de 28 anos na aventura de abrir uma rota marítima da Europa à Ásia. Atrás de um mítico rei cristão, que governaria um reino oriental e poderia servir de aliado, eles lutaram contra fortes correntes marítimas para torturar antípodas e banir o Islã, que havia bloqueado o acesso da Europa ao Oriente. Ferguson diz que os homens de Lisboa demonstraram uma brutalidade que até mesmo os chineses raras vezes manifestaram.
Para ler o texto completo de Antonio Gonçalves Filho clique aqui

10 fatos chocantes sobre os EUA

Maior população prisional do mundo, pobreza infantil acima dos 22%, nenhum subsídio de maternidade, graves carências no acesso à saúde... bem-vindos ao "paraíso americano".
Para ler o artigo completo de António Santos clique aqui

"Poema do tempo" - Ricardo Azevedo


POEMA DO TEMPO


Tem o importante que sabe que é comum

Tem o comum que se acha importante

Tem o diamante que sabe que é pedra

Tem a pedra que se acha diamante

Enquanto isso, o tempo passa levando

Comuns, importantes, pedras e diamantes

 

Ricardo Azevedo

In: Ninguém sabe o que é um poema

 

Cuba e seu futuro, sem o bloqueio informativo da mídia dominante

O livro “Cuba sem bloqueio” apresenta um retrato da realidade cubana, substancialmente diferente do que costuma ser mostrado pelos oligopólios da comunicação. O trabalho traz revelações surpreendentes até para os mais bem informados. Seus autores questionam: se o socialismo cubano é uma experiência fracassada, como explicar suas redes de educação, de atenção à saúde e de assistência social, que rivalizam com as dos países mais ricos do mundo?
Para ler o artigo completo clique aqui

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Quem é quem no comércio mundial de armas

Estados Unidos já abocanham 78% das exportações mundiais — e são cada vez mais influenciados por seu próprio “complexo industrial-militar”. Por isso, mídia norte-americana prefere falar da China…
Para ler o artigo completo de Antonio Martins clique aqui

Paraísos fiscais, um porto seguro para multimilionários

Seis coisas que devemos saber sobre os 21 trilhões de dólares que as pessoas mais ricas do mundo escondem em paraísos fiscais. Ao mesmo tempo em que os governos cortam o gasto público e demitem os trabalhadores, em prol de uma maior "austeridade" obrigada pela desaceleração da economia, os super-ricos - menos de 10 milhões de pessoas - esconderam longe do alcance do arrecadador de impostos uma quantidade igual às economias japonesa e estadunidense juntas.

domingo, 26 de agosto de 2012

Femen Brazil: ativismo ou marketing?


A primeira vez que ouvi falar do Femen, achei-as no mínimo bem-humoradas. As militantes ucranianas utilizavam-se da nudez em protestos públicos. Ganharam a mídia da Ucrânia e a imprensa internacional com facilidade. Em seguida, vieram informações de que ainda que haja mulheres de outros tipos físicos na organização, sãos as loiras, brancas e com corpos “de gostosa” que ficam nuas. Segundo essa informação que chegou, essa “seleção” é uma estratégia (que parece ter funcionado muito bem) para chamar a atenção. Por mais que eu e tantas outras feministas questionássemos e discordássemos desta estratégia, ainda considerávamos que na conjuntura da Ucrânia – em que nenhuma de nós é muito expert – talvez esta linha de atuação fizesse mesmo mais sentido. Respeitar a autonomia dos diferentes grupos de militância em seus locais é sempre uma boa pedida.
Há alguns meses ouvimos falar que uma brasileira estaria trazendo o Femen para cá. Mantivemos as orelhas em pé, afinal de contas, podia ser um grupo aliado importante em muitas causas. Era preciso esperar para ver. Porém, Sarah Winter, a jovem mulher que começou a despontar na mídia de massas e na blogosfera como “o Femen no Brasil”, não me passou lá muita segurança. Ainda era cedo pra dizer qualquer coisa, para chegar a qualquer conclusão. Esperemos. Então ela começou a se pronunciar sobre vários assuntos, em programas de tevê, reportagens jornalísticas, etc. A quantidade de material reunido, para mim, passou então a ser suficiente para formar uma opinião, que compartilho aqui com vocês.
Para ler o texto completo de Marília Moschkovich clique aqui

SEU JORGE - "Zé do Caroço"




"Zé do Caroço"

No serviço de auto-falante
Do morro do Pau da Bandeira
Quem avisa é o Zé do Caroço
Que amanhã vai fazer alvoroço
Alertando a favela inteira

Aí como eu queria que fosse em mangueira
Que existisse outro Zé do Caroço
Pra falar de uma vez pra esse moço
Carnaval não é esse colosso
Nossa escola é raiz, é madeira

Mas é o Morro do Pau da Bandeira
De uma Vila Isabel verdadeira
E o Zé do Caroço trabalha
E o Zé do Caroço batalha
E que malha o preço da feira

E na hora que a televisão brasileira
Destrói toda gente com a sua novela
É que o Zé bota a boca no mundo
Ele faz um discurso profundo
Ele quer ver o bem da favela

Está nascendo um novo líder
No morro do Pau da Bandeira
Está nascendo um novo líder
No morro do Pau da Bandeira
No morro do Pau da Bandeira
No morro do Pau da Bandeira


SEU JORGE

Veja a interpretação de Seu Jorge no vídeo aqui

NOAM CHOMSKY: “Querem vencer Assange pelo cansaço”

Aos 83 anos, o linguista e sociólogo Noam Chomsky permanece ativo e irreverente. Uma vasta agenda, na qual pedidos de entrevistas às vezes aguardam por meses, não o impediu de responder por e-mail, em 19 de agosto, a perguntas enviadas por José Maria León, do site equatoriano GkillCity. Os editores são de Guayaquil – cidade mais populosa de seu país (3,5 milhões), praieira, musical e noturna.
Porque nada temos, tudo faremos”, anuncia o slogan de GkillCity, que se dedica à cultura, à política e à defesa da liberdade na internet. Sua intrépida equipe pode ser conhecida aqui. José Maria, que enviou a Chomsky quatro perguntas por e-mail, é uma espécie de editor e mantém um blog em que comenta cada nova leva de textos. Apesar de também satírico (ou exatamente por isso…), o site propõe-se a debater o Equador e o mundo travas. A entrevista a seguir o demonstra.
Pode lê-la aqui

Escola não precisa ser repensada, e sim refeita

“Ser” é melhor que “pensar”. Assim como “fazer” vale mais que “pensar”. Sinto um misto de preguiça e frustração quando leio artigos sobre educação clamando para que a velha escola seja repensada – excitados pelas avaliações frustrantes do Ideb . Um exercício meramente ególatra.
A escola é repensada continuamente desde que o modelo iluminista, e posteriormente fordista e politécnico, de ensino e currículo se fizeram presente. São toneladas de pesquisas e teorias forjadas na solidão das salas de universidades. O universo da educação formal, e das faculdades de pedagogia, é majoritariamente composto por pensadores e pesquisadores. Pensar e repensar são suas especialidades. Transformar, não. Eis a questão.
Para ler o artigo completo de Alexandre Sayad clique aqui

sábado, 25 de agosto de 2012

REGINA NAVARRO: o mito da monogamia

Seus conceitos às vezes causam polêmica até entre os mais liberais. Ela prega que é possível amar mais de uma pessoa, critica a monogamia nos casamentos e rejeita firmemente o termo traição para se referir a relacionamentos extraconjugais. Sobre o uso de vibradores, ela é direta: “Ninguém pode comparar um dedinho, por melhor que seja, com um vibrador”.
Assim é a psicanalista Regina Navarro Lins, autora de “O livro do amor”, lançado este mês pela Editora BestSeller. Nessa sua nova obra, dividida em dois volumes, ela tenta compreender o amor na contemporaneidade, o que resultou numa pesquisa de cinco anos, da pré-história até os dias atuais, fazendo cruzamentos entre passado e presente.
Segundo ela, duas coisas a surpreenderam ao longo do estudo. A primeira foi a opressão que a mulher sofre desde a instalação do sistema patriarcal, há cinco mil anos. “O patriarcado instaurou a propriedade privada e o homem tornou-se obcecado pela paternidade para não deixar herança para o filho de outro. Nisso, a mulher foi aprisionada de maneira terrível”, conta a feminista convicta.
O segundo aspecto que mais chamou sua atenção foi a repressão da sexualidade ocorrido ao longo do período pesquisado. “No século 19, as pernas dos pianos nas casas eram cobertas com capas porque achavam que elas tinham semelhanças com as pernas de uma mulher”, diz.
A entrevista ao iG aconteceu em seu apartamento em Copacabana, no Rio de Janeiro. No bate-papo, ela criticou mulheres que não transam no primeiro encontro, explicou por que elas fingem ter orgasmos, disse que o sistema patriarcal foi por terra desde o surgimento da pílula e defendeu a ideia de que a mulher deve dividir a conta do motel. Relações extraconjugais também entraram na pauta, obviamente. “Elas acontecem porque variar é bom. Todo mundo gosta. Simples assim”.
Leia a entrevista de Regina Navarro aqui

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

SLAVOJ ZIZEK: A ironia e o apocalipse

Slavoj Zizek encerra uma hora e meia de entrevista com um desafio. “Sou um bom totalitário, então deixo aqui a autorização para distorcer tudo que eu disser”, concede o filósofo e psicanalista esloveno, por telefone, de sua casa em Liubliana. “Este é o desafio: o bom jornalista é aquele que consegue me fazer dizer o oposto do que eu disse sem mudar minhas palavras.” Para Zizek, autorizar a distorção das próprias declarações é divertido. Trata-se de mais uma forma de ver emergir “a ironia das coisas”, e o termo “ironia” não surge ao acaso: é recorrente no discurso do filósofo, ao lado de “paradoxo”, “cinismo” e “pessimismo”.
Para ler o texto completo de Diego Viana clique aqui

UMBERTO ECO: Uma epidemia de "síndrome do olho eletrônico"

Algum tempo atrás eu estava dando uma palestra na Academia Espanhola em Roma - ou melhor, tentando dar uma palestra. Fui distraído por uma luz forte que brilhava em meus olhos e dificultava que eu lesse minhas anotações - a luz de uma câmera de vídeo de um celular pertencente a uma mulher na plateia. Reagi de maneira muito ressentida, comentando (como geralmente faço diante de fotógrafos desconsiderados) que, mantendo a adequada divisão de trabalho, quando eu estou trabalhando eles deveriam parar de trabalhar. A mulher desligou a câmera, mas com um ar oprimido, como se tivesse sido submetida a um verdadeiro insulto.
Para ler o texto completo de Umberto Eco clique aqui

"Virgem Margarida", a insurreição das mullheres

“A Virgem Margarida”, longa-metragem do realizador moçambicano-brasileiro Licínio de Azevedo, é uma co-produção entre Mocambique, Portugal e França e foi filmada em Maputo e em florestas do centro do país, entre Abril e Maio de 2010.
Trata-se de uma ficção baseada em factos reais. Passa-se no período logo a seguir à independência de Moçambique (1975/76), em pleno ambiente revolucionário que caracterizava a epoca, quando os vitoriosos combatentes da guerra anti-colonial assumiram o controle do país e chegaram às cidades, cheios de boas intenções, querendo transpor para o “corrompido” meio urbano a experiência coletivista implantada por eles nas zonas rurais que geriam durante a guerra.
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terça-feira, 21 de agosto de 2012

CINEMA & POLÍTICA: O morcego na sombra da águia

Barack Obama e a luta contra a recessão econômica – assim como George W. Bush e suas aventuras no Iraque – não saíram nas páginas dos quadrinhos. Mas acabaram por influenciar uma das produções de maior sucesso recente do cinema. Assim como O Planeta dos Macacos (1968) trazia os anseios do apocalipse nuclear da Guerra Fria e Matrix (1999) apresentava ao grande público o mundo virtual que dominaria a década seguinte, a grande reflexão cinematográfica da sociopolítica atual apareceu com um homem-morcego criado em 1939.
Ainda é cedo para perceber de forma clara a inserção cultural da trilogia do Batman no cinema, encerrada agora por O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Só no futuro saberemos com certeza se a obra do diretor Christopher Nolan com o icônico personagem dos quadrinhos foi um acurado reflexo desta época. Mas não há como negar que Batman Begins (2005), O Cavaleiro das Trevas (2008) e o recente Ressurge são potentes metáforas dos Estados Unidos da primeira década do século 21.
O contexto sempre reflete a produção cultural de sua época. Seja com referências diretas ou inconscientes, a realidade força-se sobre o artista, resultando em algo que vai, em maior ou menor grau, servir de representação daqueles tempos. Um personagem como Bruce Wayne serviu perfeitamente como mediador dos últimos dez anos. Bilionário, playboy, representante de uma belle époque de gastanças e exageros em que o céu é o limite. Mas tudo não passa de espelho e fumaça: por trás de toda a farra econômica está um vigilante nas sombras, sacrificando-se para manter a ordem dentro de um sistema falido. Talvez nenhuma outra obra cinematográfica tenha conseguido mostrar de forma tão rica os receios e anseios da nação mais poderosa do planeta. Do 11 de setembro à crise econômica, os filmes do homem-morcego são a cara de uma sociedade que começou os anos 2000 como império inatingível e acabou gravemente ferida pelo terror político, religioso e financeiro.
Para ler o texto completo de Renné França clique aqui

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Por que o Equador ofereceu asilo a Assange

O Equador tomou a decisão correta: oferecer asilo político a Julian Assange. Ela segue-se a um incidente que pode dissipar as dúvidas sobre que motivos levam os governos britânico e sueco a tentar extraditar o fundador do Wikileaks. Na quarta-feira, o governo do Reino Unido lançou uma ameaça sem precedentes, de invadir a embaixada do Equador, se Assange não fosse entregue. Este assalto seria um ato extremo, na violação do direito internacional e das convenções diplomáticas. É até difícil encontrar exemplo de um governo democrático que tenha sequer feito tal ameaça, quanto mais executá-la.
Quando o ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, tornou públicas, numa resposta irritada e desafiadora, as ameaças que recebera por escrito, o governo britânico tentou voltar atrás e dizer que não se tratava de uma ameaça de invasão da embaixada (que é território soberano de outro país). Mas o que mais poderiam significar estas palavras, extraídas da carta entregue por uma autoridade britânica?
“É preciso adverti-los que há base legal, no Reino Unido – a Lei de Edifícios Diplomáticos e Consulares, de 1987 – autorizando-nos a agir para prender o Sr. Assange, nas instalações da embaixada. Esperamos sinceramente não chegar a tal ponto, mas se vocês não foram capazes de resolver o assunto da presença do Sr. Assange em suas instalações, há uma opção aberta para nós”.
Alguém em seu juízo acredita que o governo britânico faria esta ameaça inédita, caso se tratasse apenas de um cidadão estrangeiro qualquer, perseguido por um governo estrangeiro por polemizar – não há acusações criminais, nem um julgamento?
Para ler o texto completo de Mark Weisbrot clique aqui

'A Obra de Sartre' revisita o existencialista francês

Por mais duro que seja, é preciso, segundo o filósofo e escritor francês Jean-Paul Sartre (1905-1980), reconhecer nossa finitude e contingência, porque só assim poderemos encarar com responsabilidade esta dura (porém necessária) tarefa de produzir-se como homem, como espécie, como ser. De fato, a afirmação de que "a existência precede a essência" traz em seu cerne uma crítica profunda à metafísica tradicional e a sua ideia de "ser" como algo dado, pronto. Este, aliás, é o grito de guerra do existencialismo de Sartre: o homem não tem uma essência; ele a constrói no tempo e no espaço de sua existência. É neste sentido que ele é um ser histórico: esta é a sua essência real. Ao contrário dos outros entes, ele é livre para produzir a si mesmo, e é o único responsável por esta criação. É assim, pelo menos, o que pensava Sartre, que foi considerado, ainda vivo, o maior expoente daquele movimento de ideias que tem suas raízes no cristianismo singular e atormentado do dinamarquês Soren Kierkegaard (1813-1855).
Para ler o artigo completo de Regina Schöpke clique aqui

A identidade multicultural da Índia







A Índia é um país fascinante e é um destino do sonho para muitos daqueles que nunca a visitaram. Para os visitantes, a visita à Índia é uma experiência complexa, decorrente da presença de grandes contrastes económicos e culturais: o extremo da riqueza e pobreza, da fome e da abundância, do sofisticado passado histórico e de um futuro projectado num desenvolvimento económico sustentado e num crescimento demográfico que a tornará previsivelmente o país com a população mais jovem do mundo - tudo sendo visível à distância de dois passos.
A diversidade acima enunciada torna difícil dispor a Índia em categorias estáveis. A que Índia nós devemos referir quando tentamos apresentá-la? Um poder global do século XXI ou um país pobre em vias de desenvolvimento? Uma economia baseada na tecnologia de ponta ou numa agricultura de subsistência? Um estado liberal secular ou uma sociedade profundamente religiosa? Uma civilização antiga e tradicional ou uma cultura que está a tornar-se cada vez mais moderna? As possibilidades são muitas e é nelas que residem os desafios a uma investigação no domínio das humanidades e das ciências sociais.
Para ler o artigo completo de Shiv Kumar Singh clique aqui


domingo, 19 de agosto de 2012

Essa conversa não é sobre você

Querido estudante branco, de classe média, que faz cursinho pré-vestibular particular: eu sei que é difícil quando alguém nos faz enxergar nossos próprios privilégios, mas deixa eu tentar mais uma vez.
Eu (e mais uma penca de gente, me arrisco a dizer) não me importo com o quão “difícil” será para você entrar naquele curso de medicina mega concorrido com o qual você sonha, porque, simplesmente, esta conversa não é sobre você.
Eu sei que praticamente todas as conversas deste mundo são sobre você e você está acostumado com isso, então deve ser um baque não ser o centro das atenções. Mas, seja forte! É verdade: nós não estamos falando sobre você.
Para ler o texto completo de Tamara Freire clique aqui 

sábado, 18 de agosto de 2012

A deliciosa atualidade da comédia italiana

A comédia à italiana – gênero que teve seu apogeu entre meados dos anos 50 e meados dos 70 – foi relegada por muito tempo a um injusto segundo plano. Ficou à sombra, de um lado, do grande “cinema de autor” de Fellini, Visconti, Antonioni etc. e, de outro, do cinema diretamente político de Francesco Rosi, Elio Petri, Giuliano Montaldo e um punhado de outros.
Mas numa época triste como a nossa, em que, no mundo todo, o conceito de comédia parece ter-se corroído pelo humor estúpido do besteirol e das sitcoms televisivas, cabe uma revisão urgente da deliciosa filmografia de mestres como Mario Monicelli, Dino Risi, Pietro Germi e Luigi Comencini. Eles detinham um segredo alquímico que aparentemente se perdeu.
Um bom começo para conhecer ou relembrar as obras-primas do gênero é a recém-lançada caixa de DVDs “Clássicos da Comédia Italiana”, da Versátil. São três filmes: um de Monicelli (Os eternos desconhecidos, 1958) e dois de Germi (Divórcio à italiana, 1961; Seduzida e abandonada, 1964).
Para ler o texto completo de José Gerado Couto clique aqui

E se não houver saída alguma?

A maior parte dos políticos e dos “especialistas” tem um costume arraigado de prometer tempos melhores à frente, desde que suas políticas sejam adotadas. As dificuldades econômicas globais que vivemos não são exceção, neste quesito. Seja nas discussões sobre o desemprego nos Estados Unidos, os custos alarmantes de financiamento da dívida pública na Europa ou os índices de crescimento subitamente em declínio, na Índia, China e Brasil, expressões de otimismo a médio prazo permanecem na ordem do dia.
Mas e se não houver motivos para elas? De vez em quando, emerge um pouco de honestidade. Em 7/8, Andrew Ross Sorkin publicou um artigo no New York Times em que oferecia “uma explicação mais direta sobre por que os investidores deixaram as bolsas de valores: elas tornaram-se uma aposta perdedora. Há toda uma geração de investidores que nunca ganhou muito”. Três dias depois, James Mackintosh escreveu algo semelhante no Financial Times: os economistas estão começando a admitir que a Grande Recessão atingiu permanentemente o crescimento… Os investidores estão mais pessimistas”. E, ainda mais importante, o New York Times publicou, em 14/8, reportagem sobre o custo crescente de negociações mais rápidas. Em meio ao artigo, podia-se ler: “[Os investidores] estão desconcertados por um mercado que não ofereceu quase retorno algum na última década, devido às bolhas especulativas e à instabilidade da economia global.
Para ler o texto completo de Immanuel Wallerstein clique aqui

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Diário de uma busca

O cinema latino está repleto de filmes que abordam as ditaduras militares que assolaram o continente na segunda metade do séc. XX. O tema é bastante compreensível, dado a forma com que estes governos assolaram os países, e muito importante para que as gerações seguintes às ditaduras tenham clareza sobre como a população era (mal)tratada, independente de indicadores econômicos. O diferencial do documentário de Flavia Castro é que a diretora não aborda uma grande personalidade ou um grande fato da história do Brasil, mas a história do militante Celso Afonso Gay de Castro, para ela o mais importante. Seu próprio pai.
Dentro desta proposta dificilmente o filme deixaria de ser intimista e a diretora explorou muito bem o recurso de contar a história da própria família. Todo narrado em primeira pessoa, o documentário ganha mesmo traços de um diário, que começa na década de 1960 e percorre os caminhos que o pai, militante de esquerda, foi obrigado a percorrer para fugir da perseguição política do regime opressor contra o qual lutava, até sua morte que, como tantas outras deste período, foi cercada de mistérios e contradições.
Para ler o texto completo de Alexandre Caetano clique aqui

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Em busca de alternativas ao sistema de patentes


No coração de uma crise econômica sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial, os candidatos à eleição presidencial norte-americana rivalizam em termos de audácia para garantir a “retomada” da economia. Finanças, novas tecnologias, tributação, ecologia: propostas não faltam. Uma instituição, no entanto, tem recebido pouca atenção, embora seja um dos principais obstáculos para a recuperação: o sistema de patentes.
O funcionamento atual desse sistema é simples: o governo concede o monopólio de um produto ou processo para seu inventor, por um determinado período. Originalmente, essa proteção visa estimular a criatividade das empresas e dos indivíduos. Inegável fonte de motivação, ela acompanhou um grande número de invenções notáveis. No entanto, a perspectiva de se beneficiar de uma situação de monopólio também encoraja comportamentos oportunistas, sem o menor valor social. E, quanto mais os lucros se mostram significativos, mais esse tipo de atitude se espalha.
Para ler o texto completo de Dean Baker clique aqui

Michael Moore: São as armas; mas, não só as armas

Desde que Caim enlouqueceu e matou Abel sempre houve humanos que, por uma razão ou outra, perdem a cabeça temporária ou definitivamente e cometem atos de violência. Durante o primeiro século de nossa era, o imperador romano Tibério divertia-se a atirar as suas vítimas na ilha de Capri, no Mediterrâneo. Gilles de Rais, cavaleiro francês aliado de Joana D’Arc, na Idade Média, um dia, enlouqueceu e assassinou centenas de crianças. Apenas umas décadas depois, Vlad, o Empalador, na Transilvânia, tinha inúmeros modos horripilantes de acabar com as suas vítimas; o personagem de Drácula foi inspirado nele.
Em tempos modernos, em quase toda as nações há um psicopata ou dois que cometem homicídios em massa, por mais estritas que sejam as leis em matéria de armas: o demente supremacista branco, cujos atentados na Noruega cumpriram um ano neste domingo; o carniceiro do pátio escolar em Dunblane, Escócia; o assassino da Escola Politécnica de Montreal; o aniquilador em massa de Erfurt, Alemanha…; a lista parece interminável. E agora o atirador de Aurora. Sempre houve pessoas com pouco juízo e prudência e sempre haverá.
Porém, aqui reside a diferença entre o resto do mundo e nós: aqui acontecem DUAS Auroras a cada dia de cada ano! Pelo menos 24 norte-americanos morrem a cada dia (de 8 a 9 mil por ano) em mãos de gente armada, e essa cifra inclui os que perdem a vida em acidentes com armas de fogo ou os que cometem suicídio com uma. Se contássemos todos, a cifra multiplicar-se-ia para uns 25 mil.
Para ler o artigo completo de Michael Moore clique aqui

Por que o cyberativismo importa

Há algum tempo que me declaro cyberativista. Participo de coletivos, mantenho blogs, escrevo para sites e projetos coletivos como o Outras Palavras. Produzo conteúdo, espalho informação, opiniões e tento disponibilizar uma visão crítica sobre algumas coisas. Em meu blog, Mulher Alternativa, uso como estratégia falar de questões bem concretas na vida das pessoas (“Posso engravidar tomando anticoncepcional?” por exemplo). Mas sempre insiro criticidade e tento não reproduzir os discursos dominantes sobres estes temas. Como resultado, percebo um alcance razoável (ainda longe do ideal) destas ideias entre pessoas que jamais discutiriam comigo, caso meu blog tivesse “feminista” no nome, ou “gênero” (que raios é isso de gênero, aliás? – dirá a maioria dos leitores e leitoras na internet e no mundo). Recebo alguns e-mails e mensagens incríveis, encorajando-me a continuar escrevendo e produzindo conteúdo; outras contando que utilizaram meus textos como porta de entrada para um interesse maior em questões ligadas aos direitos das mulheres e desigualdades da nossa sociedade; algumas contando que essa incursão em pontos de vista renovados, da qual meu blog fez parte, transformou suas vidas de alguma forma.
Para ler o texto completo de Marília Moschkovich clique aqui

domingo, 12 de agosto de 2012

Se sancionada, Lei das Cotas revolucionará regras de acesso à universidade

O discurso conservador condena o projeto aprovado pelo Senado. Os movimentos sociais que lutam por uma política de cotas há 13 anos afirmam que ele irá revolucionar o acesso da população pobre ao ensino superior de qualidade. O senador Cristóvam Buarque e o presidente da Andifes, Carlos Maneschy, fazem críticas pontuais, mas defendem as cotas como ferramenta para valorização da escola pública e diminuição da desigualdade.
Para ler o artigo completo de Najla Passos clique aqui

O fetiche cruel do “Ouro Olímpico”

É possível acompanhar os Jogos Olímpicos de duas maneiras. A primeira é a certa: você presta atenção nos atletas e torce por boas performances. Você os vê chorar e se abraçar de felicidade ou olha feio por um mau desempenho. Você simpatiza com eles como seres humanos e debate se Michael Phelps é o melhor atleta olímpico de todos os tempos ou apenas o melhor nadador. Você pensa sobre doping mas tenta acreditar que as agências esportivas o mantêm mais ou menos sob controle.
E também há o meu jjeito de assistir à Olimpíada: como um estudo estatística sobre geopolítica e políticas públicas destrutivas. Os indivíduos importam, até certo ponto – mais como produtos do sistema do que como personalidades distintas. Admiro o desempenho do chinês Ye Shiwen, mas me pergunto mais sobre por que os técnicos de natação do país recebem quase tanto quanto os investimentos do governo central gasta com a preservação da cultura popular, quase morta no país. Acho que Phelps é um grande espécime físico, mas me pergunto por que os norte-americanos ficam cada vez mais gordos. E olho com espanto o repentino crescimento da Grã-Bretanha no quadro de medalhas – o conto de fadas de um país com complexo de inferioridade que decidiu gastar enormes quantias de dinheiro em chamar a atenção das elites esportivas: a inveja do pênis moderna.
Para ler o texto completo de Ian Johnson clique aqui

"Todas Elas juntas Num Só Ser" - LENINE

Não canto mais Babete nem Domingas,
nem Xica nem Tereza,de Ben Jor;
nem Drão nem Flora,do baiano Gil,
nem Ana nem Luiza,do maior;
já não homenageio Januária,
Joana,Ana,Bárbara de Chico;
nem Yoko,a nipônica de Lennon,
nem a cabocla de Tinoco e de Tonico.
Nem a tigresa nem a Vera Gata
nem a branquinha de Caetano;
nem mesmo a linda flor de Luiz Gonzaga,
Rosinha,do sertão pernambucano;
Nem Risoflora,a flor de Chico Science,
nenhuma continua nos meus planos;
nem Kátia Flávia,de Fausto Fawcett;
nem Anna Júlia do Los Hermanos.
Só você,
hoje eu canto só você;
só você
que eu quero porque quero,por querer.
Não canto de Melô Pérola Negra,
de Brown e Herbert,nem uma brasileira;
De Ari,nem a baiana nem Maria,
nem a Iaiá também,nem minha faceira;
de Dorival,nem Dora nem Marina
nem a morena de Itapoã;
divina garota de Ipanema,
nem Iracema,de Adoniran.
De Jackson do Pandeiro,nem Cremilda;
de Michael Jackson,nem a Billie Jean;
de Jimi Hendrix,nem a doce Angel;
nem Ângela nem Lígia,de Jobim;
nem Lia,Lily Braun nem Beatriz,
das doze deusas de Edu e Chico;
até das trinta Leilas de Donato
e da Layla,de Clapton,eu abdico.
Só você,
canto e toco só você;
só você,
que nem você ninguém mais pode haver.
Nem a namoradinha de um amigo
e nem a amada amante de Roberto;
e nem Michelle-me-belle,do beattle Paul,
nem Isabel - Bebel - de João Gilberto;
nem B.B.,la femme de Serge Gainsbourg,
nem,de Totó,na malafemmená,
nem a Iaiá de Zeca Pagodinho,
nem a mulata mulatinha de Lalá;
e nem a carioca de Vinícius
e nem a tropicana de Alceu
e nem a escurinha de Geraldo
e nem a pastorinha de Noel
e nem a namorada de Carlinhos
e nem a superstar do Tremendão
e nem a malaguenha de Lecuona
e nem a popozuda do Tigrão.
Só você,
hoje elejo e elogio só você;
só você,
que nem você não há nem quem nem quê.
De Haroldo Lobo com Wilson Batista,
de Mário Lago e Ataulfo Alves,
não canto nem Emília nem Amélia,
nenhuma tem meus ''vivas'' e meus ''salves''!
E nem Angie,do stone Mick Jagger;
e nem Roxanne, de Sting, do Police;
e nem a mina do mamona Dinho
e nem as mina ? pá! - do mano Xiz!
Loira de Hervê,Loira do É O Tchan,
Lôra de Gabriel,o Pensador;
Laura de Mercer,Laura de Braguinha,
Laura de Daniel,o trovador;
Ana do Rei e Ana de Djavan,
Ana do outro Rei,o do Baião;
nenhuma delas hoje cantarei,
só outra reina no meu coração:
Só você,
rainha aqui é só você;
só você,
a musa dentre as musas de A a Z.
Se um dia me surgisse uma moça
dessas que,com seus dotes e seus dons,
inspira parte dos compositores
na arte das palavras e dos sons,
tal como Madallene,de Jacques Brel
ou como Madalena,de Martinho
ou Mabellene e a sixteen de Chuck Berry
ou a manequim do tímido Paulinho
ou como,de Caymmi,a moça prosa
e a musa inspiradora Doralice;
se me surgisse uma moça dessas,
confesso que eu talvez não resistisse;
mas,veja bem,meu bem,minha querida,
isso seria só por uma vez.
Uma vez só em toda a minha vida,
ou talvez duas,mas não mais que três!
Só você,
mais que tudo é só você;
só você,
as coisas mais queridas você é:
Você pra mim é o sol da minha noite,
é como a rosa luz de Pixinguinha;
é como a estrela pura aparecida,
a estrela a refulgir do Poetinha;
você,ó floré como a nuvem calma
no céu da alma de Luiz Vieira;
você é como a luz do sol da vida
de Stevie Wonder,ó minha parceira.
Você é pra mim o meu amor
crescendo como mato em campos vastos;
mais que a Gatinha pra Erasmo Carlos,
mais que a cigana pra Ronaldo Bastos,
mais que a divina dama pra Cartola,
que a domna pra Ventadorn,Bernart;
que a Honey Baby para Waly Salomão
e a Funny Valentine para Lorenz Hart!
(2x)Só você,
mais que tudo e todas,é só você;
só você
que é todas elas juntas num só ser!

Veja a interpretação de Lenine no vídeo aqui

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Nem dez Benjamins melancólicos

O ensaio “A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica”, do enorme e admirável intelectual Walter Benjamin, se trata de um texto quase ingênuo, inscrito na pré-história da nossa inocência crítica e que deve ser arquivado na estante mental de cada um de nós como obra de classificação da fase romântica da nossa superestrutura intelectual. A arte de fato não morreu, virou a purpurina da mercadoria que brilha no azul da nossa alienação infinita. Nem dez Benjamins melancólicos poderiam prever o que nos aconteceu.
O artigo de Cristóvão Feil pode ser lido aqui

Papa tenta enquadrar as Universidades Católicas

As medidas são duras. Num ato bombástico, anunciado em 21 de julho por seu próprio secretário de Estado, Tarcísio Bertone, o Vaticano decidiu romper com a Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP). Quer impedi-la de conservar os nomes “Católica” e “Pontifícia”, pelos quais é conhecida há quase cem anos. Apoiando-se no contrato de doação do terreno, que previa sua destinação exclusiva para a construção e manutenção de uma universidade católica, a Igreja pretende, após a retirada unilateral do título, apoderar-se de seu patrimônio — inclusive prédios e o terreno do campus.
As decisões foram adotadas em sintonia com a Arquidiocese de Lima e seguem-se a visitas realizadas à instituição no final de 2011. Nelas, os inspetores papais teriam constatado que professores e alunos da PUCP mantêm diferenças ideológicas com as posições defendidas pela Igreja Católica…Divergir do Vaticano seria suficiente para desencadear reação tão drástica? Estariam também ameaçadas, então, universidades católicas que ocupam papel destacado na produção do conhecimento, em todo mundo? Infelizmente, a resposta a estas duas questões parece ser sim.
Para ler o texto completo de Hugo Albuquerque clique aqui

América Indígena, precursora do mundo 2.0

A economia compartilhada está em alta. O croud sourcing (compartilhar um trabalho colaborativo com uma multidão que atua em rede) já é conhecido. O croud funding (financiamento coletivo) chegou com muita força em setores como a cultura. A sociedade P2P (peer-to-peer, de pessoa a pessoa) — mais horizontal, participativa e menos fixada em retribuições econômicas, como definem Yochai Benkler ou Michel Bauwens — ilumina o túnel, como uma das possíveis saídas pós-capitalistas. O commons – o bem comum e os bens coletivos – está em pauta. O co-working já não é tendência: é realidade. Infelizmente, há quem só acredite nessas novas práticas e realidades se um guru do Vale do Silício fala sobre elas. E se existe um termo em inglês…
Surpresa: se estudarmos as práticas da América pré-colombiana veremos que todos os indígenas praticavam o crowd funding, crowd sourcing ou as dinâmicas participativas da era 2.0. A chegada dos povos africanos, com uma forte origem coletiva, também transformou a América (principalmente a latina) em um grande território do comum (commons territory, para aqueles que preferirem). A América pré-capitalista era chic, cool e 2.0, não é mesmo? E ainda é. Os indígenas anteciparam-se em vários séculos no que diz respeito à chamada economia do compartilhamento (sharing economy). A mega crise mundial está pressionando a produção a uma mudança irreversível. E o pós-capitalismo tem algumas de suas raízes naquele pré-capitalismo da América indígena.
Nota aos incrédulos: preparei uma rápida revisão de alguns termos e práticas colaborativas dos povos indígenas da América Latina. Que cada um complete e atualize a lista como queira, porque sem dúvida é apenas uma aproximação.
Para ler o texto completo de Bernardo Gutierrez clique aqui

NOAM CHOMSKY: Como a Carta Magna se tornou uma carta menor (I)

Em algumas gerações chegaremos ao milênio da Carta Magna, um dos grandes acontecimentos no estabelecimento dos direitos civis e humanos. Não está claro ainda se haverá motivo para celebração. E isso deveria ser objeto de grave e imediata preocupação. Não é uma perspectiva atraente caso persistam as atuais tendências de ataque e destruição de direitos. O certo é que ainda há um longo caminho para se realizar a promessa da Carta Magna.
O artigo é de Noam Chomsky e pode ser lido aqui

Os Moçambicanos e a Maldição dos Recursos Naturais

Recentemente estiveram entre nós, ao mesmo tempo, dois renomados académicos. O primeiro é o prémio Nobel de Economia de 2001, Joseph Sitglitz, que deu uma concorrida palestra sobre como Moçambique pode evitar a maldição dos recursos naturais. O segundo é o sociólogo português Boaventura Sousa e Santos, que proferiu algumas palestras e posteriormente escreveu um artigo de opinião, também sobre o mesmo assunto, largamente difundido pela imprensa local e igualmente comentado. Entre assuntos como rent-seeking, doença holandesa e o papel das instituições e das elites, os ilustres académicos juntaram-se a outros especialistas que ultimamente têm se dedicado à uma actividade muito conspícua por estas bandas: falar e dar conselhos sobre como tirar proveito do boom de recursos naturais e/ou evitar a maldição da abundância.
Para ler o texto completo de José Jaime Macuane clique aqui

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