terça-feira, 7 de agosto de 2012

JORNAL NACIONAL: O julgamento do mensalão e o Supremo Tribunal da Mentira

Porque somos desiguais, num mundo desigual, em diálogo com o livro O desentendimento: política e filosofia (1996), do filósofo francês Jacques Rancière (1940), parto do argumento de que existe política quando o dissenso emerge entre desiguais, provocando-os a produzir a justiça da igualdade de direito entre ambos, sem distinção econômica, de gênero, de classe, epistemológica, étnica ou qualquer outra. Existe política, quando o embaraço de uma pessoa que não tem ou não pode algo, inferiorizando-se por isso, embaralha a organização jurídica (ou social, ou estética, ou tecnológica) que torna possível uma pessoa qualquer ter e poder mais que outrem.
Existe, pois, política quando o dissenso é assumido integralmente como o digno caminho da igualdade e da justiça. Quando, por outro lado, o desentendimento é evitado, desvalorizado, reprimido, a política decai e emerge a polícia. Enquanto, portanto, a política constitui o poder do dissenso pelos desiguais; a polícia, pelo contrário, é o poder do consenso produzido policialmente contra algo ou alguém considerado desigual, logo inferior, bastardo, vil, pária. A polícia existe para, nesse sentido, calar a política com o objetivo de evitar, através da força, o surgimento do embaraçoso dissenso dos desiguais, quando se agitam em nome da igualdade econômica, de gênero, étnica, estética, educacional – quando se agitam, enfim, porque não concordam com a ordem policial que os torna desiguais, inferiores.
Pra ler o texto completo de Luis Eustáquio Soares clique aqui

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