sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Geoengenharia pretende controlar clima na Terra

As alterações climáticas no planeta, que se fazem sentir cada vez mais, levam a refletir sobre a necessidade de tentar controlar o clima em geral. Os cientistas propõem métodos diversos para moderar o tempo meteorológico com uma facilidade idêntica à de regular um ar condicionado. Os ecologistas receiam, contudo, que tal intervenção humana possa vir a acarretar graves consequências.
Para ler o texto completo de Svetlana Kalmykova clique aqui

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Violências invisíveis

Como o atual modelo de desenvolvimento, adotado não apenas no Brasil, mas também em outros em países, afeta a dignidade humana? A questão do modelo neoextrativista de desenvolvimento, a violência intrínseca a ele, o consumo e a questão indígena brasileira, temas entrelaçados, são estudados e discutidos pela professora e pesquisadora em Sociologia do Consumo Luciane Lucas dos Santos. Carioca com doutorado em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela hoje é pesquisadora pós-doc no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, em Portugal, e em junho esteve em São Paulo, onde conduziu o 105º Fórum do Comitê de Cultura de Paz, parceria Unesco-associação Palas Athena.
Nesta entrevista, Luciane Lucas dos Santos aborda as inúmeras formas de violência presentes no nosso cotidiano e como a sociedade de consumo e o modelo de desenvolvimento nutrem a invisibilidade desses fenômenos.
Para ler a entrevista de Luciane Lucas dos Santos clique aqui 

Os fins do mundo

Não pense o leitor que, com este título, pretendo discorrer sobre as finalidades da Terra, sobre o plano de Deus para o nosso planeta. Não se sabe qual o objetivo de Deus nem do nosso diminuto e insignificante mundo quando ele surgiu. O único conhecimento que temos é sobre seu fim, daqui a 5 bilhões de anos. O que se pretende abordar neste artigo são os finais naturais possíveis para a Terra entre os dias atuais e o seu final infeliz.
Deixo bem claro que a humanidade pode provocar um estrago muito profundo no planeta, alterando radicalmente suas condições climáticas, condenando muitas espécies à extinção, acidificando os oceanos, destruindo os ecossistemas terrestres nativos etc. Mas não pode detonar a Terra, nem mesmo usando todo seu arsenal nuclear. Embebida numa cultura materialista, imediatista, individualista e gananciosa, a humanidade é muito forte para mudar as condições ambientais do Holoceno, criadas por mudanças naturais, porém muito fraca para esfarelar a Terra e inviabilizar sua regeneração.
Para ler o texto completo de Arthur Soffiati clique aqui

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A indústria química, os agrotóxicos e a loucura

wikimedia commons
Este é um ramo industrial, formado por oito grupos, desde a produção de químicos básicos, farmacêuticos, higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, adubos e fertilizantes, agrotóxicos, sabão e detergentes, tintas, esmaltes e vernizes e fibras artificiais e sintéticas. Faturou no mundo US$3,4 trilhões em 2010. No Brasil pouco mais de US$100 bilhões. As vendas globais da indústria química como um todo são divididas da seguinte forma: 37% para os produtos químicos básicos, 30% para os produtos das ciências da vida (fármacos e agroquímicos), 23% para as chamadas especialidades – tintas e cosméticos e 10% para produtos de consumo. Para um PIB mundial de US$70 trilhões, as vendas da indústria química representam 4,8%. O Brasil ainda importa a maioria dos produtos, o que custou no ano passado quase US$20 bilhões.
O histórico da indústria química está ligado à Alemanha. Não somente pelas descobertas, como a síntese da amônia (NH3), para uso em fertilizantes, ou a criação da aspirina, cuja patente ocorreu em 1899. Em 1860, foi criada a empresa BASF – Badische Anilin und Soda Fabrick (Fábrica de Baden de Anilina e Soda), em Mannhein. Em 1863, o comerciante de corantes Friedrich Bayer e o mestre-tintureiro, Johann Weskott, instalaram uma pequena fábrica para produzir corantes artificiais para tingimento de tecidos. Assim nasceu a Bayer, que em 1896 se instalou no Brasil. Em 1922 criaram o slogan “se é Bayer é bom”.
Para ler o texto completo de Najar Tubino clique aqui

Ku Klux Klan: ascensão, queda e atual sobrevivência da mais radical sociedade de ódio americana

Tímido, na infância, o menino Tim McVeigh, era vítima de bullying. Para evitar ao máximo as provocações, fechou-se ainda mais em um mundo próprio, onde criava planos de vingança contra outras crianças. Quando estava com 10 anos, seus pais se divorciaram e ele foi afastado das duas únicas irmãs. Mais ou menos nessa época seu avô lhe ensinou a atirar. Na adolescência, gostava de exibir suas armas de fogo no colégio. Logo começou a ler revistas como Soldier of Fortune, a bíblia dos mercenários. Adulto, entrou para o Exército e passou a frequentar células da Ku Klux Klan. Lutou e foi condecorado na Guerra do Golfo. Quando voltou para os EUA, tentou ingressar nas Forças Especiais, mas foi reprovado pelo exame psicológico. Em 31 de dezembro de 1991, deixou a carreira militar. Pouco mais de três anos depois, em 19 de abril de 1995, aos 26 anos, McVeigh estacionou uma van alugada diante do edifício federal Alfred P. Murrah, em Oklahoma. Deixou o lugar a bordo de seu carro, que havia parado previamente ali. Às 9h02 o utilitário explodiu. A mistura de fertilizante, óleo diesel e produtos químicos destroçou a fachada do prédio. No maior atentado terrorista praticado por um americano na história dos EUA, 168 pessoas morreram, incluindo 19 crianças. Uma hora e meia depois, a polícia prendeu o ex-militar, que dirigia sem licença e portava uma arma não registrada. O FBI investigou o passado do suspeito, que anos antes havia sido advertido por superiores ao comprar uma camiseta com os dizeres White Power (poder branco), durante uma manifestação da KKK. McVeigh confessou que colocou a bomba como forma de protestar contra a intromissão demasiada do Estado na vida dos cidadãos: o então presidente Bill Clinton queria aumentar o controle sobre o porte de armas.
Para ler o texto completo de Fernando Duarte clique aqui

CINEMA: Como aprendi a começar a me preocupar e parar de amar a bomba

Filme do diretor Stanley Kubrick critica Guerra Fria por meio do humor absurdo

Filme de Kubrick que parodia guerras, governos e bombas continua atual cinquenta anos após lançamento

Existe algum tipo de estranho amor entre a humanidade e o aparentemente inescapável desejo por guerra. Seja com aviões copulando em pleno ar, casos com secretárias ou nomes ambíguos, o filme Dr. Strangelove: Or How I Learned to Stop Worrying and Start Loving the Bomb (traduzido para Dr. Fantástico no Brasil) descreve essa relação um tanto obscura, mas potencialmente perigosa. Lançado em 29 de janeiro de 1964 e recheado de ótimas atuações e sátiras, uma das obras-primas de Stanley Kubrick ainda tem o que dizer meio século depois.
Por que é a guerra o maior prazer do homem? O escritor norte-americano Walker Percy fez a pergunta em 1975, em seu livro Message in the Bottle. Doze anos antes, Kubrick e seu sócio Jones Harris estavam tentando criar um screenplay para um filme baseado em um livro chamado Red Alert, de Peter George (mal sabiam eles que o livro já havia sido distribuído pelo Comitê do Pentágono para Mísseis Balísticos). Os drinques durante a noite, no entanto, deixaram a dupla com a impressão de que nada além de humor deveria ser o objetivo de sua empreitada. Em tempos de um possível holocausto nuclear e tendo lido mais de cinquenta livros sobre questões nucleares, como explica o crítico Alexander Walker no making of do filme, os artistas queriam expressar o modo pelo qual pessoas aceitavam fatalistamente seu destino – e escolheram fazer isso retratando possibilidades absurdas dentro de contextos realistas.
Para ler o texto completo de Ana Carolina Marques clieqe aqui

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Os errantes no inferno de Dante

John Lavall
A cada 11 minutos uma pessoa desaparece no Brasil. Essa tortuosa realidade ainda faz vítimas outras 40 mil famílias, porque desaparecem anualmente no Brasil 40 mil crianças. Os motivos: tráfico de crianças por quadrilhas que atuam em todo o território nacional e também internacional, com objetivo de vender seus órgãos ou para trabalho escravo, prostituição e adoção ilegal. O número de refugiados e deslocados por guerras no mundo supera os 45 milhões de pessoas, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas, no “Relatório Tendências Globais” de 2012.
De 2011 para 2012, 2,6 milhões de novos refugiados e deslocados se somaram aos já existentes 42,5 milhões, sendo que 28,8 milhões de pessoas foram forçadas a fugir dentro das fronteiras de seus países. Desse total, 15,4 milhões obtiveram o status de refugiados em outros lugares. O Afeganistão lidera a lista dos refugiados há mais de três décadas e registrou em 2012, 2,5 milhões de refugiados. Um em cada quatro refugiados no mundo é afegão, e a grande maioria reside no Paquistão e no Irã. A Somália está em segundo lugar com 1,1 milhão de refugiados e o Iraque em terceiro lugar com 746 mil refugiados. A média de deslocados por guerras é de três mil por dia, o maior índice em 18 anos.
Para ler o texto completo de Najar Tubino clique aqui

'PROVOCAÇÕES': O pan-provocador Antônio Abujamra

Com ele não é fácil. É uma no cravo e outra na envergadura. Bocudo e extremamente lúcido. Fora do sério é fora de série. Figura meio Mefistófeles, meio gnomo, meio homem-rã. Incrível no crível. Boca do inferno uma ova: a unanimidade é turva. Se as uvas estão verdes, ele é raposa de spotlight. Mussumnaímico. Um Adoniran de rédeas soltas. Chulo nos chistes, sério no improviso, alegre, topa tudo por encrencas das grossas. Sorte nossa.
Para alguns, ele não existe de verdade. É fotomontagem. Para outros, é desbocado no seu talk-showAvis rara. Quase uma bananeira que já deu goiaba. Perigoso no seu tatami-palco. Sob holofotes, só se salva pelo fogo-fátuo. Com provocações, torna inteligente a tevê burra-decadente. Periga ver.
Ama ser odiado. Imaginação superior. Canastrão de ofício. Self-service. Mas nada ególatra feito um tapuia depois da lepra. A palavra é sua navalha na acne. É um palcoator. Inteiriço é o signo de uma geração. Existem ostras? Efêmero pela própria desnatureza. Julga-se um armário de coisas embru/tecidas... Acredite, se quiser. A coxilha por testemunha.
Respostas prontas. Fala antes de pensar. Aliás, fala antes de falar. Se não fosse ele, estaria órfã a TV Cultura(ideias, ideias). De longe cheira seda nova. De perto, sai de baixo. Um velho que oxigena ideias novas. Um atorapresentador que, aleluia, Brecht, faz sentido.
Para ler o texto completo de Silas Correa Leite clique aqui

MULHERES NO JORNALISMO: Quando as críticas se reduzem a ofensas machistas

Em 2009, escrevi um artigo de capa para a revista Wired sobre o movimento antivacina e um perfil de Paul Offit, um dos principais defensores da vacinação infantil. Offit é homem. Eu sou mulher. Isso foi motivo suficiente para que as coisas ficassem feias.
Nos comentários do site e por e-mail, fui chamada de prostituta e também daquela outra palavrinha que começa com “P”. J.B. Handley, um crítico da vacinação infantil e fundador do grupo sobre autismo Generation Rescue, juntamente à atriz Jenny McCarthy, enviou-me um artigo intitulado “Paul Offit estupra (intelectualmente) Amy Wallace e a revista Wired” (em tradução livre). Nele, Handley sugeria que meu entrevistado havia me dado um “Boa noite, Cinderela”. [Posteriormente, o artigo foi modificado por J.B. Handley. Em um comentário de seu blog, ele explica os motivos da edição e da mudança no título.] Mais tarde, um site antivacinação fez uma montagem no Photoshop colando minha cabeça no corpo de uma mulher com um vestido tomara-que-caia ao lado do Dr. Offit em uma mesa de jantar festivo. O prato principal? Um bebê.
Pensei nisso no início deste mês, quando vi mais um trabalho no Photoshop. Um grupo chamado Food Democracy Now (FDN) ficou insatisfeito com um artigo publicado no New York Times sobre as audiências públicas a respeito de uma proposta de proibição de organismos geneticamente modificados (OGM) no Havaí; o artigo apontou que muitos dos argumentos antiOGM ignoravam a ciência. Em resposta, o FDN cortou a cabeça da autora do artigo, Amy Harmon, e a colou na imagem de uma mulher usando maiô com estampa de leopardo.
Para ler o texto completo de  Amy Wallace clique aqui

RISO & GARGALHADA: A piada que não ofende

Mês sim, mês não, alguém tenta processar um comediante por conta de piadas que considerou ofensivas. Tenho visto várias manifestações sobre o tema, de gente que acha que tudo pode até gente favorável a censuras. Como escrevi antes, em grande parte das vezes o maior o problema não é o tema – o problema é que as piadas são sem graça. Do que tenho visto, a maior parte das contestações (quase todas) atingiu piadas fracas. Talvez isso aconteça porque quando a coisa é engraçada para valer fica chato entrar com um processo. Pega mal.
De qualquer modo, vale a pena conhecer alguns estudos sobre o humor e ofensa. Sim, a graça – ou falta dela – é tópico de estudos acadêmicos mundo afora, e uma das teorias mais influentes hoje em dia é que achamos divertido aquilo que representa uma “violação benigna”. O material tem que ser ofensivo em algum nível para ser fazer rir, mas numa intensidade equidistante entre a agressão e o bom mocismo. Encontrar esse distanciamento ideal – que pode ser geográfico (desgraças longe agridem menos), psicológico (se não nos toca diretamente é mais raro se ofender) ou temporal (se faz tempo que aconteceu, já dá para rir) – seria o real talento dos humoristas.
Para ler o texto completo de Daniel Martins de Barros clique aqui

A inclusão social pelo consumo

A sociedade brasileira projetou a realização social no conforto, no luxo, em bens de consumo prestigiosos. Há melhor símbolo disso do que a profusão de iPhones? Eles não se limitam a dar prazer. Eles nos realizam. Melhor dizendo: é o prazer que nos realiza. Mas esta visão do mundo, tão frequente no Brasil, não é nada óbvia. Um francês imbuído do valor da educação, um alemão formado na convicção do dever, um inglês convencido do valor ético do trabalho dificilmente enxergariam as coisas assim. Mas, aqui, é muito forte a ideia de que pelo prazer se vence. Basta ligar a rede Globo, qualquer dia deste mês, em torno das 23 horas, para ver isso, parte ao vivo, tudo em cores.
Volto a comentar os rolezinhos. Eles foram uma surpresa pelo timing e pela dimensão, mas prolongam algumas tendências de nossa sociedade que não deveriam nos surpreender. As manifestações de 2013 foram uma exceção, como as Diretas-Já em 1984 e o impeachment de Collor, em 1992, espaçados momentos em que a cidadania toma o espaço público para defender a coisa pública. O rolezinho é político, mas porque tem um significado político, não porque se expresse em termos políticos. Ele responde a uma nossa tendência, para o mal – e para o bem –, que é carnavalizar.
Na sua melhor versão, é Oswald de Andrade, no Manifesto Antropófago, de 1929: “A alegria é a prova dos nove”. Naquela época, dizia-se que o Brasil era fruto de “três raças tristes”, o português, o negro e o indígena. Oswald rompia com esse mito de uma tristeza originária. Contestava a herança jesuítica e religiosa da colônia. Abria lugar para o carnaval, a festa, as paixões alegres.
Para ler o texto completo de Renato Janine Ribeiro clique aqui

Leia também o texto “Rolezinho e roleta-russa” de Eugênio Bucci clicando aqui

Leia também o texto “Racismo” de Carlos Tautz clicando aqui

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Federalismo mundial: uma proposta política ou uma utopia social?

O futuro das relações políticas humanas é uma incógnita. As possibilidades de cenários políticos variam desde um governo mundial até o separatismo, a fragmentação das nações e o desmantelamento da autoridade centralizada. Um governo mundial sugere duas visões em extremos opostos: uma assustadora tirania planetária, burocratizada e tecnocrática, e no outro extremo, a visão de um futuro de ouro para a humanidade, com um governo central e com autonomia das comunidades locais. Há resistências a um governo mundial ou a uma governança global, seja em que formato for – um império unitário, uma confederação de nações, uma federação. Estados-nação e governos nacionais resistem em abrir espaços e em admitir a possibilidade de uma governança global. Entre outros motivos, tal resistência se deve ao valor que conferem à soberania e à segurança nacional. Assim, nos encontros e conferências internacionais, os representantes oficiais de governos não se consideram mandatados. Sua atitude mais comum tem sido a de resistir a tal possibilidade. Há, também, para aqueles que se consideram realistas ou pragmáticos, a descrença na possibilidade de se evoluir nessa direção, considerada utópica, irrealista, idealista, radical, ousada.
Para ler o texto completo de Mauricio Andres Ribeiro clique aqui

A destruição da infância

Crianças estão mais fracas por ficar presas em casa, diz pesquisa
Está acontecendo algo sobre o qual não se comenta muito nos fóruns midiáticos e políticos do país (Espanha), e que está causando impacto enorme na qualidade de vida em nosso presente e em nosso futuro. Estou me referindo à grande deterioração do meio cultural no qual a criança está submersa. Um indicador disso, entre outros, é o mundo midiático ao qual as crianças estão expostas. E não me refiro somente ao número de horas que passam diante da televisão ou de outras mídias de entretenimento, o que continua sendo um problema grave (nos Estados Unidos, onde este tipo de estudo é sistematicamente realizado, o tempo de exposição subiu de uma hora e meia nos anos 1970 para cerca de quatro horas atualmente). Estou me referindo, além do tempo de exposição, à evidente deterioração dos conteúdos de produção midiática. A destruição no conteúdo educativo dos programas televisivos ou dos videogames tem sido eminente, com um aumento notável da promoção do consumismo, do individualismo, da violência, do narcisismo, do egocentrismo e do erotismo como instrumentos de manipulação.
Para ler o texto completo de Vicenç Navarro clique aqui

domingo, 26 de janeiro de 2014

Como a indústria farmacêutica manipula testes de medicamentos

CETA
Já prescrevi a reboxetina. Outros medicamentos nada tinham feito pelo meu paciente, de forma que queríamos experimentar algo novo. Tinha lido os dados do ensaio antes de passar a receita, e só encontrei provas bem desenhadas, imparciais e com resultados muito positivos. A reboxetina foi melhor que o placebo, e tão boa quanto qualquer outro antidepressivo em comparação um a um. O seu uso é aprovado pela Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos Sanitários (MHRA), que regula todos os fármacos no Reino Unido. Milhões de doses são anualmente prescritas em todo o mundo. A Rreboxetina aparecia claramente como um tratamento seguro e eficaz. O paciente e eu discutimos brevemente as evidências, e concluí que era o tratamento adequado para fazer outra tentativa. Assinei uma receita.
Mas ambos tínhamos sido enganados. Em outubro de 2010, um grupo de pesquisadores finalmente foi capaz de reunir todos os dados que haviam sido recolhidos para a reboxetina, tanto dos ensaios publicados como dos que nunca tinham aparecido em publicações académicas. Quando todos estes dados se juntaram, produziu-se uma imagem impactante. Tinham sido realizados sete ensaios comparando a reboxetina e um placebo. Só um, levado a cabo em 254 pacientes, teve um resultado claro, positivo, e foi publicado numa revista académica para a leitura por médicos e pesquisadores. Mas outros seis ensaios foram realizados em quase dez vezes mais pacientes. Todos mostraram que a reboxetina não era melhor que uma pílula de açúcar. Nenhum foi publicado. Eu não tinha nem ideia de que existiam.
Para ler o texto completo de Ben Goldacre clique aqui

Dez interessantes documentários que irão mudar seus hábitos alimentares

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Acredito que o ser humano se condiciona a determinados hábitos para facilitar a sua vida diária na sociedade. Criamos rotinas, processos e conceitos sociais para vivermos de forma harmoniosa entre nossos pares e para usufruir de um convívio pacífico e prazeroso. Muito do que fazemos são heranças atávicas de como os nossos pais nos criaram e dos valores que nos foram passados durante a nossa infância. E essa cultura e seus valores estão impregnados no nosso inconsciente, fazendo com que nos comportemos de uma ou de outra maneira. De certa forma, agimos e tomamos decisões nas nossas vidas baseados em crenças e valores das quais não temos consciência e não discernimos.
Assim, a nossa relação com a comida é também exercida, na sua maior parte, de maneira inconsciente. A mesa não é apenas um local para nos abastecer nutritivamente, mas um local de convívio importante. Um local de encontros familiares ou encontro com os amigos. Também é um local para relaxar e se desligar do trabalho, seja sozinho, com uma boa conversa, ouvindo uma música ou um noticiário, ou assistindo à televisão. Nesse sentido, a comida é um elemento agregador e de apaziguamento interno.
A comida também serve como um refúgio psicológico contra o estresse. Para algumas pessoas, quanto mais estressados e ansiosos, maior o desejo de comer. Assim, a comida funciona com uma válvula de escape para as nossas frustrações diárias.
A nossa relação atávica e social com a comida não se refere só à forma em que nós comemos, mas, principalmente, ao que comemos. Desde pequeno, ouve-se que uma criança saudável é aquela gordinha e bochechuda. Já, na mais tenra idade, o indivíduo cria estereótipos que vão se perpetuar ao longo da sua vida. Um docinho como prêmio por ter comido todo o prato, um sorvete pelo mérito de alguma conquista, um lanche em uma franquia fastfood midiática, no final de semana, para sair da monotonia doméstica. Mensagens subliminares que vão sendo incorporadas a nossa percepção sobre alimentação e sobre a nossa relação com a comida.
Dessa forma, chegamos a práticas alimentares que destoam, verdadeiramente, do que o nosso corpo está apto a receber. Somos produtos daquilo que ingerimos, seja mental ou fisicamente, portanto aquilo que lemos, assistimos, ouvimos e comemos é causa, na razão direta, daquilo que nos tornamos. Devemos analisar o tipo de alimento que estamos ingerindo e repensar, distante dos nossos atavismos e das nossas conveniências sociais, o que é melhor para o nosso corpo. Hoje, 33% das crianças brasileiras pesam mais do que deviam e, pela primeira vez, essa geração de crianças vem apresentando sintomas de doenças que só existiam anteriormente em adultos.
Longe de querer doutrinar ou propagar ideais vegetarianos ou de qualquer outra forma, penso que o dialogo, mais do que as disputas de filosofias e crenças pessoais, é extremamente relevante. Nunca fiz, nem acredito que regimes, em sua conotação estrita, funcione a longo prazo. Mas, creio que possamos melhorar nossos hábitos alimentares diários. Também entendo que não há uma “receita de bolo” para todos os indivíduos, mas acho que podemos tirar proveito da quantidade e qualidade (tem que filtrar muita coisa!) de informações que estão disponíveis nas livrarias, locadoras e na internet, e nos questionar sobre aquilo que realmente é importante para nós. Hoje, podemos agir melhor informados, diferentemente do que fomos “programados” a pensar durante a nossa vida, seja através da nossa cultura familiar, nossa cultura social, de uma cultura médica totalmente descompromissada ou das informações midiáticas da nossa indústria de alimentos. Podemos discernir melhor sobre o que é importante para uma criança e para um adulto ingerir.
Abaixo, segue a relação dos dez documentários que achei mais interessantes. Alguns desses documentários estão disponíveis nos seus próprios sites e outros se encontram facilmente no youtube ou por outros meios na internet. Boa sorte!
Veja os dez documentários sugeridos por Constantino Oliveira clicando aqui

Ladislau Dowbor sobre os rolezinhos

Ladislau Dowbor

Professor analisa motivações dos jovens e aponta agressividade dos shoppings e suas marcas luxuosas.
Com o humor e a irreverência de sempre, o economista e professor da PUC-SP Ladislau Dowbor falou ao Jornal da Cultura nesta segunda-feira (20.01) sobre os rolezinhos. Disse considerar a instalação de ilhas de riqueza com grifes internacionais na Zona Leste de São Paulo “francamente patológica” – pois uma empresa deve servir a comunidade onde se instala. E concluiu: “Um país onde os jovens não se mobilizam, isso sim, preocupa. Que se mobilizem, e boa briga!”
Para ver a fala de Ladislau Dowbor clique aqui

Dependência de drogas: o problema é a gaiola

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Ao estampar em sua capa, na última quinta-feira (16/1), a imagem de uma paciente do novo programa para usuários de drogas de S. Paulo fumando crack após o trabalho, a Folha de S. Paulo praticou um atentado à privacidade da pessoa em tratamento médico, desencadeando crise de choro e revolta. E foi além. Na tentativa de “demonstrar” uma tese conservadora (a de que as terapias humanizadas são ineficazes para dependentes de drogas), ele ignorou um experimento científico realizado há mais de trinta anos. Já no final da década de 1970, o psicólogo canadense Bruce Alexander demonstrou que a socialização é, claramente, o melhor caminho (se não o único) para enfrentar a dependência química. Sua pesquisa, que passou a influenciar profissionais de saúde em todo o mundo, está descrita até em formato de quadrinhos – inclusive traduzidos para o português (veja-os ao fim deste post). O fato de prevalecer até hoje, entre os velhos jornais brasileiros, a velha crença em métodos de punição e encarceramento só demonstra o atraso destas publicações.
Para ler o texto completo de Cauê Seignermartin Ameni clique aqui

Leia o texto "Drogas: chegou a vez do México legalizar?" de Pierre Charasse clicando aqui


Por que a Síria pode incendiar o Oriente Médio

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Imagem: Henri RousseauGuerra (1894)

Houve um tempo em que todos, ou quase todos os atores no Oriente Médio, tinham posições claras. Era possível antecipar, com alto grau de êxito, como este ou aquele ator reagiria a qualquer fato novo. Este tempo passou. Se examinarmos a guerra civil na Síria, perceberemos rapidamente não apenas que cada ator estabelece para si mesmo um largo leque de objetivos, mas também que cada um está envolvido em debates internos ferozes, sobre que posição deveria adotar.
No próprio interior da Síria, a situação oferece três opções básicas. Há quem apoie, por diversas razões, a manutenção do regime hoje no poder. Há os que desejem a chamada “solução salafista, na qual alguma forma de regime da sharia islâmica se estabelece. E existem os que não querem nenhum destes desfechos, preferindo uma solução em que o regime de Assad é derrubado mas não se instala, em seu lugar, um regime salafista.
Para ler o texto completo de Immanuel Wallerstein clique aqui

Conexões Globais: Por que o Brasil deveria dar asilo a Snowden

Roberto Brilhante
Porto Alegre - Nesta sexta-feira, 24/01, ocorreu como parte do Conexões Globais o diálogo “Soberania Digital e Vigilância na Era da Internet”, que reuniu figuras destacadas do debate sobre os meios digitais como Sérgio Amadeu, professor da Universidade Federal do ABC; Demi Getschko, considerado um dos “pais” da internet brasileira; Antonio Martins, criador do Le Monde Diplomatique Brasil e do site Outras Palavras; e David Miranda, estrategista de marketing que coordena a campanha que pressiona o Brasil a conceder asilo a Edward Snowden, ex-agente da NSA que revelou informações sobre as estratégias de espionagem do governo norte-americano e hoje se encontra exilado na Rússia, onde ainda não pode esclarecer vários aspectos de suas revelações.

David Miranda - detido em agosto de 2013 pela polícia britânica por quase 9 horas quando fazia uma escala no aeroporto de Londres - foi ovacionado pelo público em sua chegada. Reconhecido como um dos grandes nomes da luta contra a espionagem dos Estados aos usuários da internet, David tirou fotos com ativistas que gritavam palavras de ordem favoráveis à concessão de asilo a Edward Snowden por parte do Brasil.

E a tônica do debate foi justamente a necessidade de que as nações reconheçam a importância de oferecer asilo a Snowden. Todos os participantes citavam seu nome ao discutirem os aspectos técnicos e políticos da espionagem digital. Era consenso que, se os estados nacionais têm qualquer pretensão de obter soberania nos terrenos digitais, precisam oferecer proteção a Snowden e a todos os outros whistleblowers que vierem a se arriscar denunciando as mazelas dos grandes impérios e corporações.
Para ler o texto completo de Roberto Brilhante clique aqui

No meio do rolê tinha Pedrinhas

EBC
Depois de passarmos o início do ano horrorizadas com as imagens do presídio de Pedrinhas, no Maranhão, começamos na última semana a nos empolgar com os rolezinhos. E é muito interessante que a atenção nacional tenha se voltado a esses dois acontecimentos sucessivamente. Mais interessante ainda, contudo, é que eles não tenham sido evidentemente relacionados em nossas reflexões.
Para ler o texto completo de Mayra Cotta e João Telésforo clique aqui

sábado, 25 de janeiro de 2014

"Temptation" - Diana Krall

Diana Krall (nascida em 1965) é tão talentosa, tanto como cantora, quanto como pianista, que raramente se comenta sobre sua beleza. Nome consagrado no jazz, cantora moderna em grande evidência, por seu estilo e repertório tradicionais, tem sido comparada às grandes divas do jazz Anita O´Day, Sarah Vaughan, Carmen McRae e Ella Fitzgerald. Diana Krall, um nome que se afirmou no universo musical do jazz. 
Ouçam-na interpretando “Temptation” clicando aqui

"Som de celo" - Waltel Branco e Alice Ruiz

Ensaio com violoncelo by oliveirafilho
Som de celo

Você tem o dom
de pôr som de celo
onde havia gelo
quem dera tê-lo
você e teu dom
de transformar esse silêncio
num solo de celo
quem dera descobrir
teus zelos véu por véu
descobrir talvez um novo céu
e nele vê-lo
entre as estrelas
cobrir você
com meus cabelos
quem dera este celo
não fosse tão solo
quem dera você para sê-lo

Waltel Branco e Alice Ruiz

WISLAWA SZYMBORSKA: A poeta e a pedra

Quando o jornalista quis saber por que ela não publicou mais que 350 poemas ao longo de sua vida, Wisława Szymborska respondeu: “Eu tenho uma lixeira na minha casa.” E ainda: “Eu escrevo à noite. De dia, tenho o hábito irritante de reler o que escrevi para constatar que há coisas que não suportam sequer o teste de uma volta do globo.”
Esse gosto pela autoironia e pela desmitificação também deu a tônica de seu discurso quando da outorga do Prêmio Nobel de Literatura, em 1996. Após se referir aos filmes que tratam de grandes cientistas, músicos e pintores – que trabalham em espaços potencialmente cenográficos e cujos processos de criação têm uma carga dramática reconhecível –, Szymborska concluiria que o ofício do poeta, diferentemente, “não é nada fotogênico. Alguém senta à mesa ou num sofá e olha imóvel a parede, o teto. De vez em quando essa pessoa escreve sete linhas apenas para riscar uma delas quinze minutos depois, e depois mais uma hora se passa, durante a qual nada acontece... Quem poderia assistir a esse tipo de coisa?”.
Para ler o texto completo de Eucanaã Ferraz clique aqui 

Obesidade e fome: dois lados de um problema

Esther vivas Wikimedia 199x300 Obesidade e fome: dois lados de um problema
Esther Vivas é ativista política e social dos movimentos a favor da soberania alimentar e do consumo crítico. É autora de diversos livros sobre altermundialismo e alternativas ao sistema agroalimentar atual como resistências globais. Atualmente, é membro do Centro de Estudos sobre Movimentos Sociais na Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona. Ela é também colaboradora de alguns veículos de comunicação alternativa em diferentes países, entre eles o Canal Ibase. Este mês ela concedeu uma entrevista à revista Mundo Rual, na qual afirma que a fome e a obesidade são duas pontas do mesmo problema. Segundo ela, dois milhões de pessoas no mundo sofrem deficiências de micronutrientes (ferro, vitamina A, iodo…).
Veja as consequências nesta entrevista, clicando aqui

Ricos, poderosos, sem limites. O trilionário negócio das armas

Mundo
Há pelo menos 70 mil anos o Homo sapiens já era dotado da capacidade de produzir armas. Junto com a capacidade de desenvolver a linguagem e dominar o fogo, a construção de instrumentos acompanhou a espécie humana nas tarefas de conquistar e se consolidar por diversas regiões do planeta. Transformações posteriores, em especial após os períodos Paleolítico e Neolítico, abririam uma nova etapa da evolução do homem, culminando com a formação de pioneiras organizações sociais e o surgimento da escrita, colocando fim à Pré-história. Homens e armas evoluíram pela Antiguidade até os dias atuais, em uma história de mais de 5 mil anos que vai do uso de metal derretido para fazer espadas, flechas e lanças, até o domínio biológico, químico e nuclear para construir armas de destruição em massa capazes de aniquilar o planeta em poucos minutos e por várias vezes.
Depois da Revolução Industrial surgiu o que se conhece hoje como setor aeroespacial, defesa e segurança, um dos mais lucrativos e poderosos do mundo. Envolve empresários, políticos, militares, agentes de inteligência e negociantes de armas – e não é raro uma mesma pessoa se mover entre essas funções; a indústria bélica é repleta de poder e segredo, difícil de ser estudada e fiscalizada.
Estimativas sobre o setor normalmente são imprecisas e incompletas, especialmente porque países e empresas não revelam detalhes sobre o negócio, por sigilo militar ou pelo caráter das transações. As poucas informações divulgadas dão uma ideia da força da indústria de defesa. O comércio internacional de armas convencionais movimenta cerca de US$ 80 bilhões por ano – embora essa cifra deva ser bem maior, uma vez que alguns dos principais exportadores, como a China e o Reino Unido, não dão informação precisa sobre suas exportações.
Para ler o texto completo de Renato Brandão clique aqui

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

União Europeia quer normalizar relações com Cuba

Arquivo
A União Europeia se aproxima da era do degelo em suas relações com Cuba. Quase vinte anos depois do bloqueio institucional vigente desde 1996, a UE se prepara para superar o último obstáculo que a separa de uma normalização de suas relações com o regime cubano por meio de um acordo bilateral. “É hora de a União Europeia reatualizar suas relações com Cuba na base dos desenvolvimentos em curso”. A frase pronunciada no princípio do mês na Ilha pelo ministro holandês de Relações Exteriores, Frans Timmermans, marcou o quase degelo público dessas relações controversas.
Em 1996, por iniciativa da Espanha do conservador José Maria Aznar, os europeus adotaram a chamada “posição comum” que condicionava qualquer diálogo institucional com a ilha a mudanças no campo dos direitos humanos e na direção de uma democracia pluralista. Depois, em pleno século XXI, apesar dos esforços de Espanha e França, a normalização das relações foi bloqueada por dois países membros do bloco que pertenceram à órbita comunista: Polônia e República Tcheca. Ambos os países levantaram seu veto e asseguram que hoje tem “garantias” no tema central dos direitos humanos.
Os europeus constatam duas coisas hoje: o fracasso dessa “posição comum” e as mudanças ocorridas na ilha. Os 28 membros da UE concordaram em abrir negociações com o governo de Havana a partir do mês de fevereiro com o objetivo de pactuar um acordo bilateral que poderia entrar em vigor em 2015. A última vez que a União Europeia suspendeu sua cooperação com Cuba foi em 2003, em protesto pela onda de prisões de membros da oposição, na qual 75 dissidentes foram condenados a fortes penas de prisão (hoje já liberados). Depois, quando o socialista José Luiz Rodríguez Zapatero assumiu as rédeas do governo na Espanha (2004-2011), ele conseguiu distender a atmosfera sem reconectar o diálogo pleno.
Para ler o texto completo de Eduardo Febbro clique aqui

CINEMA - Além da Fronteira: gays no estado de apartheid

divulgação
Três temas explosivos constituem o excelente roteiro de Além daFronteira, filme modesto financiado por pequenas produtoras palestinas, por um canal de TV e pelo Israel Film Fund, e realizado por um estreante em longas metragens, Michael Mayer, nascido em Tel-Aviv mas que vive e trabalha em Los Angeles há 18 anos. O filme mostra o apartheid dos palestinos em Israel; a situação precária dos árabes homossexuais, no caso em Ramallah; e o estado policial truculento que, com a repressão feroz que pratica contra gays, vem afastando as melhores jovens cabeças de um lado e do outro da região e levando moços universitários a migrarem para longe.
Mayer filmou com câmera na mão, em imagem digital de alta definição e em 16 milímetros, e cria uma imagem “suja”, sombria, de luz bruxuleante - inspirada no célebre fotógrafo de O Poderoso Chefão, Gordon Willis – para passar a idéia de marginalização, urgência, perigo e perseguição. Ele mesmo é autor do roteiro enxuto e preciso baseado em pesquisas que fez em Tel-Aviv e na Cisjordânia sobre a condição dos homossexuais oriundos de famílias de classe média de um lado e do outro da fronteira que, se por um lado é das mais fechadas que se tem notícia, pelo outro, como mostra o seu filme, a força da necessidade humana dribla a repressão e pode torná-la pouco a pouco porosa como vem ocorrendo - embora a um alto custo e risco para os de Gaza e da Cisjordânia.
Para ler o texto completo de Léa Maria Aarão Reis clique aqui

Deu no The New York Times: Brasil tem resposta para desigualdade

Arquivo
Colunista sênior do The New York Times, Joe Nocera, escreveu sobre o Brasil na segunda feira agora, dia 20, apontando a surpresa que lhe despertou a cidade do Rio de Janeiro. Muniu-se de mais informações após sua viagem de volta aos Estados Unidos, reunindo-se com alguns economistas para procurar entender o que se passava com o país em particular onde se apoiavam seus pilares econômicos.
Chamou-lhe a atenção, o que os brasileiros já sabiam, a variedade de boas lojas em bairros como Ipanema e igualmente a quantidade de pobreza nas favelas ao redor. Segundo ele, para os visitantes, saltava aos olhos o número de cidadãos de classe média pelas ruas em meio aos carros por todos os lados e o tráfico congestionado. Por não ser ilusão o que via, passou a acreditar que tudo aquilo era sinal de uma classe média emergente. As pessoas tinham dinheiro para comprar carros.
Para ler o texto completo de José Carlos Peliano clique aqui

Malika Ayane - "Il Tempo Non Inganna"

Malika Ayane é filha de mãe italiana e pai marroquino, nasceu em Milão, em 1984. Estudou violoncelo no conservatório "Giuseppe Verdi" por seis anos. Seu primeiro álbum, "Malika Ayane", é composto por músicas em italiano e inglês. Um ponto a se destacar é que as canções que interpreta não são superficiais e, além disso, são na sua maioria, poéticas.
No clip inusitado e muito criativo em que interpreta "Il Tempo Non Inganna", ouçamos a bela melodia e a bela voz de Malika Ayane clicando aqui

Reforma eleitoral no Brasil: impressões sobre duas décadas de debate

É manifesta a permanência e insistência com que o tema da reforma política surge em diversos momentos pós-redemocratização. Não obstante, é evidente também que são raras as poucas oportunidades de mudanças institucionais. Sobre esse tema, o item “reforma do sistema eleitoral” é aqui abordado sob dois aspectos fundamentais ao debate: os diagnósticos sobre possíveis falhas, e quais alternativas defendidas. Percebe-se que faltam críticas consistentes ao sistema eleitoral além de propostas de mudança tecnicamente bem fundamentadas.
Para ler o texto completo de Jairo Nicolau clique aqui

CINEMA: As trasformações na China através de Jia Zhang-ke

As transformações na China através de Jia Zhang-ke
Os movimentos cinematográficos emergem quando culturas específicas vivem momentos de ruptura. Foi o caso do Neorrealismo, preocupado em repensar a identidade italiana após o trauma da Segunda Guerra Mundial, do Cinema Novo nascendo do desejo de criar o reflexo de um país independente e original nos anos 60, da Nouvelle Vague antecipando a turbulência sóciopolítica de maio de 68, do cinema independente nova-iorquino frente ao conflito do Vietnã, nos anos 70.
Hoje, nenhum país vive mutações tão aceleradas e violentas quanto a China. Nenhum cineasta capta essas contradições com mais acuidade e amplitude que Jia Zhang-ke.
“Antonioni me ensinou o que é o espaço; Bresson, o tempo; Hou Hsiao-hsien, a delicadeza”. Assim começou a primeira conversa com Jia, no ano da apresentação de “Em Busca da Vida” (“Still Life”), na Mostra Internacional de São Paulo. É na Mostra, e junto com Leon Cakoff e Renata de Almeida, que nasce a ideia de um livro sobre a obra de Jia Zhang-ke. A percepção de que ele se tornou o mais importante cineasta de sua geração – e não apenas na China – despertou a vontade de olhar de perto para o que torna seu cinema tão singular e inovador. O documentário sobre Jia Zhang-ke é a decorrência dessa percepção.
Para ler o texto completo de Walter Salles clique aqui

"Peca sem dor" - Nancy Vieira, a voz de Cabo Verde à conquista do mundo

Nancy Vieira é uma cantora de origem cabo-verdiana residente em Portugal, nascida em 1975. Nascida na Guiné-Bissau, filha de pais cabo-verdianos, estes regressam a Cabo-Verde onde passa toda a infância e emigra para Lisboa aos catorze anos. Editou o seu álbum de estreia em 1995, intitulado Lus. O seu estilo se caracteriza por uma fusão dos ritmos tradicionais da música de Cabo Verde com influências de outras partes do globo, nomeadamente Portugal, Brasil e Antilhas. Essa mescla de influências é amparada por uma voz clara, suave, segura, o que a torna inimitável. Para além de Portugal e Cabo Verde, atuou em palcos de países como Reino Unido, Holanda, EUA, Angola, Alemanha, entre outros. Para muitos críticos trata-se de uma nova Cesária Évora, a lendária cantora de Cabo Verde que conquistou o mundo.
Veja a sua interpretação da coladera "Peca sem dor" clicando aqui

Pode ouvi-la cantando “Maylen clicando aqui

Pode ouvi-la cantando Mestisay ” junto com Olga Cerpa e  Germán López clicando aqui

Pode assistir à sua participação (1:23h) no Festival de Música Africana realizado na Alemanha em janeiro de 2013 clicando aqui

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