domingo, 31 de janeiro de 2016

"O meu desejo" - Maria Teresa Horta


O meu desejo
Afaga devagar as minhas
pernas
Entreabre devagar os meus
joelhos
Morde devagar o que é
negado
Bebe devagar o meu
desejo

Maria Teresa Horta 

Tito Paris - "Danca Ma Mi Criola"


Para assistir à interpretação de "Danca Ma Mi Criola" na voz de Tito Paris clique no vídeo aqui

A afetividade das mulheres negras

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A não ser que você faça parte de algum coletivo feminista ou seja profundamente interessada em teorias de gênero e classe, muito provavelmente nunca ouviu falar sobre a afetividade – ou solidão – da mulher negra. Não é teoria. É estatístico: de acordo com o último Censo realizado no país, em 2010, mais da metade das mulheres negras brasileiras não vivem em união, independente do estado civil.
Para ler o texto completo de Mariana Lemos clique aqui

Um anticapitalismo do século XXI

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A palavra “utopia” usualmente se refere a uma espécie de fantasia do lugar perfeito. Portanto, se alguém quer criticar uma proposta, pode dizer: “isso é utópico”. É uma forma de desestimular uma ideia sem discuti-la, é como dizer: “isto é impossível”. “Real” significa que algo pode acontecer. O que faço é unir “real” e “utópico” como uma provocação. Supõe nos forçar a pensar simultaneamente a respeito de quais valores nos importam, quais são nossas aspirações para um mundo humanitário verdadeiramente justo e conservar esses valores sempre à frente de nosso trabalho analítico e teórico.
Para ler a entrevista de Erik Olin Wright clique aqui 

Câncer: NK, as notáveis células de defesa

Em imagem de microscópio, células NK (em verde) conectam-se a uma célula cancerígena, para tentar romper sua membrana. Estudos demonstram que "viver na contramão" é um dos fatores para estimular defesa natural contra câncer

Organismo tem recursos conhecidos, para evitar que tumores desenvolvam-se. Quais são. Como atuam. Que atitudes e modos de vida podem estimulá-los ou inibi-los.
Para ler o texto completo de Sylvia Lopes clique aqui

A América virou à esquerda


O próximo Presidente democrata será mais liberal do que foi Obama. O próximo Presidente republicano será mais liberal do que foi George W. Bush.
Para ler o texto completo de Peter Beinart clique aqui

Israel é a premissa do ódio

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A Folha publicou, no último dia 24 de janeiro, na "Ilustríssima", elegante defesa do sionismo, assinada pelo jornalista Alon Feuerwerker e intitulada "Quatro premissas erradas sobre Israel".
A síntese do postulado apresentado pelo autor está em frase clara, pela qual busca explicar obstáculos para a fundação do Estado palestino: "a ampla maioria dos líderes árabes e muçulmanos tem recusado qualquer solução de compromisso que inclua um Estado judeu".
Para ler o texto completo de Breno Altman clique aqui

sábado, 30 de janeiro de 2016

"Gaivota" - Sonia Tavares (The Gift)


Para ver a interpretação de "Gaivota" na voz de Sonia Tavares (The Gift) clique no vídeo aqui

"É preciso construir política de educação em direitos humanos", diz secretário


Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, o secretário especial de Direitos Humanos, Rogério Sottili, diz que a cultura da violência é naturalizada no Brasil e deve ser combatida. 
Para ler a entrevista de Rogério Sottili clique aqui

Kusturica: "EUA já não fazem corações e mentes"

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Diretor iugoslavo conta por que começou a escrever, critica cooptação do cinema pela máquina de guerra ocidental e afirma: demonizar Rússia é nova empreitada do imperialismo.
Para ler o texto completo de Vadim Kamenka e Michaël Mélinard clique aqui

Géneros narrativos nas literaturas africanas em português - entre a tradição africana e o "cânone ocidental"


Neste artigo reflete-se sobre a existência, nas literaturas africanas de língua portuguesa, de dois termos que parecem designar uma mesma forma do modo narrativo: estória e conto. Sublinha-se a semelhante natureza retórica dos dois registos narrativos para mostrar que, tanto no contexto colonial a escrita literária demonstra o poder da palavra e do escritor no desenvolvimento das consciências quanto a partir da independência, reconhece a importância estratégica de recuperar as formas da reprimida cultura local por meio de uma “oralidade fingida” que se pode evidenciar como particularidade da dicção literária africana de língua portuguesa.
Para ler o texto completo de Inocência Mata clique aqui

Homens que odeiam mulheres

Manifestação do movimento de ultra-direita alemão Pegida, em Dresden. Contra o machismo? Só se praticado por muçulmanos

Os mais indignadas com atentado contra “nossas mulheres” em Colônia são aqueles que, nos outros 364 dias do ano, acham que elas são pedaços de carne, a ser usadas segundo a vontade dos machos.
Para ler o texto completo de Nuno Ramos clique aqui

Um muro para dividir a América

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Dois pré-candidatos do Partido Republicano à Casa Branca querem separar seu país do México e de toda América Latina. Por que a ideia, mais que xenófoba, é uma encenação?
Para ler o texto completo de Camila Balthazar clique aqui

Reduzindo a disparidade de gênero na indústria da tecnologia

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Acabo de voltar do encontro anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, onde líderes do mundo inteiro se reuniram para discutir as implicações de uma nova revolução industrial. Esta quarta revolução industrial (depois das provocadas pelo motor a vapor, pela eletricidade e pelos eletrônicos) está usando a tecnologia digital para revolucionar quase todas as partes de nossas vidas num ritmo sem precedentes, de carros que andam sozinhos a assistentes baseados em inteligência artificial.
Para ler o texto completo de Susan Wojcicki clique aqui

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

"Sonho de um sonho" - Carlos Drummond de Andrade


Sonho de um sonho

Sonhei que estava sonhando
e que no meu sonho havia
outro sonho esculpido.
Os três sonhos sobrepostos
dir-se-iam apenas elos
de uma infindável cadeia
de mitos organizados
em derredor de um pobre eu.
Eu que, mal de mim! sonhava.

Sonhava que no meu sonho
retinha uma zona lúcida
para concretar o fluido
como abstrair o maciço.
Sonhava que estava alerta,
e mais do que alerta, lúdico,
e receptivo, e magnético,
e em torno a mim se dispunham
possibilidades claras,
e, plástico, o ouro do tempo
vinha cingir-me e dourar-me
para todo o sempre, para
um sempre que ambicionava
mas de todo o ser temia...
Ai de mim! que mal sonhava.

Sonhei que os entes cativos
dessa livre disciplina
plenamente floresciam
permutando no universo
uma dileta substância
e um desejo apaziguado
de ser um ser com milhares,
pois o centro era eu de tudo
como era cada um dos raios
desfechados para longe,
alcançando além da terra
ignota região lunar,
na perturbadora rota
que antigos não palmilharam
mas ficou traçada em branco
nos mais velhos portulanos
e no pó dos marinheiros
afogados em mar alto.

Sonhei que meu sonho vinha
com a realidade mesma.
Sonhei que o sonho se forma
não do que desejaríamos
ou de quanto silenciamos
em meio a ervas crescidas,
mas do que vigia e fulge
em cada ardente palavra
proferida sem malícia,
aberta como uma flor
se entreabre: radiosamente.

Sonhei que o sonho existia
não dentro, fora de nós,
e era toca-lo e colhe-lo,
e sem demora sorve-lo,
gasta-lo sem vão receio
de que um dia se gastara.

Sonhei certo espelho límpido
com a propriedade mágica
de refletir o melhor,
sem azedume ou frieza
por tudo que fosse obscuro,
mas antes o iluminando,
mansamente convertendo
em fonte mesma de luz.
Obscuridade! Cansaço!
Oclusão de formas meigas!
Ó terra sobre diamantes!
Já vos libertais, sementes,
germinando à superfície
deste solo resgatado!

Carlos Drummond de Andrade

Da Guerra Pré-histórica à Guerra no Espaço


A guerra entre os humanos é mais antiga do que se pensava. Surgiu antes da agricultura e da vida sedentária, quando alguns grupos já detinham bens e ocupavam zonas de boa alimentação que outros grupos também necessitavam.
Para ler o texto completo de José Monserrat Filho clique aqui

Saberes indígenas, muito além do romantismo

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Não se trata de opor um fantasioso “espiritualismo” a um materialismo ocidental. Mas de desafiar nosso regime de sociabilidade com outras ideias, disposições e possibilidades.
Para ler o texto completo de Ricardo Cavalcanti-Schiel clique aqui

Christina Perri - "A Thousand Years"


Para assistir à interpretação de "A Thousand Years" na voz de Christina Perri clique no vídeo aqui

Formas de violência escolar preconceito e bullying


O preconceito e o bullying são duas formas de violência escolar, ainda que não se restrinjam à educação escolar. Neste texto, indaga-se se se trata de um mesmo fenômeno ou, em caso contrário, qual seria sua relação, considerando quer as condições sociais e culturais que os produzem, como as necessidades psíquicas envolvidas. Para isso, essas formas de violência são associadas com o enfraquecimento da constituição do indivíduo que as desenvolve, tendo em vista o declínio da possibilidade de experiência nos últimos séculos. 
Para ler o texto completo de José Leon Crochík clique aqui

'Mito da democracia racial faz parte da educação do brasileiro' diz antropólogo Kabengele Munanga

Seminário "Juventude Negra: Preconceito e Morte" - Profº. Dr. Kabengele Munanga

Vítimas históricas de preconceitos, negros em sua maioria se revoltam a cada notícia do gênero. Contudo, ainda hoje há quem negue que exista racismo no Brasil. Para estes, não há nada que justifique políticas afirmativas, como as cotas no ensino e em setores da sociedade. É preciso prezar pela ‘igualdade’, bradam a plenos pulmões.
Discussões sobre racismo não surpreendem o antropólogo Kabengele Munanga. Aos 73 anos, o doutor em Ciências Sociais e professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) sempre reforça que o Brasil possui um quadro ‘gritante’ de discriminação. Acha exagero? Não é o que mostram os números.
Para ler o texto completo de Kabengele Munanga e assistir a dois vídeos onde ele fala sobre o racismo no Brasil e sobre as relações étnico-raciais clique aqui

Aula Pública Opera Mundi: Como o Estado Islâmico influencia a geopolítica mundial?


No 9º e último episódio da terceira temporada da Aula Pública Opera Mundi, Giorgio Romano, professor de Relações Internacionais da UFABC, discute os impactos do Estado Islâmico na geopolítica mundial.
Para o especialista em política externa, com uma combinação de fatores políticos que impedem uma ação conjunta, o grupo extremista consegue radicalizar a violência, pois não enfrenta resistência para continuar a se expandir.
Para assistir aos três videos clique aqui

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

"Oferenda" - Yeda Prates Bernis


Oferenda

Se eu pudesse fazer um poema
meigo como a brisa das manhãs,
doce como pássaro submisso,
lírico como a flor que desabrocha,
se eu pudesse fazer um poema
onde as palavras perdessem seu sentido
e se transformassem em etéreas formas
em música suave
ou em volátil perfume
que inebriasse,
levar-te-ia, amor,
em oferenda,
este mágico poema.

Yeda Prates Bernis

Álvaro Cunhal: a mais importante biografia política sobre o século XX português


Dez anos depois de publicado o terceiro volume, saiu o quarto da biografia política de Álvaro Cunhal, da autoria do historiador José Pacheco Pereira. Com os seus catorze capítulos a ocupar 469 páginas, este é o volume mais pequeno da obra, uma vez que os dois anteriores atingiram quase o dobro das páginas. No seu conjunto, trata-se do trabalho de uma vida, escrito com isenção por quem sempre assumiu uma trajetória política que nada tem de linear e é, hoje, uma figura pública dos meios de comunicação portugueses, respeitada pelo modo frontal como escreve e fala acerca da vida política nacional e internacional.
Os quatro volumes já publicados sobre Álvaro Cunhal constituem um dos estudos monográficos de maior relevo sobre a história do século XX português. E, sem dúvida, a mais importante biografia política, já publicada, sobre o mesmo período.
Para ler o texto completo de Diogo Ramada Curto clique aqui

Aborto: o moralismo é impotente; porém, mata

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Novos números indicam: quanto mais conservadoras as leis, mais alta a incidência de interrupção da gravidez. Mas algum argumento convencerá os fundamentalistas?
Para ler o texto completo de George Monbiot clique aqui

Human Rights Watch: "Política do medo" ameaça Direitos Humanos em todo o mundo


Resposta ao terrorismo e à crise dos refugiados traduziu-se em medidas que atentam contra os Direitos Humanos, conclui a Human Rights Watch no seu Relatório Mundial 2016, que também denuncia os governos autoritários que reprimiram dissidentes pacíficos.
Para ler o texto completo clique aqui

Danças de 66 filmes clássicos ao som de "Uptown Funk"


Para assistir a danças de 66 filmes clássicos ao som de "Uptown Funk" clique no vídeo aqui

Literatura moçambicana e oralidade: uma postura crítica e uma fundamentação teórica


Ao utilizar a expressão “tradição oral africana” fazemos referência direta a uma discussão de caráter teórico que mobiliza mais questões do que respostas. O presente artigo busca, a partir de alguns trabalhos recentes da antropologia e da arqueologia africana, fazer uma revisita teórica a alguns momentos da discussão acerca da existência de uma tradição africana e de uma oralidade africana, e, em seguida, discutir a aplicabilidade desses conceitos no interior da crítica literária moçambicana a partir de uma visada diacrônica e histórica. O intuito é obter subsídios para uma reflexão interdisciplinar de conceitos-chave para compreensão dos diálogos interculturais que cercam a literatura moçambicana.
Para ler o texto completo de Rejane Vecchia da Rocha e Silva e Ubiratã Roberto Bueno de Souza clique aqui

Pimentel não cumpre o que prometeu

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Em 2007, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e o seu vice, Antônio Anastasia, hoje senadores pelo PSDB, criaram a Lei Complementar 100, que efetivou milhares de servidores públicos, principalmente professores.
Em 2014, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou-a inconstitucional e determinou o desligamento dos servidores. O prazo para exoneração terminou em 31 de dezembro de 2015.  Entre trabalhadores da educação básica e professores da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), cerca de 57 mil foram demitidos.
Para ler o texto completo de Conceição Lemes clique aqui

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Per7ume - "Intervalo" (part. especial de Rui Veloso)


Para assistir à interpretação de "Intervalo" pela banda Per7ume - (part. especial de Rui Veloso) clique no vídeo aqui 

A "vergonha" de Hollywood com falta de diversidade na capa da Variety & O Oscar e os negros


“Shame on us”, titula a revista, que mostra números da discriminação e pede contas à indústria. É a estrutura de Hollywood que está viciada, diz a Variety.
Para ler o texto completo de Joana Amaral Cardoso, clique aqui

Leia também “O Oscar e os negros” de Felipe Branco Cruz, Mariane Zendron, Natalia Engler, Renata Nogueira e Tiago Dias clicando aqui

Nota de alunos que ingressam na UFMG pela cota já supera a dos não cotistas no último vestibular

Juarez Rodrigues/EM/DA Press

Cotistas que garantiram uma vaga na UFMG neste ano obtiveram notas superiores às de não cotistas que fizeram o vestibular em 2013. Exceção foi apenas um curso.

Para ler o texto completo de Márcia Maria Cruz clique aqui

Convivendo com a bissexualidade


A maioria das pessoas que respondeu à enquete da semana aceitaria se relacionar com alguém que já se relacionou com o mesmo sexo. Isso não é raro de acontecer.
Estudos mostram que a grande maioria já sentiu de alguma forma desejo por ambos os sexos. É enorme o número de homens casados que sentem desejo pela parceira, mas também necessidade de manter relações sexuais com outros homens.
Para ler o texto completo de Regina Navarro Lins clique aqui

Menos Baudelaire, mais Apollinaire: um novo modelo editorial para o Brasil

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O recente fechamento da editora Cosac Naify, símbolo de excelência editorial, cobiça autoral e de respeito aos leitores qualificados, faz pensar não só no fracasso de uma experiência individual, com seus ganhos e perdas, mas nas razões para uma nova articulação entre o espaço público. Afinal, trata-se de publicação, e os agentes produtores de ciência e cultura encontram cada vez mais facilidade quanto aos meios que tornam algo público e cada vez menos propósito nos fins a que se destinam.
Para ler o texto completo de Christian Ingo Lenz Dunker  e José Roberto Barreto Lins clique aqui

Para reabrir debate sobre o papel da Universidade

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Roberto Leher, reitor recém-eleito da UFRJ, dispara: sistemas de avaliação atuais desestimulam criatividade e reflexão; educação superior precisa buscar novo padrão civilizatório.
Pra ler sua entrevista clique aqui

"O Papalagui" - Erich Scheurmann


Este livro sistematiza uma coleção de discursos de Tuiavii, um chefe aborígene samoano de Tiávea da ilha de Upolu, A ilha de Samoa é um Estado soberano da Polinésia na Oceania. Este chefe descreve a sua visão sobre o europeu em um período anterior à Primeira Guerra Mundial. O alemão Erich Scheurmann (1878-1957) conseguiu reunir estes discursos após o apoio do chefe e traduziu para o alemão em 1920. O Papalagui é um termo samoano que traduzido literalmente significa o homem branco, ou, o europeu.
O autor vivera em Samoa durante a primeira guerra mundial e, segundo conta na introdução do livro, havia conquistado a confiança de Tuiávii – um chefe nativo local. Este lhe confiara os apontamentos que havia feito durante uma visita aos países da Europa, no fim do século anterior, e concordou com sua divulgação. Nas suas observações, ora divertidas, ora severas – mas invariavelmente justas – fica claro o choque de duas culturas tão diversas. O olhar de Tuiavii é, ao mesmo tempo inocente e crítico. Vai fundo ao mostrar os conflitos que surgem quando o respeito à natureza e a simplicidade, que fazem parte da essência dos nativos, se defrontam com a ânsia pelo progresso e a maneira complicada de ver e de viver do homem branco.
O Papalagui nunca está satisfeito com o tempo que tem... Nunca existe mais tempo do que aquele que vai do nascer ao por do sol e, no entanto, isto nunca é suficiente para o Papalagui”.

É nítida a crença de Tuiávii de que o tempo é cíclico. É algo que se renova a cada dia, o que ele entende como uma dádiva. Não é algo a priori escasso, como vê o Papalagui. Tuiávii não perde tempo pensando no tempo perdido ou no tempo a perder. Sabe que isso toma tempo e, principalmente, gera desgaste de energia e imobiliza.
“Certos Papalaguis dizem que nunca têm tempo: correm feito loucos de um lado para o outro com se estivessem possuídos pelo aitu (espírito malévolo)”.
O que diria Tuiávii se nos visse, hoje, 90 anos depois, aceleradíssimos, apertando botões e mais botões e parecendo que falamos sozinhos? E o que é pior: andando em círculos, pensando que estamos andando para a frente. Por vezes, tanto esforço para nada. Ou quase.
Acho que está na hora de reaprendermos a ver nosso tempo com olhos de um Tuiávii. Se o Papalagui não tem tempo é porque insiste em fatiá-lo e fragmentá-lo, sem perceber o seu todo.

Este é um livro antropológico, por excelência. Estamos habituados a uma antropologia feita por Ocidentais e aplicada aos chamados povos “exóticos” (?!), ou seja, é sempre o nosso olhar que constrói “o outro”. Mas é muito raro, para não dizer quase impossível, ler um texto antropológico que está na contramão da Antropologia tal como tem sido praticada no Ocidente, ou seja, o olhar do suposto “selvagem”, do suposto “primitivo” sobre nós, os supostos “civilizados”. Será que somos tão civilizados assim?
Para ler este livro fascinante, um sucesso mundial há várias décadas, clique aqui

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Boi neon e a animalidade sublime do ser humano

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Em novo filme da moderna safra pernambucana, Gabriel Mascaro cria personagens complexos e contraditórios e transita por psicanálise e filosofia, sem perder jamais poesia e capacidade de contar uma história.
Para ler o texto completo de José Geraldo Couto clique aqui

Contextualizando o ensino de Português: lições de um professor indígena

Um dos maiores desafios da educação escolar na contemporaneidade diz respeito à fragmentação disciplinar dos conhecimentos e sua abstração da realidade vivida pelos/as estudantes e suas comunidades. Nesta direção, o objetivo deste trabalho é apresentar as bases e o desenvolvimento de uma proposta didática no campo da educação linguística implementada por um professor indígena no âmbito das atividades de Estágio Pedagógico Supervisionado do curso de Licenciatura em Educação Intercultural da Universidade Federal de Goiás, que busca romper com a lógica disciplinar e descontextualizada do ensino escolar. Através da apresentação e problematização dos registros reflexivos de estágio deste professor, argumenta-se que a relevância de seu trabalho esteja exatamente na forma como ele contextualizou o ensino de práticas comunicativas em língua portuguesa numa turma de Ensino Médio indígena, buscando na realidade local uma situação que propiciasse a ampliação dos repertórios comunicativos dos/as estudantes e sua agência através da linguagem. 
Para ler o texto de André Marques do Nascimento clique aqui

Morte Sem Tabu - Entrevista com Eliane Brum


Uma pensadora dos nossos tempos, uma artista das palavras, mestre da capacidade de emocionar contando histórias reais. Uma escutadeira que escreve, como gosta de dizer. Alguém que se apodera da sua voz e da sua presença no mundo.
É a jornalista Eliane Brum.
Para ler sua entrevista clique aqui

Ascensão política de Corbyn no R. Unido e Sanders nos EUA deixa mídia à beira de um ataque de nervos

Corbyn foi eleito em novembro como líder do Partido Trabalhista britânico

A elite política e a mídia britânica perderam pouco a pouco a cabeça, após a eleição de Jeremy Corbyn; o mesmo ocorre agora nos EUA com a possibilidade de Bernie Sanders vencer as prévias democratas.
Para ler o texto completo de Glenn Greenwald clique aqui


Potências ocidentais ignoram violações da Arábia Saudita

reprodução

A coligação também teria destruído hospitais em território iemenita com armas fornecidas, na sua maior parte, por Estados Unidos, França e Grã-Bretanha.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos destacou que, somente em dezembro, o conflito armado no Iémen custou a vida de 81 civis e causou ferimentos em 109. As autoridades calculam que mais de 2.800 civis morreram e 5.300 ficaram feridos devido às hostilidades entre os dias 26 de março e 31 de dezembro.
Para ler o texto completo de Thalif Deen clique aqui

Por que nenhum ator negro brasileiro jamais fará boicote à Globo. Por Marcos Sacramento

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Desde a estreia da primeira telenovela da TV Globo, em 1965, é possível contar nos dedos de uma só mão as produções com protagonistas negros. Na recente “I Love Paraisópolis”, ambientada em uma comunidade onde 70% dos moradores se declaram negros, só seis dos 52 atores do elenco tinham aquele fenótipo.
Para ler o texto completo de Marcos Sacramento clique aqui

HUMOR: Ode à preguiça

preguiça cultura inútil mouzar
[Fotograma do filme Macunaíma (1969), dirigido por Joaquim Pedro de Andrade.]

“Sejamos preguiçosos em tudo, exceto em amar e em beber, exceto em sermos preguiçosos” — pode ter algo de marxista nesse pensamento? Bom… a frase não foi exatamente empregada por Karl Marx, mas foi escolhida pelo genro dele, Paul Lafargue (casado com Laura Marx), como epígrafe de um de seus livros mais ilustres: O direito à preguiça.
Para ler o texto completo de Mouzar Benedito clique aqui

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

"Exercício" - Maria Teresa Horta


Exercício

Exercício do teu corpo
oculto
na sua roupa

advinho-te a dureza
o movimento sedento
a macieza da boca

adivinho o teu carinho
na sede dos meus
joelhos

Adivinho o teu
desejo
sobre a pele dos meus seios

Maria Teresa Horta

O Antunes pega-se?


Qual é a marca dele em quem escreve? Seis escritores falam de uma influência, apontam a excelência e a fragilidade, sublinham a presença indelével da biografia na obra de um escritor que ousou revelar-se “furiosamente” e aprendeu a esconder-se num jogo que parece o de um eterno aperfeiçoamento.
Para ler o texto completo de Isabel Lucas clique aqui

Quarenta anos de pesquisa sobre a educação na virada do século XX para o XXI. Jean-Louis Derouet é entrevistado


A entrevista com Jean-Louis Derouet apresenta a perspectiva de análise do autor sobre as políticas educativas no século XX e XXI, a partir de seus quarenta anos de experiência como pesquisador em educação, com enfoque nos aspectos políticos e sociais da educação. Na entrevista, o autor discorre sobre temas como desigualdade social e educativa, aborda a profissão docente e os novos modelos de gestão e os processos de regulação. Desenvolve suas análises a partir de sua experiência na França e de sua experiência com a comunidade internacional, com uma rica contribuição para a análise da globalização em educação. 
Pra ler a entrevista de Jean-Louis Derouet clique aqui

O próximo presidente dos EUA não será um socialista

Bernie Sanders - facebook

Com as últimas pesquisas mostrando o candidato presidencial pelo partido dos Democratas, Bernie Sanders, liderando frente a rival Hillary Clinton dias antes das primeiras duas primárias em Iowa e New Hampshire, muitos americanos estão contemplando a possibilidade de terem um presidente socialista na Casa Branca. Mas mesmo se Sanders ganhar as eleições, os Estados Unidos não terão um presidente socialista. Por que não? Porque Sanders não é um socialista.
Para ler o texto completo de Garry Leech clique aqui

'Precisamos que mais homens apoiem feminismo', diz americano que dá treinamento antimachismo

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Quando estava na faculdade nos Estados Unidos, Jackson Katz fazia parte do time de futebol americano. Foi lá que ele aprendeu que um “homem de verdade” precisava ser “forte”, “durão” e “macho”.
Para ler o texto completo de Renata Mendonça clique aqui

Roberta Sá - "Pressentimento"


Para assistir à interpretação de  "Pressentimento" na voz de Roberta Sá clique no vídeo aqui

A crise dos refugiados revela nossa falência moral

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Os alemães querem afixar um imposto pan-europeu para lidar com a crise dos refugiados. Já os dinamarquêses querem passar uma lei para apreender qualquer jóia com valor superior a £1000 na chegada dos refugiados - exceto anéis de casamento. Aparentemente é isso que nos define como um povo civilizado: nós assistimos o romance na vida de estranhos e calculamos o lucro que podemos colher da tragédia alheia.
Para ler o texto completo de Zoe Williams clique aqui

domingo, 24 de janeiro de 2016

ELIANE BRUM: Entrevista para a Máquina


Eliane Brum foi entrevistada por Fabrício Carpinejar para o programa “A Máquina”, da TV Gazeta. No vídeo, ela fala sobre Jornalismo, Escrita e Amigo.
Para assistir à entrevista de Eliane Brum clique no vídeo aqui

Tatiana Roque: "As mulheres e a objetividade"

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Mulher, ciência, matemática, filosofia, política: estes são os elementos que “dão samba” na história da professora Tatiana Roque, do Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela é uma das editoras da revista DR (sigla para a expressão “discutir a relação”), espaço online que criou com um grupo de mulheres para debater política e cultura, problematizando também questões do universo acadêmico-científico. No final de 2015, a convite do professor Márcio Tavares D’Amaral, Tatiana escreveu o artigo “As mulheres e a objetividade”, em que aborda o modelo vigente – calcado em habilidades tidas como masculinas (“foco, concentração, distanciamento, precisão, enrijecimento do corpo, dureza frente à aridez e à solidão do trabalho intelectual”) – e questiona: “Por que até hoje os homens ocupam posições de destaque e poder nos meios científicos, especialmente nas ciências ditas duras?”.
Para ler a entrevista de Tatiana Roque clique aqui

Theodor Adorno e a astrologia

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Pouco depois de regressar, em 1952, à Alemanha – após um exílio de 16 anos – Theodor Adorno retorna aos EUA, permanecendo lá quase um ano na função de diretor científico da “Hacker Foundation”. Nesse período, desenvolveu como pesquisa uma interpretação da coluna de astrologia do jornal “Los Angeles Times”. Escrito em inglês, o livro foi publicado nos EUA sob o título “The Stars Down to Earth” (As estrelas descem à Terra).
Para ler o texto completo de Ricardo Musse clique aqui

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