"Ofício de amar" - Al Berto
Ofício de amar
já não necessito de ti
tenho a companhia noturna dos animais e a peste
tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio doutras galáxias,
e
o remorso
um dia pressenti a música estelar das pedras, abandonei-me ao silêncio
é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração
não, não preciso mais de mim
possuo a doença dos espaços incomensuráveis
e os secretos poços dos nómadas
ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto
deixei de estar disponível, perdoa-me
se cultivo regularmente a saudade do meu próprio corpo
Al
Berto
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