terça-feira, 13 de maio de 2014

LEITURAS DE ‘ÉPOCA’: Mia Couto e as cotas para negros no Brasil

Mia Couto (Foto: Julia Rodrigues/ÉPOCA )
Compatriota de Mia Couto, sigo sua escrita atentamente e sempre com um misto de entusiasmo e encantamento. Possuo todos os seus livros, meus arquivos de computador têm inúmeros textos seus bem como entrevistas. Tenho divulgado sua obra a inúmeros amigos e colegas universitários.
Então, sinto-me à vontade para escrever sobre a entrevista que Mia Couto deu recentemente sobre as cotas no Brasil. Foi com surpresa que li suas declarações a Luís Antônio Giron, publicadas na revista Época de 18/04/2014. Transcrevo as duas perguntas do jornalista e as respostas que Mia Couto deu a essas duas perguntas:
O senhor é a favor das cotas?
Antonio Emílio Leite (Mia) Couto – Não tenho simpatia nenhuma pelas cotas. A cota avilta quem recebe e não diz nada de quem a dá. É preciso que não haja cotas, e sim que se resolvam os problemas radicalmente.
Como seria resolver esses problemas em um mundo regido pelo mercado?
Couto – Não sei se é tão inviável assim. Por que não fazemos outra vez uma revolução? Não sei como. Para já o que é preciso não aceitar as cotas. Parecem soluções, são panaceias. Na África, as elites reproduziram o discurso do orgulho nacionalista e acabaram por reproduzir também os mecanismos de repressão a seu próprio povo. Em relação à realidade anterior, colonial, nada mudou. Processou-se apenas uma mudança de turno, as elites substituíram o antigo poder colonial europeu. As elites africanas indigenizaram o próprio colonialismo. É um sistema. É como se o oprimido se tornasse rapidamente opressor.
Para ler o texto completo de José de Sousa Miguel Lopes clique aqui

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