"Dá-me a tua mão" - Joan Salvat-Papasseit
Dá-me a tua mão
Dá-me a tua mão que iremos pela margem
mesmo à beira-mar
a latejar
saberemos a medida de todas as coisas
dizendo apenas que ainda nos amamos.
As barcas longínquas e as da areia
ficarão com ar fiel e discreto,
não olharão para nós;
procurarão novas rotas
com olhar lento de quem percebe, distraído.
Dá-me a mão e encosta a tua face
ao meu peito, e não temas ninguém.
E as palmeiras dar-nos-ão a sombra.
E as gaivotas o sol que brilha
trar-nos-ão o salobre que impregna,
no amor, tudo o que há junto ao mar:
e, então, eu beijarei a tua face;
e o beijo levar-nos-á ao jogo de amar.
Dá-me a mão que iremos pela margem
mesmo à beira-mar
a latejar
saberemos a medida de todas as coisas
dizendo apenas que ainda nos amamos.
Joan
Salvat-Papasseit
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