O Brasil é uma heterotopia
Foucault identificava uma série de heterotopias de crise
biológica, como chamou, e onde ele lia e inscrevia sociedades, como as
sociedades ameríndias, nas quais o corpo ganha uma representação coletiva – a
puberdade ou a primeira menstruação, por exemplo. Eu diria que nessas sociedades
não se trata apenas de uma representação coletiva do corpo, mas sim da
possibilidade de criar inscrições dignas do corpo no espaço comum. Enquanto nós
‘evoluímos’ para lugares onde as inscrições sociais dos corpos se fazem apenas
pelo que queremos de fato excluir: assassinatos, estupros, violências, entre
outros. Ou seja: o desprezo e o controle sobre os corpos são a marca política
característica das sociedades ocidentais. São elas mesmas que criam a lista dos
desvios e o modo das transgressões. Os indesejáveis e os descartáveis. Para ler o texto
de Ana Kiffer clique aqui
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