terça-feira, 13 de setembro de 2022

Nos caminhos da arte

 





Surpreendentes esculturas de madeira de Daniel Popper



Daniel Popper é um artista multidisciplinar conhecido por suas esculturas de madeira grandiosas que celebram a natureza. O artista sul-africano pretende conectar pessoas e natureza através de suas obras surreais.  Daniel recebeu muitos elogios por suas enormes instalações de arte pública em festivais proeminentes como o festival Electric Forest nos EUA, o Boom Festival em Portugal, o festival Rainbow Serpent na Austrália, bem como o Afrikaburn no Tankwa Karoo na África do Sul. Muitas de suas obras integram iluminação LED, mapeamento de projeção e música eletrônica como componentes principais. Seus trabalhos quase sempre se concentram em belos fungos e vida vegetal, permitindo-nos refletir sobre a conexão entre o mundo natural e nosso lugar nele. Para ver alguns dos seus trabalhos clique aqui aqui e aqui 








Vencedores do Concurso de Fotografia Nature Conservancy




A maioria dos seres humanos não tem noção da importância da natureza que nos cerca e acredita que ela estará sempre lá. Ignoramos a industrialização pesada, a modernização e outros fatores provocados pelo homem, que prejudicam e destroem nossa natureza maravilhosa e levantam um sério medo de que, no futuro, ela não mais exista. A Nature Conservancy é uma das organizações líderes no mundo em suas atividades para preservar a natureza e proteger a terra e o mar de importância ecológica. A fim de aumentar a conscientização sobre a necessidade de preservar o meio ambiente, a organização inicia uma competição anual de fotografias que, neste ano, já teve mais de 50.000 fotos tiradas por fotógrafos de mais de 135 países. Recentemente, as imagens vencedoras foram anunciadas e convidamos você a conhecer algumas das principais e mais impressionantes clicando aqui







Como ler literatura, roteiro da aula



I O cânone


A importância de ler o cânone e, mais importante, de ler o cânone a contrapelo: ler quem foi incluído, ler quem foi excluído.


Cânone vs clássico: o que significa usar uma ou outra palavra. Clássico é critério de valor; cânone é um processo histórico. Falar em “clássico” é acreditar que existe um ranking de valor artístico e buscar por essa hierarquia de mérito na cultura caótica. Falar em “cânone” é querer entender o processo histórico através do qual alguns livros se tornam “clássicos”. Ou seja, estudar o mesmo livro como clássico e como cânone significa abordá-lo de maneira completamente diferente.


Todo livro está no cânone por um motivo, mas não necessariamente qualidade: ninguém tem obrigação de gostar nem do cânone nem dos livros canônicos, mas é sempre instrutivo se perguntar: por que estão no cânone? Pensar o processo de canonização nos ensina mais sobre a sociedade que os canoniza (suas prioridades, seus interesses, seus preconceitos) do que sobre as obras em si.


II. Língua, edição, versão


A importância de ler no original: mesmo se ler mal, pois só temos como chegar no ponto de ler bem uma língua estrangeira depois de anos e anos lendo mal.


A importância de uma boa tradução: diferentes teorias de tradução, como escolher uma tradução pra você.


A importância de uma boa edição: prefácio, introdução, posfácio, notas, aparato crítico, explicações.


III. Como ler não-ficção


Ler no mínimo dois livros sobre qualquer assunto que queria se informar: o primeiro para se informar (e se auto iludir que sabe) e o segundo para se dar conta de o quão pouco realmente sabe.


IV. Como ler ficção


Na não-ficção, lemos para saber qual é a mensagem da autora: vidro transparente, para ver o outro lado. Ficção não tem mensagem: o meio é a mensagem: o vidro é um mosaico, o próprio vidro é uma arte.


Todo grande livro nos ensina a lê-lo, ele é uma linguagem por si só e só pode ser julgado em função de si mesmo.


Abrir se para a experiência da ficção: qual é a experiência que essa artista criou para nós? Se entregar à obra. Não julgar a autora, nem as personagens.


Só dá pra saber o que achamos de um livro de ficção depois que acabamos de ler.


Não ler tentando decodificar uma única mensagem que a autora teve intenção de passar. Ou: não presumir que existe essa mensagem. Não colocar palavras na boca da autora. Aceitar ambiguidades. Presumir que possa existir mais de uma mensagem, inclusive contraditórias.


Começar pela obra prima, pela obra mais representativa daquela autora.


V. Poesia


Ler poesia em voz alta: poesia é som. Importância e o valor dos audiolivros para apreciarmos a sonoridade da língua.


Na ficção, o meio é a mensagem: toda autora que escreve em verso poderia ter escolhido escrever em prosa. Então, devemos ler em verso o que foi escrito em verso, etc.


VI. Como ler livros antigos


Todo livro é escrito com algum tipo de leitora ideal em mente. Nos livros escritos em nossa cultura e em nossa época, em nosso país e em nossa língua, quase sempre somos nós. Só ler esses livros pode nos tornar leitoras complacentes e preguiçosas. A melhor coisa de ler livros antigos é exercitar nossa alteridade: esses livros não foram escritos para nós, eles não vêm até nos, mas exigem que façamos o movimento de ir até eles


A importância de uma boa tradução, de uma boa edição, de boas notas, de um bom professor, é diminuir essa distância entre o texto antigo e suas expectativas de leitora ideal, e nós, leitoras de hoje com expectativas de hoje.


O papel do professor de literatura é garantir que alunas saibam aquelas coisas que a pessoa autora nem se deu ao trabalho de explicar porque presumia que seu público soubesse: Machado de Assis, Paulo e Virgínia.


A autora sempre escreve presumindo que o público sabe X coisas, pois não é possível falar tudo: mas o tempo passa, o público muda, e às vezes, quase sempre, muito se perde. O texto nasce do contexto histórico e vocabular da autora, que não conhece nem tem como conhecer o contexto histórico e vocabular de quem está lendo, décadas, séculos, milênios no futuro.


VII. O livro e você


Nem todo livro é pra todo mundo, e nosso gosto pessoal não é critério de qualidade literária: não é porque eu pessoalmente não gostei de um livro que ele é ruim, e vice-versa


Mantra: "Meu gosto pessoal sobre uma obra de arte é sempre 100% válido e nunca tem nenhuma relação com o valor ou falta de valor artístico dessa obra." O fato de eu não ter gostado não quer dizer q o livro é ruim ou fraco justamente porque dizer isso equivaleria colocar o meu gosto pessoal idiossincrático como juiz da boa literatura mundial.


A leitura é um espaço virtual, fora da obra, fora de mim, onde se encontram o texto da obra e o meu olhar. Como o meu olhar sempre muda, a leitura sempre é diferente, mesmo que a obra permaneça igual. A obra se completa no leitor: o significado será diferente para cada pessoa.


Podemos nos dar ao direito de não gostar, mesmo que a maioria goste. E vice-versa.


Se permitir começar, largar, parar, desgostar, retomar livros à vontade: não tem regras, ninguém está olhando, fazemos o que quisermos. Leitura é diversão.


VIII. O cânone ocidental mínimo


Sugestão de cânone ocidental mínimo para uma pessoa brasileira, somente ficção. O critério é serem obras importantes, influentes, representativas, muito referenciadas e citadas.


Fonte: Aqui


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