segunda-feira, 1 de julho de 2013

REFLEXÕES SOBRE O LIBERALISMO: Prezar a liberdade, defender a escravidão


Quem faz do liberalismo a imagem dada pelos liberais terá duras surpresas ao ler esta obra magistral de Domenico Losurdo, Contre-histoire du libéralisme[Contra-história do liberalismo] (Laterza, Roma/Bari, 2006), que já de saída nos apresenta um extraordinário paradoxo.
Ser liberal, em princípio, significa militar, seguindo a escola de grandes escritores como Hugo Grotius e John Locke, Adam Smith e Alexis de Tocqueville, pelas liberdades do indivíduo contra o absolutismo político, o intervencionismo econômico, a intolerância filosófica. Poderoso movimento de pensamento e ação que, do século XVI ao século XVIII, e através de três gloriosas revoluções na Holanda, Inglaterra e América, moldou toda a história contemporânea. Mas é justamente com ele que a escravidão conheceu seu maior desenvolvimento. Na América, havia 330 mil escravos em 1700, cerca de 3 milhões em 1800 e o dobro na metade do século XIX. A Holanda só aboliu a escravidão em suas colônias em 1863. Em meados do século XVIII, era a Grã-Bretanha que tinha o maior número de escravos: quase 900 mil. E tratava-se do pior tipo de escravidão, a chattel racial slavery, na qual o escravo negro é simplesmente um “bem móvel”. Não se poderia imaginar uma negação mais radical da liberdade individual. Onde está o erro?
Para ler o texo completo de Lucien Sève clique aqui
Sobre o mesmo tema pode ler o texto "O laisser-faire é libertário?" de Serge Halimi clicando aqui

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