quinta-feira, 18 de julho de 2013

LEGENDAS E TRADUÇÕES: Diversidade e unidade da língua portuguesa


O Canal Brasil, presente na grade de programação de quase todas as operadoras de TV por assinatura, tem um lema: “Vários sotaques, uma só língua”. Pois no dia 09/07 (00h15min), no programa “Mostra do Cinema Português”, a emissora não seguiu seu justo mote. O apresentador Ricardo Pereira, português de nascimento, anunciou o filme da noite: A outra margem, do realizador Luís Felipe Rocha (2007, Portugal), em português do Brasil. Com o acento dos cariocas. O ator já conhece o Brasil há um bom tempo, e agora vive no Brasil.
Enquanto Ricardo apresentava a película aos telespectadores, um pensamento cruzou minha mente: “Depois desta introdução feita por um lusitano em perfeito português brasileiro, só falta agora exibirem uma fita com legendas e gente brasileira no elenco”. Dito e feito: mal começou a conversação, e lá estavam os subtítulos e os brasileiros na tela. Se o canal Brasil tem “vários sotaques, e uma só língua”, para que as legendas? Nossos falares tornaram-se tão diferentes que agora precisamos de tradução e legendas para manter conversação? Enquanto isso, na fita, portugueses e brasileiros conversavam naturalmente. Entendiam-se perfeitamente. Mas havia legenda na tela. O paradoxo foi constrangedor e não guardava relação com o que acontecia na fita e na vida.
Acaso não podemos dialogar entre nós, brasileiros, portugueses, angolanos, timorenses, e todos os povos de fala portuguesa, sem necessidade de tradutores? Há dificuldades em entender o que falam os portugueses, mesmo quando eles conversam com brasileiros em um filme? Os diálogos não fluem naturalmente na cena em tela e fora dela também? Acaso alguém esqueceu a memorável cobertura que a RTP fez da Primeira Guerra do Iraque em 2003? Alguém por acaso teve dificuldade de entender o que falava lá de Bagdá o excelente Carlos Fino? Não podem os portugueses assistir à programação brasileira sem necessidade de legendas? Não compramos e vendemos, brigamos e festejamos sem precisar de tradução? Por que legendar os filmes?
Para ler o texto completo de Sergio da Motta e Albuquerque clique aqui

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