quarta-feira, 8 de maio de 2024

"Residência" - Nisrin Ibn Larbi

 



Residência

 




O gemido é um canto que se cobre com o transe.


Se o gemido fosse uma casa alojar-me-ia nela,


pintaria o seu interior e o seu exterior


com as cores do seu transe.


Penetrei inteira


naquele gemido,


saiu de mim inteira,


calou-se para sempre.


O sangue geme na artéria


revela a sua expressão quando atinge o coração


calou-se quando chega ao cérebro.


O gemido da memória é uma revelação sem palavras


quando escutas a sua voz


amarra as tuas orelhas, ignora as suas anotações.


Nenhuma travessia conseguiu limitar o gemido


que se perdeu solitário,


ressoou pelo eco, sucedeu-se pelo silêncio.


Delimita o limite entre o gemido e o silêncio


Para que não percas a voz!


O gemido desafia a expressão.



 

Nisrin Ibn Larbi




Nisrin Ibn Larbi nasceu em Tetouan (Marrocos) em 1981. Poeta e professora de língua espanhola e literatura na Faculdade de Letras e Ciências Humanas da Universidade Abdelmalek Essaadi de Tetouan. É doutorada pela Universidade de Granada com uma tese sobre La Dualidad Cervantina. Historia, literatura y moriscos en el Siglo de Oro. Membro de vários comités, tanto em Marrocos como em Espanha, tem proferido várias confer& ecirc;ncias. Ao poema que aqui se publica, foi atribuído, em 2013, o XII Premio Rafael Alberti de Poesía, promovido pela Consejería de Educación Embajada de España en Rabat. Os seus poemas têm aparecido nas revistas Aljamía, da Consejería de Educación en Marrocos, e na revista Dos Orillas, de Algeciras. Publicou o poemário A Fuga na antologia poética Estrecheños, em 2015, e figura n a antologia Encuentro Rencontre, publicada em 2017.





Para ter acesso ao mais recente livro de poesia "Nas sílabas do ventodo autor do blog clique aqui

Não é Plano Marshall. Precisamos de um New Deal. E isso é incompatível com o arcabouço




PRECISAMOS DE UM NEW DEAL, um novo acordo, com a ousadia que os governantes dos Estados Unidos tiveram há noventa anos. Para ler o texto de Gilberto Maringoni clique aqui

 

Heverton Lacerda: Presos em sua "bolha opaca", governantes negligenciaram as previsões sobre a tragédia no RS


Brian Mier, Bryan Pitts, Kathy Swart, Rafael R. Ioris & Sean T. Mitchell: O envolvimento dos EUA no golpe que culminou com a eleição de Bolsonaro


Fabian Falconi - A Faixa de Gaza é aqui: por que armas israelenses alimentam conflitos no Brasil?


André Gattaz: A opinião pública, Israel e Palestina


Rafael Lopes Batista: O silêncio da filosofia brasileira sobre Gaza


Michel Goulart da Silva: Os trabalhadores, as instituições de ensino e a greve da educação federal


Ricardo Antunes analisa o inferno da precarização


Christina Queiroz - População de rua: quando a saída ainda é mitigar


Biden poderia impedir o ataque de Netanyahu a Rafah?

 






Um ex-oficial de segurança nacional dos EUA avalia os limites do poder dos EUA para influenciar Israel em tempos de guerra. Para ler o texto de Gregory F. Treverton clique aqui


























Giulia Be: "Perfeita"




Para assistir à interpretação de "Perfeita" na voz de Giulia Be clique no vídeo aqui

 

Navegando pelo cinema





O cinema de Messora e Salaviza com o povo indígena Krahô: "uma mesa farta para todos"




"A Flor do Buriti" (2024), "Crowrã" no original, é a segunda longa-metragem que resulta da aliança de cinema entre o realizador português João Salaviza (Lisboa, 1984), a realizadora brasileira Renée Nader Messora (São Paulo, 1979) e o povo indígena Krahô. Esta experiência coletiva de cinema é a parte mais visível de uma relação de amizade, que leva o casal de realizadores a viver longos períodos com os Krahô na aldeia Pedra Branca, onde filmaram "Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos" (2018)A autoria do guião deste segundo filme, que mistura ficção com o real, é partilhada com dois dos seus principais atores - Ilda Patpro Krahô e Francisco Hỳjnõ Krahô - e com Henrique Ihjãc Krahô, protagonista de "Chuva é Cantoria". Para ler o texto de Anabela Roque clique aqui







"Foram Os Sussurros Que Me Mataram"




O filme narra a história de Ingrid Savoy, uma celebridade prestes a entrar em um reality show, que se encontra confinada em um quarto de hotel. Entre visões premonitórias, um ataque de paparazzi e atentados anarquistas que assolam a cidade, a artista vive sob a constante ameaça de um escândalo iminente. Para ler o texto completo clique aqui







"Guerra Civil" nos lembra o preço que pagaremos se nosso país afundar na loucura




"O filme de Alex Garland mostra aos americanos que uma guerra civil não será muito diferente daquilo que veem na televisão quando são informados das guerras na África e no Oriente Médio. Seu país, paradigma de progresso, não será tão especial quanto vocês pensam", escreve Iñigo Sáenz de Ugarte, em artigo que pode ser lido clicando aqui


Nos caminhos da arte

 



O navio da morte



Há uma sombra de mistério que envolve a biografia daquele que assinava seus livros por B. Traven. No entanto, como o próprio Traven desabafou certa vez, cansado de ser incomodado por investigadores quase paparazziz, “a biografia do homem criativo carece por completo de importância. Não reconhecer o homem através de sua obra significa que ou ele ou sua obra não valem nada. Por isso, o homem criativo não deve ter outra biografia senão sua obra. É nela que expõe sua personalidade e sua vida à crítica dos demais”. Para ler o texto de Alexandre Juliete Rosa clique aqui







A belíssima arte de papel da artista portuguesa Sena Runa




É raro ver pessoas que abandonam seu emprego em tempo integral para fazer o que amam, mas a artista portuguesa Sena Runa teve essa sorte. Ela cria uma arte de papel única e até escreveu um livro detalhando as técnicas que usa. Até agora, já criou mais de 1.200 peças de arte. Confira alguns de seus trabalhos clicando aqui

Para assistir a um vídeo acelerado que mostra como a artista dá início a cada trabalho clique aqui








Reflexões sobre o tempo presente





Universidades como fábricas

Para mim, na atual onda de manifestações pela liberdade de expressão nos Estados Unidos, a novidade está em que foram os administradores das universidades que pediram à polícia que atacasse os estudantes”, escreve Branko Milanović, economista sérvio-americano e professor da Universidade da Cidade de Nova York. “Hoje, seu papel é o de ser diretores-gerais de fábricas que se chamam universidades. Estas fábricas possuem uma matéria-prima que se chama estudantes e que convertem, em intervalos regulares anuais, em graduados”, avalia. Para ler seu texto clique aqui








A direita sequestrou o conceito de liberdade




Quando a direita captura um conceito essencial, um projeto emancipador precisa ressignificá-lo. Não a partir do individualismo, mas da justiça social e do resgate do tempo que o capital sequestra. Pois só uma vida digna pode ser livre. Para ler o texto de David Harvey clique aqui


 





 Considerar a possibilidade do fim do mundo humano não é mais uma alegoria ou metáfora


Ensaísta, sociólogo e professor universitário, Eduardo Grüner é autor dos livros "Un género culpable", "Las formas de la espada", "El fin de las pequeñas historias", "La oscuridad y las luces" e uma grande antologia: "Lo sólido en el aire: El eterno retorno de la crítica marxista", entre outros. Participou de revistas como SitioCinégrafoConjeturalConfinesEl cielo por asalto e El Rodaballo, e sua obra foi reconhecida por diversas instituições. Além disso, participou da Assembleia de Intelectuais em apoio à Frente de Esquerda e dos Trabalhadores. Seu novo livro, "La tentación del desastre", publicado por Red Editorial - acompanhado de um posfácio de Celeste Medrano -, apresenta uma série de debates a partir de autores da antropologia singulares e “heterodoxos”, do século passado, em uma reflexão teórica e política que nos convida a pensar a situação/tentação do desastre atual, produzida pelo capitalismo, tão mundializado quanto autodestrutivo e sem freios à vista. Para ler a entrevista de Eduardo Grüner clique aqui


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