quarta-feira, 30 de abril de 2014

Cortinas Fechadas, de Jafar Panahi: a expressão, em filme, do homem dolorido

Divulgação
Como avaliar um filme político que luta as causas progressistas – justiça social, denúncias reiteradas de desigualdades e de abusos, restabelecimento de realidades escamoteadas ou distorcidas pelas ditaduras -, porém com baixa qualidade cinematográfica? Cinema sem talento artístico, montagem confusa, pobre de imagens, pesquisa precária, inconcluso, apenas catártico, mas que apresenta certas informações que, para a história, são novas e oportunas? Produções baratas, realizadas com honestidade, suor e lágrimas, mas incomparáveis ao impecável cinema, por exemplo, de Eduardo Coutinho, Costa-Gavras, Ken Loach?
Vale a complacência?
Não é o caso do excelente Cortinas Fechadas, do cineasta Jafar Panahi, de 54 anos, nascido no Azerbaijão, membro do grupo de elite dos melhores realizadores do provocador cinema iraniano: Kiarostami, Makhmalbaf, Asghar Farhadi, Majid Majidi e Mohammad Rasoulof, este em atual prisão domiciliar. O seu filme que se inicia e termina com as grades de uma vasta janela de casa de veraneio aparentemente aprazível - na verdade grades de uma prisão -, e no qual a tela, sem imagens, se mostra negra à custa de cortinas escuras rigorosamente cerradas, é uma produção dirigida por um prisioneiro político a quem se tenta calar à força.
Para ler o texto completo de Léa Maria Aarão Reis clique aqui

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