quinta-feira, 31 de outubro de 2013

JENNIFER SOUZA: Lançamento do CD "Impossível Breve"


Após doze anos de estrada e cinco de criação de um primeiro trabalho individual, a cantora, compositora e guitarrista mineira Jennifer Souza lança seu álbum de estreia “Impossível Breve”. Plasmado sob a atmosfera bucólica do bairro de Santa Tereza, produzido de forma totalmente independente e colaborativa, o disco traz nove canções de um folk jazz indie maduro e confessional.
Leia abaixo a crítica de Lud Fonseca sobre este trabalho.

Impossível Breve

Dia 08 de novembro, acontece em BH o show de lançamento do Impossível Breve. Aí vocês me perguntam: “Mas, Lud, o que é o Impossível Breve?”. Bom, o Impossível Breve é aquele breve momento, aquele brevíssimo momento, em que o impossível acontece. São aqueles minutos que preenchem bons anos das nossas vidas. O impossível breve é o nosso lembrete diário de que temos que estar sensíveis ao que acontece a nossa volta, para não perdermos a oportunidade da beleza. É aquela nota pregada na geladeira: não deixemos as finuras da vida passarem sem nos apercebermos disso.
Além disso, o Impossível Breve é desejo. É desejo de viver, pelo menos, um momento curto daquilo que parece mais que improvável, impossível. Não é realidade, mas a capacidade de sonhar com o intangível. É a intensa ligação entre desejo e sonho.  A pequena confusão entre aquilo que desejo porque vejo e aquilo que planejo enquanto sonho faz a impossibilidade parecer bobagem. Impossível breve é aquilo que todo mundo deveria conhecer: aquele fugidio instante em que, de dentro do sonho, olhamos para a realidade com olhos descrentes – porque ela não faz sentido.
Impossível Breve é, por outro lado, tudo aqui que leva em si a impossibilidade de brevidade. É o que, dada a sua importância, não está de passagem. É a condição de tudo que vem até nós motivado a ficar. Qualquer breve vivido que ressoa em tudo que somos e fazemos, qualquer momento em que transformarmos o que está a nossa volta e somos transformados por isso, irremediavelmente.
E a Impossível Breve é, finalmente, uma ironia musical. Breve é uma figura rítmica praticamente extinta porque é longa demais.  A impossível breve passa, então, a ser o valor que a gente bem que quer alcançar e que já não se encaixa no nosso compasso. A impossível breve é o desejo de fazer durar um pouco mais aquilo que foi escrito sempre faltando a metade.
E, no meio disso tudo, o Impossível Breve é o CD que a Jennifer Souza vai lançar dia 08 de novembro no espaço 104, em BH. Um CD emocionante, daqueles que é só pros fortes e pros sensíveis. Daqueles de arrebentar a boca do balão, de chutar o pau da barraca, de gritar “chora, botão!”. E é um CD pra ouvir, não pra simplesmente colocar de música de fundo. Ele te pede alguns breves minutos de atenção. E vale a pena.
Para não dizer que não falei, sinto que um pedacinho do trabalho tão sensível da Jeninha é um pouco meu. Não só porque tem duas músicas que levam o meu nome, mas porque é como se tudo falasse daquilo que importa. Eu demorei muito a escrever sobre os Impossíveis Breves, e acho que é porque é difícil expressar toda a gratidão de estar vivendo a minha vida, que é só mais um breve instante de sorte, num momento especial, em que trabalhos como este da Jennifer se tornam possíveis.

Lud Fonseca

Leia também duas resenhas sobre este álbum de Jennifer Souza clicando aqui e aqui
Pode ajudar na campanha financeira do lançamento (pois se trata de uma produção absolutamente independente) clicando aqui



2 comentários:

Lud Fonseca 31 de outubro de 2013 às 14:38  

Uai, curti este lugar onde meu texto veio parar! =)

Jennifer Souza 31 de outubro de 2013 às 15:19  

Opa! Obrigada pelo post Miguel! Abração e vamos no show!? Jenninha

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