domingo, 11 de agosto de 2013

O silêncio e a prosa do mundo

Em um ensaio sobre a prosa do mundo, o filósofo Maurice Merlau-Ponty observa que se fala na terra há muito tempo, mas três quartos do que se diz passam despercebidos. Podemos ir mais longe: poucas pessoas percebem, pensam e ouvem o silêncio. Sabemos apenas que silêncio sempre quer dizer mais do que o senso comum imagina e, por isso, ele nos propõe uma multiplicidade de problemas e questões. Sabemos, por exemplo, que não há um silêncio apenas: há o silêncio da perplexidade, do implícito, da reprovação, do subentendido, do que impede a fala de vir à expressão, o silêncio do torturado, o silêncio que asfixia o sentido das coisas. Há ainda o intolerável silêncio da política que faz de conta que ouve: são sistemas sociais, como escreve um dos conferencistas, que só podem durar se certas verdades, embora conhecidas de todos, nunca forem ditas publicamente. O silêncio é sempre a ausência de alguma coisa. Que sentido dar a tantos silêncios?
Para ler o texto completo de Adauto Novaes clique aqui

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