Navegando pelo cinema
Fernanda Montenegro: "Tudo já é meio despedida para mim. Uma hora acaba"
Vinte e dois anos após indicação ao Oscar, a grande dama do teatro no Brasil quebra novo tabu ao ser a primeira atriz do país eleita para a Academia Brasileira de Letras. Para ler o texto de Vagner Fernandes clique aqui
FILME INTEGRAL "Roma, Cidade Aberta" de Roberto Rosselini (1945)
Roma, 1944. Um dos líderes da Resistência, Giorgio Manfredi (Marcello Pagliero), é procurado pelo nazistas. Giorgio planeja entregar um milhão de liras para seus compatriotas. Ele se esconde no apartamento de Francesco (Francesco Grandjacquet) e pede ajuda à noiva de Francesco, Pina (Anna Magnani), que está grávida. Giorgio planeja deixar um padre católico, Don Pietro (Aldo Fabrizi), fazer a entrega do dinheiro. Quando o prédio é cercado, Francesco é preso pelos alemães e levado para um caminhão. Gritando, Pina corre em sua direção e é metralhada no meio da rua. Giorgio foge para o apartamento de sua amante, Marina (Maria Michi), sem imaginar que este seria o maior erro da sua vida. Roma, Cidade Aberta, quase sessenta anos após sua realização, continua a ser um dos momentos mais fortes da história do cinema. O impacto estético conseguido por Rossellini, nasce, por um lado, de uma violenta absorção da realidade, e, por outro, de uma construção dramática que foge inteiramente às regras de um cinema narrativo então hegemônico. Não é à tôa que o roteiro impede que o espectador atribua de imediato a este ou aquele personagem o estatuto de "personagem principal". Não há maior ou menor heroísmo entre Manfredi (Marcello Pagliero) e Don Pietro (Aldo Fabrizi). O que os une é um princípio, se quisermos, de coragem humana, que independe das convicções ideológicas (Manfredi é um militante comunista e Don Pietro um padre). Se há um "herói" em "Roma..." ele é simplesmente o próprio ato de resistência. Para assistir ao filme (1:42:44) clique no vídeo aqui
Hikikomori. O mundo dentro de uma sala
O mundo de Matteo está todo dentro de uma sala, porque Matteo se retirou da vida social, decidiu voluntariamente não ir mais à escola, interromper todas as relações e atividades, e viver recluso na sua toca doméstica, passando o tempo na frente da tela do seu computador e na companhia dos videogames. Sara, educadora chamada pelo colégio do jovem e pelos serviços sociais, tenta ajudá-lo. O desafio é complicado: Matteo, de 17 anos, precisa voltar ao colégio em três meses para não perder de novo o ano letivo. Depois de uma série de encontros, com tenacidade, paciência e competência, Sara consegue romper a solidão de Matteo, e o rapaz volta ao colégio. Mas o sucesso da intervenção foi questionado pelo passo em falso da mulher. Exceto pelo fato de Matteo ter feito uma descoberta sobre a vida de Sara que ainda pode evitar o fracasso de ambos. Essa é a trama do curta-metragem “Ho tutto il tempo che vuoi” [Tenho todo o tempo que quiser], uma história intensa de dor e esperança que, em 26 minutos, conta a relação entre um adolescente hikikomori – o termo é japonês e indica quem optou por se retirar da vida social, atingindo níveis extremos de isolamento e que, na Itália, se estima que diz respeito a cerca de 100.000 jovens – e uma mulher, uma profissional, que tenta ajudá-lo a se reinserir no mundo. Para ler o texto de Tina Simoniello e assistir ao documentário clique aqui
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