MOÇAMBIQUE - Memória cultural e o espaço (re)imaginado em Hóspedes da Noite (2007), de Licínio Azevedo
O cinema desempenha um papel ativo na formação da nossa compreensão do passado e na definição
da agenda para futuros atos de lembrança no seio da sociedade, dado que constitui um meio de memória
cultural e visual sobre os países e os espaços e períodos representados. O Grande Hotel da Beira,
símbolo de luxo no período colonial, é-nos apresentado, em Hóspedes da noite, por dois ex-funcionários
que relembram a sua grandiosidade, enquanto em simultâneo ouvimos os testemunhos dos novos donos
que ocupam este espaço, e que reacendem a memória das deslocações forçadas e dos impactos da
Guerra Civil em Moçambique. As memórias do período colonial, mesmo não sendo evocadas (não há
qualquer referência ao período colonial), assomam na imagem como a emanação fantasmagórica que
inscreve o então presente e eiva o futuro - e, neste sentido, revela-se fundamental para os autores uma
proposta de reflexão sobre as disputas humanas pela sobrevivência.
Para ler o texto de Tiago Vieira e Isabel Macedo clique aqui
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