O mito da mulher negra, o sujeito genderizado e racializado
O feminismo negro é a única resposta de resistência absoluta ao
modelo patriarcal branco e a questão racial transporta a mulher negra para um
lugar de opressão conjuntamente com o homem negro, ambos racializados, sendo
esse lugar comum de opressão o resultado do mesmo sistema que genderiza
binariamente a sociedade.
Obras de arte na condição da pós-memória
Este duplo processo pode designar-se como de descolonização das
artes, e é uma prática corrente, que condiciona a pertença de um artista a esta
condição da pós-memória. A este primeiro atributo que estas produções detêm,
outras particularidades artísticas se reconhecem nestas obras tais como: a
presença de tradições culturais oriundas das ex-colônias (ritmos, tapeçaria,
pintura sobre areia, escultura em couscous, formas de canto griot ou Rai),
traços dos modernismos alternativos (fotografia do Mali, de Moçambique, pintura
dos modernismos marroquinos) a desconstrução sistemática da iconografia e
estatuária pública nos países europeus como nas ex-colônias, a revisão e desconstrução
da história de arte universal, a crítica ao afro-pessimismo, a denúncia e luta
contra o racismo, o questionamento sobre as identidades e sobre a
possibilidade/impossibilidade do regresso, o tema e a urgência da reparação e a
assunção clara de que o contexto da produção artística é a relação
Europa-África, mas o tema não é África.
Para ler o texto de António Pinto Ribeiro clique aqui
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