Guerrilha do MBL mira arte e sexo, espalha o caos e quer vender a "solução"
"Vídeo polêmico mostra criança interagindo com homem nu”, diz a manchete. Diante dela, a tendência natural é imaginar o pior. “Interagir” certamente teria a ver com alguma prática sexual bizarra. O temor é reforçado pela presença insistente da palavra “pedofilia” nos comentários que repercutem o assunto. Apesar do receio, tomamos coragem, respiramos fundo e clicamos.
Há um homem nu, deitado, inerte. Ao lado dele, uma menina de uns cinco anos, acompanhada da mãe. As duas estão vestidas. A mãe então encoraja a menina a tocar no homem, e ela toca. Na canela, depois no braço. E é isso. Foi esse o trecho de um vídeo de uma performance no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), que deixou a imprensa e as redes sociais em polvorosa nos últimos dias.
Mas afinal, uma criança tocar na canela de um homem nu é pedofilia? Segundo o Manual Diagnóstico e Estatísticas de Doenças Mentais (DSM-5), a pedofilia envolve excitação sexual intensa e urgências sexuais relacionadas a adolescentes ou crianças. No vídeo do MAM não há sinais de excitação, nem nada que remeta a sexo. Além disso, a nudez, exposta de maneira “não-erótica”, é autorizada pelo Ministério da Justiça mesmo em atrações de classificação livre. Então fica difícil não ver exagero na reação ao episódio.
Para ler o texto completo de Tomás Chiaverini clique aqui
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