domingo, 8 de fevereiro de 2015

Alain Badiou: A farsa do Charlie Hebdo

Alain Badiou

Para Alain Badiou, o respaldo do atentado ao semanário francês adquiriu ares de um teatro farsesco. Em artigo intitulado “O vermelho e o tricolor” [Le rouge et le tricolore], publicado no Le monde no final de janeiro de 2015, o filósofo francês situa o episódio no seio de um mundo completamente tomado pelo capitalismo global e “predatório”. Na batalha de identidades e contra-identidades nacionais, religiosas, ideológicas encenadas neste contexto, a França recorre ao “totem” de sua République démocratique et laïque – auto-imagem fundada, lembra Badiou, nos massacres da Comuna de Paris de 1871. São nos vasos comunicantes entre o falatório pós-atentado da liberdade de expressão e a política de militarização da vida social francesa que Badiou identifica a atual figura desse perverso “pacto republicano”, do qual não poupa nem o humor do que chama dos “ex-esquerdistas” do Charlie Hebdo. O atentado de janeiro, por outro lado, aparece decifrado como um crime essencialmente fascista – ao que Badiou insiste: contra o antisemitismo e a lógica identitária não é o tricolor francês que se deve erguer, e sim a bandeira vermelha. 
Para ler o texto de Alain Badiou clique aqui

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