Alain Badiou: A farsa do Charlie Hebdo
Para Alain Badiou, o respaldo do atentado ao
semanário francês adquiriu ares de um teatro farsesco. Em artigo intitulado “O
vermelho e o tricolor” [Le rouge et le tricolore], publicado no Le
monde no final de janeiro de 2015, o filósofo
francês situa o episódio no seio de um mundo completamente tomado pelo
capitalismo global e “predatório”. Na batalha de identidades e
contra-identidades nacionais, religiosas, ideológicas encenadas neste contexto,
a França recorre ao “totem” de sua République
démocratique et laïque – auto-imagem
fundada, lembra Badiou, nos massacres da Comuna de Paris de 1871. São nos vasos comunicantes entre o falatório
pós-atentado da liberdade de expressão e a política de militarização da
vida social francesa que Badiou identifica a atual
figura desse perverso “pacto republicano”, do qual não poupa nem
o humor do que chama dos “ex-esquerdistas” do Charlie Hebdo. O
atentado de janeiro, por outro lado, aparece decifrado como um crime essencialmente
fascista – ao que Badiou insiste: contra o antisemitismo e a
lógica identitária não é o tricolor francês que se deve erguer, e sim
a bandeira vermelha.
Para ler o texto de
Alain Badiou clique aqui
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