sábado, 21 de fevereiro de 2015

"Senso sem direção" - Goimar Dantas


Senso sem direção

Eu me desdobro: origâmica
E me azulejo: cerâmica
Escorro em lava: vulcânica - sobre você
E então me vejo: reflexo
Um Rio Tejo em seu fluxo,
cujo desejo profundo é se misturar ao mar.
Um oceano nostálgico
de águas salgadas, febris.
E correntezas incertas.
Ondas gigantes e hostis.
E ainda assim eu me entrego.
Submergindo me enredo:
sereia plena, feliz.
Espécie de néctar, fruta:
pra sorver absoluta
na boca da sua noite.
Sumo pra suar em febre
e entranhar em sua pele:
esse horizonte, fronteira.
Penhasco abismo, ladeira
Avesso do meu direito
onde espero me perder.

Goimar Dantas

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