terça-feira, 25 de junho de 2013

Georges Rudé, as multidões de junho no Brasil e as simplificações jornalísticas a seu respeito

PAÍS EM PROTESTO 20-06-2013
“Há duas semanas, observamos protestos em vários centros urbanos contra o aumento das tarifas de transportes coletivos e a falta de qualidade de transportes urbanos”. Eu poderia iniciar este texto assim e, ao fazê-lo, já estaria simplificando o mundo de experiências em ebulição fora de meu texto. Outra opção poderia ser: “Vemos o vandalismo contra o patrimônio público e a reação contra os partidos políticos. Isso é um atentado contra a democracia”. Neste caso, estaria criando um enorme foco sobre ações pontuais e correndo o risco de reduzir o todo a uma parte pouco representativa do conjunto das agendas que emergem nas multidões de junho.
Nas décadas de 1960 e 1970, num momento de ebulição social, política e cultural da descolonização, da luta pelos direitos civis e da contracultura, o historiador marxista britânico Georges Rudé (1910-1993) dedicou-se a estudar as Multidões na História, focado no eixo cronológico 1780-1860, com foco comparativo nos casos francês e inglês. Naquele momento, Rudé demonstrava a originalidade epistemológica de transformar em objeto de estudo, numa chave distinta da psicologia social de antanho, um agente social coletivo desinstitucionalizado: a Multidão. Observem: não era “povo”, “classe” ou “nação”, conceitos sujeitos a institucionalização jurídica, política e econômica, mas “Multidão”. Naquele momento, pensar a categoria “Multidão” como agente social tinha grande frescor contextual. A sua escrita era de esperança em relação à renovação social, econômica, cultural e política para além do capitalismo.
Ao pensar nas manifestações das multidões de junho de 2013 e nos vestígios da imprensa sobre tais eventos, chequei à conclusão de que valeria a pena recuperar algumas ponderações de Georges Rudé, pois constatei uma patente incapacidade, ou má fé, dos meios de comunicação massivos, abertos e do “horário nobre” (desonrado por notícias superficiais) na forma de lidarem com o agente social “Multidão” e os vários movimentos sociais, indivíduos e agendas que compõem o mundo do pós-Guerra Fria. Rudé fizera um trabalho de sistematização e tipificação das ações de revolta das “Multidões”.
Para ler o texto completo de Alexander Martins Vianna clique aqui

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