Navegando pelo cinema
Aqueles atentos à programação que o Festival Ecrã tem oferecido nos últimos anos terão de concordar que Vinícius Romero é uma das grandes revelações do cinema experimental contemporâneo. O seu média-metragem “A Densa Nuve, o Seio” foi uma enorme surpresa na edição de 2020 e, no ano seguinte, o curta “bai gosti / eros afogado em lágrimas” e o média “23 Painéis para ‘La battaglia celeste tra Michele e Lucifero’” provaram que aquela estreia bem sucedida não se tratava de sorte de principiante. O seu cinema é um cinema lírico — cuja recepção crítica até aqui tratou de comparar repetidas vezes ao cineasta experimental norte-americano Stan Brakhage. A comparação é, em certa medida, justificada: ambos realizam um cinema cujo ponto de vista da câmera coincide absolutamente com o ponto de vista do autor. Trata-se de um cinema “em primeira pessoa”, em que, como em Brakhage, as manipulações realizadas na imagem e o ritmo (frequentemente intenso) da montagem buscam retratar o estado de espírito do narrador. Em suma, o cinema lírico dos dois empreende a mímese da consciência. Para ler o texto de Pedro Mesquita clique aqui
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