quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Navegando pelo cinema





"Madly in Life", de Raphaël Balboni, Ann Sirot (2020) 





Os cineastas belgas Ann Sirot e Raphaël Balboni estreiam-se com este feel good movie que explora os caminhos únicos e inescrutáveis que que só a família pode percorrer. Ancorado num estilo narrativo com fantasia e determinação, “Madly in Life” procura compreender o estranho mundo em que vivemos. A dupla aborda, através de comédia e transgressão, o árduo tema da demência. E fá-lo com uma aposta formal tão terna quanto exuberante. Alex e Noémie, ambos na casa dos trinta, querem um filho. Mas os seus planos são frustrados quando a mãe de Alex, Suzanne, começa a demonstrar sinais de "demência semântica", uma doença neurodegenerativa que influencia o seu comportamento. Gasta dinheiro de forma imprudente, visita os seus vizinhos a meio da noite para comer fatias de pão e improvisa uma carta de condução falsa com tesoura e cola. Suzanne transforma-se numa criança incontrolável - um curso em parentalidade inesperado e incomum para Noémie e Alex. Para assistir ao trailer do filme (1:27h) clique no vídeo aqui









Eduardo Escorel: O que vemos quando olhamos para o céu? 





Produção milionária da Netflix pretende ser uma sátira política mordaz, mas perde impacto à medida que personagens se tornam caricaturais. Para ler o texto de Eduardo Escorel clique aqui








Buster Keaton - A Arte do Gag 



Impossível resistir a Buster Keaton – mesmo passados alguns 100 anos de grande parte dos seus filmes, como ator e realizador, em simultâneo. Nunca atingiu a popularidade de Charlot, mas merecia-o. Buster Keaton inteligentemente percebeu que ao não modificar a expressão, o espectador projetaria nela os seus sentimentos e sensações. Pode dizer-se que de certa forma, ele pré-concebeu intuitivamente a famosa Experiência Kuleshov. Creio que esta montagem de humor, com comentários (alguns de Orson Welles) e uma inteligente comparação de gags por ele inventados com cenas de filmes atuais, é esclarecedora. Esclarecedora e apreciada por gente mais nova que nunca ou pouco viu dos seus filmes, bem como por gente mais velha (que ainda a sim os viu “em segunda mão”) e que certamente voltará a rir ou a sorrir, com a imaginação por ele demonstrada nesta extraordinária sequência de gags. E como o comentador afirma, no final: “Nothing beats the real thing”.

 

Carlos Reis (16/01/2022)


 

Para assistir à arte do Gag com o inesquecível Buster Keaton clique no vídeo (8:34) aqui


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