sábado, 28 de maio de 2016

DOSSIÊ - Cultura do estupro: Quando o silêncio dos homens é delinquência social


Nós, homens, pensaríamos duas vezes antes de fazermos comentários machistas, preconceituosos e violentos se tivéssemos medo de sermos criticados, repreendidos e humilhados publicamente por outros homens em um almoço de família, no intervalo das aulas da faculdade, na mesa de bar. E, é claro, também nas conversas, publicações, curtidas e compartilhamentos no Facebook, Twitter e WhatsApp.
Para ler o texto completo de Leonardo Sakamoto clique aqui

Leia “Sociedade naturaliza a cultura do estupro, diz antropóloga  Heloísa Buarque de Almeida” clicando aqui

Leia “Reflita sobre estupro, se for homem” de Xico Sá clicando aqui

Leia “A cultura do estupro que condena as mulheres ao medo no Brasil” de Camila Moraes clicando aqui

Leia “Nós, homens, e a luta contra a Cultura do Estupro” de Rodrigo Santaella clicando aqui

Leia “O estupro e os estupradores” de LP clicando aqui

Seu cérebro quer que você seja infeliz, mas há como evitar


Tendemos a recordar o que é triste e remoer os medos. A boa notícia é que um simples banho quente pode mudar tudo. 

Para ler o texto de Nacho Coller clique aqui

"A voz do silêncio" - Encandescente


A voz do silêncio

Este silêncio ensurdecedor em que ouço tudo.
Todos os gemidos, todas as palavras
Todos os gritos, todos os ais.
Em que vejo fantasmas pairarem no escuro,
Corpos abraçados, enlaçados,
Em rituais lascivos, sensuais.
É este silêncio que me cobre como um manto negro
Como uma mortalha,
Que é escuro e abraço,
E me toma nos braços
E silêncio me torno e escuro sou.
É neste silêncio escuro em que me aninho e embalo
Que silencio os lamentos,
Que oculto choro e sofrimentos,
Que calo os gritos que não solto
Mas emudeço,
E guardo dentro.

Encandescente

'Grande mídia é a caixa de ressonância do golpe, mas Judiciário é o ator principal', diz sociólogo da Unicamp


Para Laymert Garcia dos Santos, professor do departamento de Sociologia da Unicamp, 'esse golpe é, antes de tudo, jurídico', com o Judiciário liderando estratégia de desestabilização 'em articulação com o Legislativo e com a grande mídia'.
Para ler a entrevista de Laymert Garcia dos Santos clique aqui

Assim funciona o ultracapitalismo

TTIP-leak

Documentos secretos divulgados revelam como EUA pressionaram União Europeia para assinar acordo que libera transgênicos e permite às empresas processar Estados em tribunais secretos.
Para ler o texto completo clique aqui

Criacionismo = Desonestidade intelectual


Em Agosto referi mais uma das manobras criacionistas na cruzada para impôr como ciência nas escolas públicas americanas os dislates míticos em que os seus proponentes acreditam. Em questão estava o filme Expelled, uma mega-produção cinematográfica que apresenta os criacionistas como vítimas da ciência ao mesmo tempo que afirma que a «Grande Ciência», o criacionismo na vertente Desenho Inteligente, é excluída das salas de aulas. A desonestidade indissociável de qualquer movimento criacionista é especialmente óbvia neste caso, em particular no comunicado de imprensa que publicita o filme, um chorrilho de vitimização, disparates e mentiras descaradas.
Para ler o texto completo de Palmira F. Silva clique aqui

JOÃO BERNARDO: "Labirintos do fascismo: Na encruzilhada da ordem e da revolta"


Para ler o livro completo "Labirintos do fascismo: Na encruzilhada da ordem e da revolta" (1452 páginas) de João Bernardo clique aqui

quinta-feira, 26 de maio de 2016

JOSÉ DE SOUSA MIGUEL LOPES: 16 artigos na revista "Página da Educação" de Portugal






Interação dos sujeitos com o cinema: construindo espaços de mediação

O cinema do instantâneo e sua repercussão no seio das crianças e adolescentes

Alguns olhares sobre a figura do professor no cinema (I)

Alguns olhares sobre a figura do professor no cinema (2)

Mundo letrado x mundo iletrado: as estratégias para a retenção do pensamento

Diversidade etnocultural na escola

Memória e esquecimento face à reorganização da estrutura da temporalidade

As novas temporalidades no processo de literacia e os paradoxos dos fluxos internacionais de informação

Cinema e experiência estética

Enfrentado tendências hegemônicas

Discutindo educação e cinema em tempos de nevoeiro

Concepções e métodos do cinema hollywoodiano

HUMOR: Jornalista


Atriz desconhecida foi vista com ex-blogueiro fazendo suposto polêmico vídeo que seria publicado em canal de comédia da internet nesta suposta segunda-feira. Abafa!
Para assistir ao vídeo "Jornalista" clique aqui

O cérebro crente: porque a ciência é o único caminho para fora do realismo dependente da crença

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O presidente Barack Obama nasceu no Havaí? Eu achei a questão tão absurda, sem mencionar a possibilidade de racismo em sua motivação, que quando eu foi confrontado com “birthers” que acreditam em outra coisa, eu achei difícil até mesmo me concentrar em seus argumentos sobre a diferença entre uma certidão de nascimento e um certificado de nascido vivo. A razão é porque uma vez que eu formei uma opinião sobre o assunto, tornou-se uma crença, sujeita a uma série de vieses cognitivos para garantir a sua verosimilhança. Eu fiquei irracional? Possivelmente. De fato, é assim que a maioria dos sistema de crença funcionam para a maioria de nós na maioria do tempo.
Para ler o texto completo de Michael Shermer clique aqui

Jornalista ataca crença de que a sociedade é meritocrática

James Bloodworth; ele ataca as crenças da sociedade sobre a meritocracia


ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER

DE NOVA YORK


21/05/2016 

Em quatro mensagens no Twitter, James Bloodworth, 33, explicou por que declinou convite para um artigo sobre seu novo livro, "O Mito da Meritocracia".
1) "Acabei de escrever sobre a dificuldade que jovens da classe trabalhadora têm em se dar bem em suas profissões por causa da proliferação do trabalho não remunerado".
2) "O [site] Huffington Post disse que parecia interessante. Me pediram para escrever algo".
3) "Infelizmente, não podiam me pagar –apesar de serem uma companhia multimilionária".
4) "Então, eis meu artigo: você faz parte do problema, Huffington. Fim".
O britânico é menos lacônico nas 144 páginas da obra nas quais põe sob escrutínio a meritocracia –a "falsa ideia" de que, se você for bom e trabalhar duro, terá sua chance.
Na Inglaterra, jovens ricos continuarão pegando os melhores trabalhos, e não só por terem acesso às melhores universidades. São também os mais propensos a aceitar trabalhar de graça no início da carreira, praxe em grandes companhias que, em troca, prometem "projeção". Em miúdos: "Você devia é agradecer, isso fará um bem danado para seu currículo".
"Nos últimos anos, cresceu a 'cultura do estágio'. Um diploma universitário não basta mais."
A tendência em áreas como publicidade, design e jornalismo fez da Inglaterra "a capital do trabalho não pago na Europa", diz o autor à Folha.
Mas a conta não fecha para todos. "Você não pode, afinal, aguentar seis meses sem salário se tem contas a pagar. É exploração, simples assim."
QUANDO CRESCER
"O que você quer ser quando crescer?", perguntou-lhe um orientador vocacional.
Aos 15, Bloodworth não fazia ideia –e "beber cerveja e caçar garotas" não parecia a resposta ortodoxa.
Em 2014, escreveu no jornal "The Independent" sobre "por que insistimos nessa pergunta no momento em que a criança veste seu primeiro uniforme".
Com isso, ela cresce com a falsa impressão de que pode ser médica, astronauta ou domadora de leões, se assim o quiser.
No livro, ele fala de uma "distopia meritocrática", comparando-a "à pessoa na fila para comprar o tíquete da loteria preocupada em como gastará o prêmio".
PAIS E FILHOS
Filho da classe média ("a pequena burguesia, como marxistas diriam"), acha que ganhou seu bilhete premiado: a avó bancou sua universidade.
Relatório de 2012 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico mostra que a Inglaterra é um dos países desenvolvidos onde os filhos mais provavelmente refletirão o desempenho econômico dos pais.
A educação, "motor da mobilidade social", é uma fraqueza. Dos 20% mais pobres, 46% das mães não têm nenhuma qualificação. Entre os 20% mais ricos, 3%.
Outra amostra: 54% dos cem maiores executivos e 70% dos juízes de altas cortes cursaram universidade privada; a média da população é 7%.
"Mesmo o entretenimento é dominado por 'filhinhos de papai: 42% dos vencedores do Bafta [o Oscar britânico] estudaram em escolas particulares", afirma Bloodworth.
A meritocracia é uma palavra sedutora para um país que ainda preserva sua monarquia e que há não muito tinha uma aristocracia hoje confinada à "Downton Abbey" da TV.
O escritor Martin Amis lançou em 1984 o aclamado "Grana", sátira aos excessos da era Margaret Thatcher.
Argumentou 30 anos depois, em documentário da BBC, que a sociedade aristocrática foi substituída por outra, a monetária. "Sempre foi assim nos EUA, e agora na Inglaterra também."
Enviar seu filho para a Eton College, escola para garotos fundada em 1440 pelo rei da Inglaterra, não depende mais de um título de nobreza: agora é um "exercício do poder do dinheiro", segundo Amis.
Para Bloodworth, é aí que a meritocracia derrapa. "Duas crianças. Os pais de uma são milionários, os da outra ganham salário mínimo. Elas de cara não terão chances iguais na vida."
Ex-editor do site progressista Left Foot Forward e colunista do "International Business Times", ele chegou a escrever de graça para o Huffington Post.
Decidiu criticar o site "pela ironia" de lhe negarem pagamento por um artigo sobre o dano causado pelo trabalho gratuito.
A Folha procurou o Huffington Post para comentar, sem sucesso.
"Estamos sempre com medo, como jornalistas ou em outra profissão qualquer, de reclamar publicamente dessas propostas. É assustador porque você acha que será visto como encrenqueiro e perderá trabalho."
Eis sua "lição de casa": "É importante cortar esse papo furado sobre 'ganhar exposição' e apenas dizer não".

The Myth of Meritocracy
AUTOR James Bloodworth
EDITORA Biteback Publishing
QUANTO US$ 6 na amazon.com (144 págs.) 


FONTE: Aqui

Pode um intelectual ouvir Adele sem remorsos?


Dez Grammy, um Óscar, um milhão de cópias de "25" em 10 dias. Será uma diva pop igual às outras? Ou será que um intelectual pode chorar no ombro dela?
Para ler o texto de Alexandre Borges e assistir a 5 vídeos de Adele clique aqui

Doutor é quem faz Doutorado

Doutor

No momento em que nós do Ministério Público da União nos preparamos para atuar contra diversas instituições de ensino superior por conta do número mínimo de mestres e doutores, eis que surge (das cinzas) a velha arenga de que o formado em Direito é Doutor.
A história, que, como boa mentira, muda a todo instante seus elementos, volta à moda. Agora não como resultado de ato de Dona Maria, a Pia, mas como consequência do decreto de D. Pedro I.
Fui advogado durante muitos anos antes de ingressar no Ministério Público. Há quase vinte anos sou Professor de Direito. E desde sempre vejo “docentes” e “profissionais” venderem essa balela para os pobres coitados dos alunos.
Para ler o texto completo de Marco Antônio Ribeiro Tura clique aqui

DOSSIÊ: "Um Olhar a cada Dia" - Theo Angelopoulos


Leia “O cinema humanista de Theo Angelopoulos” de Luiz Zanin clicando aqui 


Leia “Um olhar em cada dia” clicando aqui


Leia “Em busca do olhar perdido” de Adriano de Oliveira Pinto clicando aqui


Leia “Ensaio sobre o filme um olhar a cada dia” de Uziel Pereira Bezerra clicando aqui


Leia “Um olhar em cada dia” de Muller Barone clicando aqui 


Leia “Zeus choveu no caminho”: a viagem do/no olhar em Um olhar a cada dia, de Leonardo Francisco Soares clicando aqui


Leia O mito na tradução da Odisseia por Theo Angelopoulos” de Ricardo José Maciel Lemos clicando aqui 

sexta-feira, 20 de maio de 2016

JOSÉ DE SOUSA MIGUEL LOPES (Co-autoria) - A "escola para todos" e a difusão do ensino de arte: sobre as fontes de informação acerca da escola e do objeto artístico


Neste artigo levantam-se questionamentos sobre as diversas formas de participação social na escola regular. Propõe-se o ensino de Arte como forma de reflexão dinâmica por meio da análise e fruição significativa de seus objetos. Ressalta-se a importância de uma maior participação da sociedade frente aos novos desafios de uma escola para todos. Enquanto processo de ensino, é também reconhecida a necessidade de adequação didática de objetos de estudo aos contextos em que ele se inserem. Ressalta-se o ensino de Arte como forma de conhecimento relevante na formação humana. A discussão é baseada em autores como Macedo (2005), Morin (2001a; 2005), Gompertz (2013), entre outros.
Para ler o artigo de Fabrício Andrade Pereira, José de Sousa Miguel Lopes e Letícia Schneider de Pinho Dias clique aqui

Colonialismo mental e nacionalismo ingênuo

Alesp

O atraso educacional e a mentalidade retrógrada da elite são as razões dos problemas institucionais brasileiros.
Para ler o texto de Marcos de Aguiar Villas-Bôas clique aqui

HUMOR: Quando o politicamente correto chegar a níveis patológicos!


Para assistir a uma saudável e bem humorada crítica ao politicamente correto clique no vídeo aqui

Aquarius, um filme de resistência


Aplaudido no festival de Cannes, Aquarius é um filme que a direita quer boicotar porque mostra justamente um Brasil que eles tentam esconder. 

Para ler o texto de Léa Maria Aarão Reis clique aqui 

Leia o texto "Sônia Braga: O problema é com os ricos” de Vasco Câmara clicando aqui

Leia o texto "O filme Aquarius e Mendonça Filho" de Urariano Mota clicando aqui

O que terrorismo nuclear realmente significa?


'Terrorismo nuclear' pode se referir a diversos eventos possíveis, com diferentes graus de probabilidade de ocorrência e de gravidade de consequências.
Para ler o texto de Leonam dos Santos Guimarães clique aqui

PABLO GENTILI: "Vamos falar do golpe no Brasil, filho"

Roberto Stuckert Filho/ PR

Prometo, querido filho, que estarei ao seu lado, aprendendo novamente a lutar, aprendendo novamente a sonhar. 

Para ler o texto de Pablo Gentili clique aqui 

"Estado dos cuidados com a criança é cruel e vergonhoso nos EUA. É preciso uma política" - Paul Krugaman


É preciso uma política

Paul Krugaman  

16/05/2016 

Os políticos dos Estados Unidos adoram assumir a pose de defensores dos valores familiares. Infelizmente, essa pose muitas vezes, talvez costumeiramente, revela notável hipocrisia.
E não, não estou falando do contraste entre as poses assumidas em público e o comportamento pessoal, ainda que esse contraste possa ser extremo. O que espanta mais: o fato de que um deputado republicano que presidiu por muito tempo a Câmara dos Deputados tenha cometido abusos sexuais contra rapazes adolescentes ou a pouca atenção que essa revelação recebeu?
Mas em lugar disso, estou falando de políticas públicas. Julgados com base naquilo que realmente fazemos —ou, mais precisamente, não fazemos— para ajudar crianças pequenas e seus pais, os Estados Unidos são únicos, entre os países avançados, por sua completa indiferença quanto às vidas de seus mais jovens cidadãos.
Por exemplo, quase todos os países avançados oferecem licença-maternidade e licença-paternidade para as mães e os pais de bebês recém-nascidos. Nós não. Nossos gastos públicos no cuidado com as crianças e sua educação inicial, como porcentagem da renda nacional, estão perto do sopé dos rankings internacionais (se isso serve de consolo, estamos ligeiramente acima da Estônia).
Em outras palavras, se você nos julgar pelo que fazemos, não pelo que falamos, damos muito pouco valor às vidas de nossas crianças, a não ser que estas venham de famílias afluentes. Será que mencionei o fato de que os 20% mais ricos dos domicílios dos Estados Unidos gastam seve vezes mais com seus filhos do que os demais domicílios do país?
Será que é possível deixar para trás nossa negligência quanto às crianças?
Em janeiro, os dois pré-candidatos presidenciais democratas declararam seu apoio a um programa que ofereceria 12 semanas de licença paga para as mães e pais de recém-nascidos. E na semana passada, enquanto o foco da mídia noticiosa era o amigo imaginário, ou melhor, porta-voz imaginário, de Donald Trump,Hillary Clinton anunciou um plano ambicioso para melhorar tanto o preço quanto a qualidade dos cuidados com as crianças nos Estados Unidos.
Foi um anúncio importante, ainda que tenha ficado obscurecido pelas feiuras e tolices de uma campanha eleitoral ainda mais feia e tola que de hábito. Pois a reforma nos serviços às crianças é o tipo de iniciativa de porte médio, gradativa, e passível de ser realizada, politicamente - mas ainda assim extremamente importante -, que poderia servir de peça central ao governo de Hillary. Qual é o plano, portanto?
Bem, não temos todos os detalhes ainda, mas as linhas gerais parecem bastante claras. Quanto ao custo, Hillary recorreria a subsídios e restituições de impostos para limitar as despesas familiares no cuidado com as crianças a um máximo de 10% do orçamento domiciliar - hoje, elas podem atingir até um terço do orçamento.
Enquanto isso, haveria assistência aos governos estaduais e comunidades que aumentassem o salário dos trabalhadores do setor de cuidados com a criança, e diversas outras medidas de assistência às crianças pequenas e seus pais. Tudo isso ainda deixaria os Estados Unidos na posição de menos generosos do que muitos outros países, mas seria um passo na direção das normas internacionais.
Seria factível? Sim. E é desejável? Muito.
Quando falamos de fazer mais pelas crianças, é importante perceber que isso custa dinheiro, mas nem tanto dinheiro assim. Por quê? Porque não existem tantas crianças pequenas a um só tempo, e não são necessários grandes gastos para fazer grande diferença em suas vidas. Nosso precário sistema de apoio público aos cuidados com crianças e educação inicial custa 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB). O sistema da França, famoso pela generosidade, custa 1,2% de seu PIB. Ou seja, poderíamos subir muito na escala fazendo um investimento apenas modesto.
E seria de fato um investimento - tão investimento quanto gastar dinheiro no reparo e melhora de nossa infraestrutura de transporte. Afinal, as crianças de hoje são os trabalhadores e contribuintes de amanhã. Assim, é um incrível desperdício, não só para as famílias como para o país como um todo, que os futuros de tantas crianças se vejam prejudicadas porque seus pais não têm recursos para tomar conta delas tão bem quanto deveriam. E os cuidados com as crianças a preço acessível teriam o benefício imediato de facilitar que os pais e mães trabalhem produtivamente.
Existem quaisquer motivos para que não gastemos um pouco mais com as crianças? Os suspeitos habituais se pronunciarão, é claro, sobre os males de um governo grande, a natureza sagrada da escolha individual, as maravilhas do livre mercado, e assim por diante. Mas o mercado dos serviços para a criança, como o da saúde, funciona muito mal na prática.
E quando alguém começar a falar em livre escolha, tenha em mente que estamos falando de crianças, que não estão em posição de escolher se nascerão em domicílios afluentes, com muitos recursos, ou como parte de famílias menos prósperas que enfrentarão muita dificuldade para encontrar o equilíbrio entre trabalhar e cuidar dos filhos.
Assim, será que poderíamos parar por um instante de discutir quem saiu vitorioso do mais recente ciclo de notícias ou proferiu o melhor insulto e falar sobre a substância de uma política, aqui?
O estado dos cuidados com a criança é cruel e vergonhoso nos Estados Unidos, e ainda mais vergonhoso porque poderíamos melhorar muito as coisas sem mudanças radicais ou imensos gastos. E um dos candidatos tem um plano razoável, viável, para fazer alguma coisa quanto a essa vergonha, enquanto o outro não poderia se incomodar menos com a questão.
FONTE: Aqui   

sexta-feira, 13 de maio de 2016

5o Aniversário do BLOG "Navegações nas Fronteiras do Pensamento": 5 anos de pensamentos e opiniões

5 anos... mas com muitas reflexões

Quando há 5 anos iniciamos a caminhada deste blog, estávamos longe de imaginar que ele teria um tempo razoável de vida, se tivermos em conta a rapidez com que a maioria dos blogs saem de cena. A nossa proposta visava estabelecer um diálogo frutuoso entre a Educação e outros campos do saber. Sempre lançamos mão de temas desafiadores e instigantes nos campos das ciências sociais e das artes. Nessa perspectiva, procuramos trazer para o blog textos, entrevistas, reflexões de renomados cientistas, artistas e grandes intelectuais do passado e da atualidade que se destacaram e destacam pela ousadia de pensar a contemporaneidade. Assim, nas quase 6.000 postagens (uma minibiblioteca) foram abordados inúmeros temas (política, africanidades, Antropologia, capitalismo, Ciências Sociais, classes, crítica da mídia, economia, educação, geopolítica, meio ambiente, saúde pública, a problemática da mulher e do feminismo, as questões da ciência e da pesquisa, racismo, religião, sexualidade, tecnologia e a arte, nomeadamente o cinema, a música, a poesia e a literatura em geral) entre outros. Milhares de leitores, em vários países, aqui apresentados por ordem decrescente (Brasil, Alemanha, Estados Unidos, Portugal, Rússia, Moçambique, França, Ucrânia, Malásia, Polônia...) têm acolhido com entusiasmo este recanto de leitura e reflexão. Uma menção especial merecem os alunos e professores de vários cursos universitários que aqui têm encontrado material de grande utilidade para suas atividades acadêmicas, com relevância especial para as atividades de ensino, pesquisa e extensão.

É para esse enorme contingente de leitores anônimos que, de forma sistemática, visitam este blog, que vai nosso profundo agradecimento. São eles que nos encorajam a prosseguir esta caminhada. Obrigado!

José de Sousa Miguel Lopes

'Se a internet é uma droga, é melhor que antidepressivo', diz psicanalista Elisabeth Roudinesco


FERNANDO EICHENBERG


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS


30/04/2016  

A grande virada dos tempos contemporâneos é marcada por uma forte crise da democracia e do individualismo. As turbulências globalizadas ameaçam a Europa com desvios totalitários em meio ao descrédito na política tradicional e ao sentimento de perda de representação social. Há um crescente anseio por mudanças, mas de rumo incerto. Este é o diagnóstico resumido da psicanalista e historiadora Elisabeth Roudinesco ao analisar o homem deste conturbado início de século.
A francesa é a convidada de setembro do Fronteiras do Pensamento 2016 e aproveitará para lançar no país a edição brasileira de sua biografia de Sigmund Freud (ed. Zahar), minucioso estudo de cerca de 600 páginas no qual define o pai da psicanálise como "conservador rebelde" e criador de uma "revolução simbólica" em perpétuo movimento.
Leia abaixo trechos da entrevista, feita no apartamento da psicanalista, em Paris.
*
Folha - Para a senhora, não se pode falar em evolução da psicanálise, mas de "rearranjos" em função das mudanças na sociedade.
Elisabeth Roudinesco - A psicanálise não é uma disciplina científica, no sentido das ciências da natureza. Também não é uma ciência suscetível de progressos como a medicina. Hoje não se cura doença como se fazia na época de Hipócrates. No domínio do psiquismo, não há progresso da ciência. É a razão pela qual se pode sempre voltar aos textos fundadores. Por outro lado, surgiram psicotrópicos e remédios, que não são um progresso em si, pois nunca curaram loucura nem neuroses. Os loucos passaram do asilo à vida na cidade. Não temos curas, mas rearranjos.

Qual é o futuro do tratamento psiquiátrico químico?
Com a química, acreditou-se que havia progresso, que doenças psíquicas seriam erradicadas. Mas elas são apenas tratadas de modo diferente. É melhor ter remédios do que hospícios? Sim, mas é um progresso social, não científico. Após 40 anos, a ilusão da química está sendo contestada pelos próprios pacientes.

A sra. critica um certo emburrecimento dos psicanalistas.
Não foi por acaso que abandonei a prática clínica e me tornei historiadora. Hoje, a cultura psicanalítica, o estudo dos textos, não são mais os psicanalistas que fazem. Eles desertaram para publicar casos clínicos. Os estudos quem faz são filósofos, literatos, historiadores. Este fenômeno é mais evidente nos EUA e na Europa, e menos no Brasil.

Por que menos no Brasil?
Os psicanalistas brasileiros são ecléticos, menos dogmáticos. A ausência no Brasil de um grande pensamento ordenado resultou em algo mais positivo. Há 30 anos, os psicanalistas franceses viajavam ao Brasil como colonizadores. E sofreram um terrível golpe, porque hoje os brasileiros são melhores que eles.

Qual é, na sua opinião, a grande virada dos novos tempos?
É a crise atual da democracia. O fim do comunismo, em 1989, deu esperança ao liberalismo, que se tornou o sistema dominante, com a ideia de que o indivíduo se basta a si mesmo. Isso acabou em 2008, na crise financeira. Percebeu-se que as desigualdades cresciam e que a economia financeira criava condições para sua própria destruição. Veio a era das dúvidas. E uma renovação religiosa terrível no mundo, contestação obscurantista do liberalismo. Como vamos sair disso? Não sei.

Como a sra. percebe a velocidade das mudanças hoje?
Sou muito favorável à internet. Todas as novas tecnologias nos acrescentam muito. Mas é preciso educação e inteligência para fazer a triagem diante da tela. A ideia de curas no meio do mato sem internet e televisão é algo ridículo. Não se deve responsabilizar máquinas por nossas escolhas. E a ideia de que minha tela é uma droga é formidável. Se é uma droga, é melhor que álcool e remédios. Hoje, em hospitais psiquiátricos e asilos para idosos, se proíbe internet. É um horror. Tiram a única droga importante, melhor que os antidepressivos. São os excessos delirantes de nossa sociedade.

Que outros excessos a sra. vê?
No combate ao sofrimento animal, com o que concordo, o veganismo é delirante. Não consumir produtos de origem animal? É um fanatismo perigoso. A lógica é ainda mais débil porque somos animais, então um bebê não poderia ser amamentado, pois o leite vem de um animal. Uma ejaculação é o mesmo. Também não podemos matar animais perigosos, ratos, escorpiões. É um novo fanatismo.

Mudar de hábitos é mais difícil hoje?
Não é mais difícil. A questão é que, ao se viver uma mudança, não se sabe onde ela pode dar. Maio de 68 não foi uma revolução, mas uma adaptação social diante de instituições arcaicas. No fundo, isso se repete. Por trás de Maio de 68 havia a contestação da Guerra do Vietnã, a descolonização e a ideia de que devíamos parar de agir como polícia no mundo inteiro. Hoje, temos o retorno do religioso, a globalização. Mas não creio que seja revolução. E se houver uma, será um golpe de Estado fascista, isso que é terrível. Não tínhamos fascismo em 68. Hoje, há demanda por mudança, mas uma extrema direita com 30% de intenções de voto.

E em relação à mudança de hábitos, pessoais?
As gerações de hoje querem famílias, um pouco de ordem. Os homossexuais entraram na ordem. Imbecis hostis ao casamento gay não entendem que se trata de uma demanda liberal. Não tem a ver com revolução de esquerda. É uma adaptação de velhas instituições a novos costumes, como Maio de 68.

E o indivíduo no meio disso?
Se o indivíduo não tem ideal coletivo, não é nada. Liberdade individual não basta.

O chamado "Freud bashing", onda de ataques à vida e à obra de Freud, acabou?
Sim, mas vamos ter um novo "Freud bashing", mais suave. Será uma tentativa de eliminar a aventura intelectual, de afogá-la no cientificismo. O "Freud bashing" surgiu em parte porque se fez da psicanálise um imperialismo do sentido. Não se pode fazer ditaduras de pensamento. Houve o mesmo contra Darwin, Einstein, Marx. Sempre que um pensador muda o olhar do homem sobre si mesmo, e é o caso de Freud, há uma recorrente vontade de destruí-lo.

Fonte: Aqui  

Pedro Jóia, a melhor guitarra portuguesa


Para assistir à interpretação de "Meditando" por Pedro Jóia, clique no vídeo aqui
Assista a também à interpretação de " Corridinho Alma Algarvia" pelo Pedro Jóia Trio clicando aqui

"Memória" - Maria Teresa Horta


Memória

Retenho com os meus
dentes
a tua boca entreaberta
e as palmas das mãos
dormentes
resvalam brandas e certas
As tuas mãos no meu peito
e ao longo
das minhas pernas.

Maria Teresa Horta

DOSSIÊ: Currículo, Ortodoxia e Transgressão


Para ter acesso ao dossiê  "Currículo, Ortodoxia e Transgressão" clique aqui

Veja as 20 melhores fotos inscritas até agora para o concurso de viajantes da National Geographic

Travel Photographer Of The Year 2016 National Geographic 2

Para ver as 20 melhores fotos inscritas até agora para o concurso de viajantes da National Geographic clique aqui

Como sair do ódio? | Uma entrevista com Jacques Rancière

ranciere jacques boitempo

Guerra ou política? Segundo Jacques Rancière, a política passa longe das artimanhas jurídicas e institucionais da política de gabinete. É uma forma de ação e de subjetivação coletiva que constrói um mundo em comum, no qual se inclui também o inimigo. A ação política cria identidades não-identitárias, um “nós” aberto e inclusivo que reconhece e fala de igual para igual com o adversário. A guerra, pelo contrário, tem como protagonista fundamental formações identitárias fechadas e agressivas (sejam elas éticas, religiosas ou ideológicas) que negam e excluem o outro do mundo partilhado. Entre o outro e o eu, nada em comum.
Para ler a entrevista de Jacques Rancière clique aqui

sábado, 7 de maio de 2016

JOSÉ DE SOUSA MIGUEL LOPES - Prefácio do livro "Cinema, infância e imaginação: tecendo diálogos"

Argos lança “Cinema, infância e imaginação: tecendo diálogos”

O livro “Cinema, infância e imaginação: tecendo diálogos” constitui um lugar de luta. As concepções sobre cinema, poesia e infância que neles se fazem presentes podem e são de alguma forma uma luta político-cultural. Para escrever a obra os autores entregaram-se completamente a estas reflexões costuradas e abordadas através da tessitura poética.

Os textos contidos na coletânea foram escritos coletivamente e elaborados pelo Grupo de Pesquisa em Educação Imaginativa (GPEI), inserido no Grupo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Educação Estética (Gedest), da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc). As organizadoras da obra são respectivamente Rosilene de Fatima Koscianski da Silveira, mestre em Educação pela Unesc, e Silemar Medeiros da Silva, que possui graduação em Educação Artística pela Unesc.
A obra é dividida em 12 textos, que falam sobre cinema, filmes ou animações e imaginação. Essas escritas têm o objetivo de refletir sobre criança, infância e a imaginação na consciência infantil.

Para ler o Sumário e o Prefácio da autoria de José de Sousa Miguel Lopes clique aqui 

Para adquirir o livro clique aqui 

Zygmunt Bauman: “As redes sociais são uma armadilha”


Ele é a voz dos menos favorecidos. O sociólogo denuncia a desigualdade e a queda da classe média. E avisa aos indignados que seu experimento pode ter vida curta. 

Para ler a entrevista de Zygmunt Bauman clique aqui

"Baderneiro" não é aluno que pede merenda, mas um povo que lhe dá as costas


A polícia militar retirou à força estudantes que ocupavam o Centro Paula Souza, em São Paulo, cumprindo uma reintegração de posse na manhã desta sexta (6). Eles estavam no prédio, responsável pelas escolas técnicas estaduais paulistas, desde o dia 28 de abril, reivindicando o fornecimento de merenda. Alguns estudantes foram arrastados por policiais, que impediram o retorno deles ao prédio.
Para ler o texto completo de Leonardo Sakamoto clique aqui

"Não é só o gênero que é socialmente construído, o sexo biológico também"

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O pensamento da bióloga americana Anne Fausto-Sterlling, autora do polêmico e celebrado artigo “Os cinco sexos”, está na vanguarda absoluta tanto da medicina quanto das ciências sociais. Mas como seria possível uma coisa dessas? É que Anne sugere que antiga divisão absoluta que fazíamos de gênero (uma construção social sobre o que significa ser mulher ou homem) e sexo (características biológicas do corpo) está ultrapassada. E que as ciências biológicas e sociais têm que começar a trabalhar juntas para pensar o conceito sexo/gênero, como duas coisas inseparáveis, faces da mesma moeda. 
Para ler a entrevista de Anne Fausto-Sterlling clique aqui

O colapso da democracia no Brasil


A derrota de 17 de abril, na Câmara dos Deputados, foi mais do que a sentença de morte para o governo Dilma Rousseff, o triunfo do banditismo político ou a desmoralização final da elite parlamentar brasileira. Representou o término da ilusão de que o sistema político em vigor no país pode receber o título de “democracia”.
Para ler o texto completo de Luis Felipe Miguel clique aqui

A decisão do impeachment e a ameaça à laicidade do Estado

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Após a votação do impeachment pela Câmara dos Deputados (17/04), cabem algumas divagações sobre os principais efeitos decorrentes do afastamento da Presidente Dilma Rousseff, caso este venha a ser confirmado pelo Senado Federal.
Sem adentrar no mérito das consequências que advirão de uma possível ascensão do Vice-Presidente, Michel Temer, à Presidência da República, exclusivamente do ponto de vista dos aspectos econômico e político, pretende-se aqui realizar uma abordagem de seus prováveis efeitos sob uma perspectiva da liberdade de consciência e de crença.
Para ler o texto completo de Witemburgo G. de Araújo clique aqui

Roger Crowley e os Descobrimentos: “Os portugueses sabiam muito bem usar a violência”

Vasco da Gama perante o Samorim de Calecute (1898), Veloso Salgado

A propósito do lançamento do novo livro "Conquistadores", Jaime Nogueira Pinto esteve à conversa com o autor, Roger Crowley, que assegura: "A História portuguesa está cheia de mistérios e silêncios".
Para ler a entrevista de Roger Crowley clique aqui

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