domingo, 3 de agosto de 2014

Gaza: o genocídio e suas (não) razões


Pronuncia um solilóquio similar ao que em sua obra Enrique VI Willian Shakespeare colocou na boca de Ricardo, um ser disforme, monstruoso, mas aferroado por uma ambição ilimitada e orgulhoso de sua vilania:

"Sou o espírito do Estado de Israel. Sim, agrido, destruo e assassino em série: crianças, idosos, mulheres, homens. Porque em Gaza todos são terroristas, mais além de suas aparências. Um dos hierarcas da ditadura genocida na Argentina, o general Ibérico Saint Jean, disse que ‘primeiro vamos matar todos os subversivos, depois os seus colaborares; depois os indiferentes e por último os tímidos'.

Invertemos essa sequência e começamos pela população civil, gente cujo crime é viver em Gaza. Neste processo morrerão centenas de inocentes, gente que simplesmente tentava sobreviver nesta clausura nauseabunda; depois iremos aos tímidos, os indiferentes e depois desta brutal e sóbria lição chegaremos aos colaboradores e terroristas. Sei muito bem que o rudimentar e escasso armamento do Hamas pode ocasionar apenas um arranhão, como mostram as estatísticas dos nossos ataques periódicos às populações palestinas. Suas ameaças de destruir o Estado de Israel são bravatas sem sentido, porque não tem a menor capacidade de levá-las à prática. Mas são de enorme utilidade na guerra psicológica e na propaganda: servem para aterrorizar a nossa própria população e assim obter seu consentimento para o genocídio e nossa política de ocupação militar dos territórios palestinos. E também servem para que os Estados Unidos e os países europeus, embarcados na ‘luta contra o terrorismo', facilitem todo tipo de armamento e nos amparem politicamente.
Para ler o texto completo de Atilio Boron clique aqui

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