sábado, 2 de agosto de 2014

De Varsóvia a Gaza

Gaza

Sempre me senti constrangido para criticar Israel devido ao fato de ter nascido na Alemanha e ser filho de um soldado da Vermacht (o exército alemão) morto na Segunda Guerra. Passei minha infância tentando entender o nazismo e como aquilo podia ter acontecido num país civilizado como a Alemanha, onde os judeus participavam ativamente da cultura e a condição de judeu era uma religião herdada (não muito seguida pela maioria secularizada). Os judeus alemães faziam parte inseparável e preciosa da cultura germânica.
Embora nunca tenha sido cidadão alemão (não sou “ariano” o suficiente), nasci na Alemanha nazista, sob um regime no qual minha mãe teve que provar a Gestapo que não tinha ascendentes judeus até a quinta geração e sujeita a medidas antropomórficas dos “especialistas” em “raça” para determinar se não tinha características semitas.
Ou não funcionou ou os “especialistas” nessa “ciência” se enganaram, mas se houvesse a menor suspeita de judaísmo eu teria acabado num forno antes mesmo de nascer, condenado desde o óvulo e o espermatozóide, nessa singularidade diabólica que caracteriza e diferencia o nazismo de todos os demais totalitarismos, como o mal absoluto. Passei muito tempo olhando para os alemães com idade acima de 18 anos durante a Segunda Guerra para me perguntar sempre o que eu e o que eles teriam feito. Muita gente acha que sou judeu e não teria o menor problema ou preconceito em sê-lo, mas se considerar o preço que teria que pagar se o fosse, foi melhor para mim que os nazistas considerassem minha mãe aceitável, embora não de “raça pura”. Para ler o texto completo de Fritz Utzeri clique aqui

0 comentários:

  © Blogger template 'Solitude' by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP