sábado, 8 de fevereiro de 2014

Raízes ecológicas das insatisfações sociais

Entre 2006 e 2013 ocorreram 843 protestos pelo mundo, em 87 países, na esteira dos desdobramentos da crise econômica e financeira global. Em 2012 e 2013 houve protestos no Brasil, na Turquia, no Egito, na Tunísia bem como revoltas na Espanha, Grécia, França, Estados Unidos.
A maioria dos movimentos foi liderada por jovens, sem medo e autonomamente. Em todos os países os manifestantes dos movimentos de protesto são pessoas comuns da classe média, bem educadas e com expectativas crescentes. Sindicalistas, ativistas sociais em geral e idosos também constituiram parte significativa de tais manifestações. 1
Os métodos de protesto consistiram majoritariamente de marchas pré-agendadas em grandes cidades e ocupação de ruas, bloqueio de vias, pequenos incêndios e barricadas, desobediência civil e ação direta de vazamento de informações por hackers, com amplo uso das redes sociais. Os protestos foram acelerados pelo uso da internet e muitos desapareceram de repente, do mesmo modo como apareceram.
Especialistas mostram as diferenças e semelhanças entre eles. Moisés Naim2 escreveu que os protestos na Tunísia, Chile, Turquia e Brasil revelam seis aspectos surpreendentemente semelhantes: pequenos incidentes se tornam grandes, os governos reagem mal aos movimentos, não há líderes ou cadeia de comando, não há ninguém nem grupo específico com quem negociar ou a quem prender, e é impossível prever conseqüências. A prosperidade nesses países não se fez acompanhar da estabilidade. Naim citou a observação de Samuel Huntington, segundo a qual, nos países em desenvolvimento, as demandas por serviços públicos crescem mais rápido do que a capacidade dos governos para satisfazê-las. 
Ademais, os protestos foram mais ativos nas democracias do que em regimes autoritários, que os reprimem e inibem. Aventa-se que a gestão das democracias tornou-se mais difícil devido às dificuldades para obter e alocar os recursos entre grupos com interesses concorrentes.

Para ler o texto completo de Maurício Andres Ribeiro clique aqui

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