segunda-feira, 16 de abril de 2012

George Steiner, um certo conceito de conhecimento

Nietzsche, Heráclito e Dante são os heróis do seu novo livro, Poetry of thought [Poesia do pensamento], mas vão ter de ficar para depois. George Steiner recebe-nos em casa, em Cambridge, numa confidencialidade divertida, entre uma fatia de bolo e um café. Nos primeiros dias do Eurostar, propôs que se desse um shilling ao primeiro garoto que visse um peixe no Túnel da Mancha. "Os pais ficaram aterrorizados!", goza o professor de Literatura Comparada.
É essa mistura de malícia e erudição, inteligência e simpatia, que caracteriza George Steiner. Nascido em 1929 em Paris, de mãe vienense e de um pai checo que teve a presciência do horror nazi, este mestre da leitura poliglota decifrou Homero e Cícero desde tenra idade, sob orientação do pai, um grande intelectual judeu, fanático de arte e música, que queria despertar nele o professor (o sentido literal da palavra "rabino"). Em 1940, a família partiu para Nova Iorque, no último barco que saiu de Génova. Depois de estudar em Chicago e posteriormente em Oxford, Steiner entrou para a Redação do The Economist em Londres. Voltou a atravessar o Atlântico para entrevistar Oppenheimer, o inventor da bomba atómica, que o levou para o Instituto de Princeton.
Foi o "ponto de viragem" da sua vida. Ao mesmo tempo que publica os seus marcantes livros – Tolstoi ou Dostoievski [edição brasileira na editora Perspetiva], Linguagem e silêncio [edição portuguesa na Relógio d’Água], entre muitos, frequentemente resultado do material das suas aulas –, funda a Churchill College, na Universidade de Cambridge, é crítico literário da New Yorker e dá aulas na Universidade de Genebra.
A entrevista a um grande humanista da Europa, cujo pensamento circula por todo o mundo pode ser vista aqui

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