"Poema Escatológico" - José Paulo Pinto Lobo
Poema Escatológico
(ou Latrina-tá, el cagallón insolente)
Caguei
Estou-me cagando
Diz o sempre educado
Superintendente máximo
Capitão das bostas irrefletidas
Caguei pra CPI
Caguei pro Congresso
Caguei prós mortos do covid
Caguei prós jornalistas
Caguei pra todos vocês
A cagada vem de longe
Milhares com problemas diarreicos
Em vez de tomarem um stop bosta
Decidiram cagar a céu aberto
Foi uma imensa e brutal caganeira
Resultado da desova fecal
Um cocô na Presidência
Um coconaro impertinente
Fazendo merda todos os dias
Inundando o país de caca infecta
Mas como todos sabemos
Um cagalhão nunca vem só
Sempre seguido de cagalhõezinhos
Arremedos do patriarca excrementício
Focinham em imundas aglomerações
Não tinha sequer lobrigado
Nem tão-pouco previsto
Que a presença de um monte de esterco
Levasse tantos a ambicionarem
A cagalhões se assemelharem
Um merdas ignorante bardamerdas
Bostificando incansavelmente merda
Mandando qualquer um à merda
Deixando todo mundo na merda
Ninguém com colhões suficientes
Pra tirar dali aquele merdas
De tanto do cocô falar
E pra evitar a prisão de ventre
Me deu vontade de ir ao banheiro
Pra ver se ao menos consigo
Dar a urgente descarga
Pra nos livrar desta fedorenta caganeira
José
Paulo Pinto Lobo
Lisboa,
10/07/2021
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